Luís VII de França
Luís VII | |
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Rei dos Francos | |
Reinado | 1 de agosto de 1137 a 18 de setembro de 1180 |
Coroação | 25 de dezembro de 1137 |
Antecessor(a) | Luís VI |
Sucessor(a) | Filipe II |
Esposas | Leonor da Aquitânia Constança de Castela Adélia de Champanhe |
Descendência | Maria de França Alice de França Margarida de França Adela de França Filipe II de França Inês da França |
Casa | Capeto |
Nascimento | 1120 |
| Paris, França |
Morte | 18 de setembro de 1180 (60 anos) |
| Saint-Pont, França |
Enterro | Basílica de Saint-Denis, Saint-Denis, França |
Pai | Luís VI de França |
Mãe | Adelaide de Saboia |
Religião | Catolicismo |
Luís VII (Paris, 1120 – Saint-Pont, 18 de setembro de 1180), também chamado de Luís, o Jovem, foi o Rei dos Francos de 1137 até à data da sua morte. Era filho do rei Luís VI e de sua esposa Adelaide de Saboia. Ele casou-se com Leonor da Aquitânia, uma das mais poderosas e ricas mulheres da Europa. Ela trouxe consigo o vasto Ducado da Aquitânia como parte de seu dote, temporariamente estendendo as terras capetianas até aos Pirenéus. Porém, a união foi anulada em 1152 quando nenhum herdeiro foi produzido.
Leonor imediatamente casou-se com Henrique Plantageneta, Conde de Anjou, após a anulação, com quem deu a Aquitânia e teve cinco filhos. Henrique ascendeu ao trono inglês em 1154 e governou um grande império, marcando o início da longa rivalidade entre a França e a Inglaterra.
Durante o reinado de Luís foi fundada a Universidade de Paris e teve a desastrosa Segunda Cruzada. Ele e seu conselheiro Abade Suger tentaram uma maior centralização do poder e eram a favor do desenvolvimento da arquitetura gótica francesa, notavelmente na construção da Catedral de Notre-Dame. Luís morreu em 1180 e foi sucedido por seu único filho homem, Filipe II.
Índice
1 Subida ao trono
2 Casamento com Leonor da Aquitânia
3 Aumento da influência da coroa
4 Segunda Cruzada
5 Separação de Leonor da Aquitânia
6 Política interna e externa
7 Morte e legado
8 Descendência
9 Referências e bibliografia
Subida ao trono |
Luís VII foi o segundo filho do rei Luís VI de França com Adelaide de Saboia, e por isso foi educado para seguir a carreira eclesiástica. Grande parte da sua juventude foi passada em Saint-Denis, onde aprendeu a confiar e a valorizar as opiniões do abade Suger, que seria um bom conselheiro durante os primeiros anos do seu reinado.
Homem educado e excepcionalmente devoto, tornou-se inesperadamente no herdeiro do trono, para a qual tinha menos talento, com a morte acidental do seu irmão Filipe em 13 de outubro de 1131, em consequência de uma queda de cavalo. A 25 de outubro foi sagrado rei e coroado em Reims pelo Papa Inocêncio II. Depois da morte do seu pai foi novamente coroado em Bourges, a 25 de dezembro de 1137 quando ele tinha apenas 17 anos de idade ainda adolescente.
Casamento com Leonor da Aquitânia |
Antes de morrer, Luís VI tinha organizado o casamento do filho com Leonor, a herdeira do ducado da Aquitânia (1122–1204), filha de Guilherme X de Poitiers e de Leonor de Châtellerault. O casamento teve lugar em Bordéus, a 25 de Julho de 1137, com vantagens para ambos os noivos.
Na conflituosa época dos nobres salteadores que assolavam o país, aterrorizando as populações e os domínios vizinhos, Leonor obteve a protecção necessária para o seu ducado. Luís quase que triplicou os domínios da coroa, uma vez que a sua noiva era senhora da Aquitânia, Gasconha, Poitou, Auvérnia, Bordéus, Agen, Saintonge, Limusino, Angoumois e Dordonha – o equivalente a 19 departamentos franceses actuais.
O carácter do rei, devoto, ascético, ingénuo, rude e pouco vigoroso, não combinava com a sua forte, inteligente, refinada e sensual noiva, apesar de durante dez anos parecerem viver sem sérios conflitos. A união, da qual nasceram duas filhas, Maria Capeto e Alice Capeto, estava condenada ao fracasso. É atribuída uma declaração a Leonor: que pensava ter-se casado com um rei, mas descobrira que se casara com um monge.
Aumento da influência da coroa |
Luís VII afastou a sua mãe da corte mas manteve os conselheiros do pai, dando particular importância ao abade Suger de Saint-Denis. Seguiu a política de Luís VI, continuando a tentar aumentar os domínios da coroa. No ano da sua coroação e do seu casamento, começaram os trabalhos de construção da basílica de Saint-Denis, a partir da igreja já existente no local.
Fez múltiplas concessões às comunas rurais, encorajou a reclamação das terras e favoreceu a emancipação dos servos. Obteve o apoio das cidades ao lhes outorgar forais à burguesia (Étampes, Bourges) e desenvolvendo as dos seus domínios (Reims, Sens, Compiègne, Auxerre). Apoiou por fim a eleição de bispos dedicados ao poder real.
A partir de Maio de 1141, o rei entrou em conflito com o conde Teobaldo II de Champanhe (que é também Teobaldo IV de Blois) e o papa Inocêncio II devido à investidura do bispado de Langres, no qual desejava impor um monge da abadia de Cluny contra o candidato Bernardo de Claraval. Permitiu que Raúl I de Vermandois, senescal de França, repudiasse a sua esposa, sobrinha de Teobaldo II, para casar com Petronilha da Aquitânia, irmã da rainha de França.
Opôs-se novamente ao papa ao tentar impor o seu candidato ao assento de Bourges em 1141 contra Pierre de la Châtre, sustentado por Inocêncio, jurando pelas santas relíquias que enquanto vivesse, Pierre não entraria em Bourges. O papa acabou por excomungar Luís VII e colocar o reino sob interdicto (o equivalente à excomunhão, aplicado a um território). O candidato papal refugiou-se no Condado de Champanhe, que o rei invadiria em dezembro de 1142. Em janeiro de 1143, as suas hostes incendiaram Vitry-en-Perthois, incluindo a sua igreja, na qual se tinham refugiado mais de mil habitantes da vila, que aí pereceram.
Com a culpa deste acto pesando na sua consciência, e humilhado pelo repúdio eclesiástico, Luís admitiu a derrota, removendo o seu exército de Champanhe, devolvendo as terras a Teobaldo, aceitando Pierre de La Châtre e afastando-se de Raúl e Petronilha. Para resolver definitivamente a questão, o Jovem assinou o tratado de Vitry com o conde Teobaldo II no Outono de 1143, aceitando a eleição do candidato papal para levantar o interdicto do reino, e a 22 de abril de 1144 participou da conferência de Saint-Denis para encerrar o conflito entre a Santa Sé e a França. Como parte do acordo, Luís VI aceitou, contra a vontade do abade Suger, participar da Segunda Cruzada, pregada por São Bernardo.
Ao mesmo tempo, o conde Godofredo V de Anjou concluía a conquista da Normandia. Em troca de ser reconhecido duque da Normandia pelo monarca francês, cedeu-lhe metade da Vexin — uma região vital para a segurança Normanda. Considerada uma jogada inteligente de Luís na época, esta acção acabaria por se tornar em mais um passo importante na construção do poder angevino.
Segunda Cruzada |
Ver artigo principal: Segunda Cruzada
No Natal de 1145 o rei anunciou a sua decisão de partir em Cruzada para defender os estados cristãos da Palestina, ameaçados pelos turcos seljúcidas que invadiram o condado de Edessa em 1144, perpetrando o massacre dos cristãos. Na Páscoa de 1146 tomou a cruz, juntamente com vários barões, na assembleia de Vézelay. O governo do país ficou nas mãos do seu irmão Henrique, arcebispo de Reims, do inevitável abade Suger de Saint-Denis e do seu primo, o senescal Raul I de Vermandois.[1]
A 11 de junho de 1147, rei e rainha partiram para a Segunda Cruzada, à frente de 300 cavaleiros e de um poderoso exército, seguidos pouco a pouco por dezenas de milhares de peregrinos. Iniciaram a marcha a partir de Metz, passando pelo vale do rio Danúbio, onde se lhes juntaram as forças do imperador Conrado III da Germânia e juntos tencionavam atravessar para a Ásia menor passando por Constantinopla, onde chegaram a 4 de Outubro.
Ao atravessar o monte Kadmos, em Janeiro do ano seguinte, o rei Luís VII de França e sua gente sofre uma emboscada que apenas foram salvos pela corajosa e experiente presença de Évrard des Barrès, grão-mestre da Ordem do Templo e que, a partir daí, foi-lhe entregue o comando dessa peregrinação armada.
Em março desse ano de 1148 os cruzados chegaram com grandes dificuldades a Antioquia, então nas mãos de Raimundo de Poitiers, tio de Leonor da Aquitânia, que os recebeu com manifestações de respeito e consideração. Este esperava que Luís VII o ajudasse a combater o inimigo que lhe tinha conquistado alguns territórios, mas o monarca só pensava em marchar sobre Jerusalém.
Leonor tentou convencer o esposo a auxiliar o seu tio contra Alepo, mas em vão. Este preferia aconselhar-se com o templário eunuco Thierry de Galeran. Mais tarde, os cronistas da época, indignados com esta mulher, sensual amante do trovadorismo, ter tão forte papel político, e por em diferentes ocasiões opôr-se a ambos os monarcas da França e da Inglaterra, acusariam a rainha de adultério: Guilherme de Tiro chegou mesmo a acusá-la de incesto com o tio.
Durante o combate o rei perdeu a sua pequena e famosa guarda real, mas manteve-se em bom espírito e, ágil e corajosamente escalou a encosta da montanha, agarrando-se às raízes das árvores... O inimigo subiu atrás dele, esperando capturá-lo, e à distância continuaram a lançar flechas contra ele. Mas Deus quis que a sua couraça o protegesse das flechas e, para evitar ser capturado, defendeu o penhasco com a sua espada sanguinária, cortando muitas cabeças e mãos. | ||
—Odo de Deuil, historiador, sobre o massacre de Laodiceia |
A expedição foi marcada pela discórdia entre os franceses e os alemães, a inexperiência de o Jovem, que se mostrou indeciso e irresoluto, e os desentendimentos com os bizantinos que, com justificadas reservas contra os cruzados, não lhes deram as ajudas que pretendiam. O rei francês foi derrotado pelos turcos na Ásia menor e teve mais reveses na Síria: à saída de Laodiceia (actual cidade de Lataquia) foram emboscados. Bombardeados por flechas e pedregulhos, viram os turcos descer das montanhas em grandes números e o massacre começou.
Luís forçou Leonor a segui-lo, sair de Antioquia e chegar a Jerusalém, onde cumpriria a peregrinação a que se propusera. Em Junho de 1148 tentou tomar Damasco mas foi repelido. Passaram ainda um ano na Terra santa antes de voltarem separadamente a França, por mar, sob os protestos de Leonor, que ainda pretendia auxiliar Raimundo. Luís chegou a ser aprisionado pelos bizantinos antes de ser libertado pelo normando Rogério II da Sicília. A sua participação na cruzada foi gravemente prejudicial para o seu reino, terminando num completo fracasso a todos os níveis:
Financeiro: a expedição esvaziou consideravelmente o tesouro real
Político: uma vez que o rei não estava presente para governar directamente o reino durante dois anos, perdeu influência sobre os grandes senhores feudais
Militar: a cruzada fora uma sucessão de derrotas militares, nas quais pereceram uma boa parte da sua cavalaria e um grande exército
Dinástico e patrimonial: iniciou-se aqui a ruptura do rei com Leonor e o ducado da Aquitânia
Territorial: depois da separação, Leonor recuperaria os domínios que trouxera em dote
Estratégico: o posterior casamento de Leonor com o futuro rei da Inglaterra traria imensos territórios a essa coroa, permitindo assim a imponente presença no continente de um rival importante da França
Separação de Leonor da Aquitânia |
A partir da viagem de retorno à França, em novembro de 1149, Luís VII pensou em separar-se de Leonor da Aquitânia, uma vez que o casal nunca se entendera política e pessoalmente. O papa Eugénio III, na ocasião de uma paragem na abadia do Monte Cassino, e depois o Abade Suger de Saint-Denis, conseguiram reconciliá-los. Em 1150 nascia Alice de França, a segunda filha do casal.
No entanto, depois da morte de Suger no ano seguinte, não tendo ainda um filho varão, e com Leonor a envelhecer, o rei continuava a desejar a separação, encontrada finalmente no concílio de Beaugency: Audearda de Borgonha, a bisavó de Leonor, era neta de Roberto o Pio, avô do rei, pelo que eram primos de 9.º grau civil, mas de 5.º grau canónico. Por motivo de consanguinidade a anulação do casamento foi pronunciada a 21 de Março de 1152.[1]
A duquesa da Aquitânia retomou a posse do seu dote e, a 18 de Maio de 1152, casou-se em segundas núpcias com Henrique II Plantageneta, conde de Anjou, que se tornaria rei da Inglaterra em 1154. Ele tinha 19 anos e ela, 30. Esse erro político foi o início de uma rivalidade contínua entre os reinos da França e de Inglaterra que iria se perpetuar ao longo da história das duas nações.
O próprio Luís VII abriria as hostilidades. Por este ter-se casado sem a autorização do seu suserano, conduziu uma guerra contra Henrique, que resultaria em humilhação, com os seus exércitos desbaratados, as terras saqueadas e propriedade roubada. Entretanto, foi atacado por uma febre e voltou para a Ilha-de-França.
Posteriormente apoiaria as revoltas da Bretanha e de Poitou contra a Inglaterra, e a dos filhos de Henrique II contra o pai. Foi ajudado nesta política pelo despotismo de Henrique, que provocou a revolta de vassalos poderosos; pelo apoio do clero ao rei francês, devido à piedade deste e das estreitas ligações históricas entre o episcopado e a realeza capetiana; e pela exigência de domínios próprios, pelos filhos de Henrique ao pai, que encontrariam refúgio e protecção em França, também apoiados por sua mãe, Leonor.
Política interna e externa |
Na Primavera de 1154, Luís VII casou-se em segundas núpcias com Constança de Castela (1138–60), filha de Afonso VII de Leão e Castela e Berengária de Barcelona. Quatro anos depois nascia a primeira filha do casal, Margarida de França. Luís reconciliou-se com Henrique II da Inglaterra, com a promessa de um casamento entre os seus filhos, Margarida e Henrique o Jovem.
Mas, a partir de Março de 1159, Henrique tomou o condado de Toulouse ao conde Raimundo V. Durante o Verão, a pretexto ir visitar a sua irmã, a condessa Constança, Luís entrou na cidade com uma pequena escolta. Declarou então que o angevino não podia cercar a cidade de Toulouse com o seu suserano lá dentro e obrigou-o a levantar o cerco.
No mesmo ano, o imperador Frederico Barba Ruiva declarou a sua pretensão a Arles e apoiou a eleição do antipapa Victor IV contra o papa Alexandre III. Depois de, por duas vezes, Frederico não se ter encontrado com Luís em Saint Jean de Losne (a 29 de Agosto e a 22 de Setembro de 1162), o rei francês apoiou a causa do papa, que viveu em Sens de 1163 a 1165.
A 4 de Outubro de 1160 a rainha Constança de Castela morreu ao dar à luz a segunda filha do casal, Adélia de França (também chamada de Adelaide ou Alice). O rei viúvo fez uma aliança com os condes da Flandres e de Champanhe ao casar, a 13 de novembro, com Adélia de Champanhe (ou Adélia de Blois). No mesmo ano Henrique II prestou vassalagem a Luís pelo ducado da Normandia em nome de Henrique o Jovem.
Em 1163 foi colocada a primeira pedra da actual catedral de Notre-Dame de Paris pelo Papa Alexandre III. Luís VII ofereceu a soma de duzentas libras para a construção, orientada pelo bispo Maurice de Sully de Paris. Na Inglaterra, Henrique II desentendeu-se com Thomas Becket, arcebispo da Cantuária, que recebeu o apoio do rei francês mas seria assassinado em 1170 por quatro cavaleiros fiéis ao rei inglês.
A 21 de agosto de 1165 nasceu finalmente o desejado herdeiro do trono, Filipe Augusto. Quatro anos depois foi assinado um tratado para o casamento de Adélia de França e Ricardo Coração de Leão. Em 1171 nasceu a última filha de Luís, Inês de França (também chamada de Ana).
Desde 1172 Luís VII incentivou Henrique o Jovem e Ricardo Coração de Leão, a revoltarem-se contra o pai. Mas a rivalidade entre os filhos de Henrique e a indecisão política do francês determinaram o fim da coligação de 1173–74 e, no final do ano seguinte, os reis da França e da Inglaterra assinaram umas tréguas provisórias e na primavera de 1174 reafirmaram a intenção de casar Adélia e Ricardo.
Em 1177 o papa impôs a Henrique II a conclusão do tratado de Ivry, assinado a 21 de setembro, pelo qual os dois reis juraram amizade mútua. A 1 de Novembro de 1179 Luís fez sagrar o seu filho Filipe II de França e, exausto pela doença, não pôde estar presente na cerimónia. Abandonaria o poder nas mãos do filho no ano seguinte. Filipe seria o último rei a ser coroado durante a vida do seu antecessor, segundo a tradição dos primeiros capetianos, iniciada pelo próprio Hugo Capeto.
Em 1180 Inês de França ficou noiva de Aleixo II Comneno. Em 22 de junho do mesmo ano a assinatura de um pacto de não-agressão, o tratado de Gisors, seguiu-se ao de Ivry e marcou o fim de uma série de guerras contínuas entre a França e a Inglaterra.
Morte e legado |
Luís morreu a 18 de setembro de 1180 em Melun de caquexia acompanhada de paralisia. Foi sepultado no dia seguinte na abadia real de Saint-Port de Barbeau, que fundara próximo a Fontaine-le-Port, nas margens do rio Sena, entre Melun e Fontainebleau. Foi sucedido pelo seu filho Filipe Augusto, que já exercia o poder de facto desde 28 de Junho, quando o seu pai abandonou o poder em seu favor.
Apesar de mais educado para o clero que para o governo, Luís VII teve um papel importante na história da França:
- Consolidou o poder real nas províncias sob a sua influência e combateu o poder feudal
- Cercou-se de alguns conselheiros de grande qualidade e publicou ordenanções importantes para a gestão do reino
- O reino da França enriqueceu sob o seu reinado, a agricultura transformou-se e ganhou produtividade, a população aumentou, o comércio e a indústria foram desenvolvidos, surgiu um verdadeiro renascimento intelectal e o território cobriu-se de castelos e fortes construídos em pedra.
- Reforçou poderosas ligações com o clero e o papado
Mas a Segunda Cruzada foi calamitosa e a separação de Leonor da Aquitânia foi um erro crasso, que forneceu os meios para um vassalo menor se impor, colocando a coroa da França em inferioridade territorial durante cerca de meio século. Foi necessária a acção de três grandes reis, Filipe Augusto, Luís VIII o Leão e Luís IX para reverter a situação e reduzir as consequências deste erro político.
Tal como na Inglaterra com Henrique II, a monarquia, até a esta época itinerante, foi fixada em Paris, uma vez que a presença do rei já não era necessária por todos os seus domínios. Foi formado um embrião de administração central e local. Os poderosos do reino, seus familiares, tornaram-se seus conselheiros e formariam o Conselho do rei, os serviços centrais da monarquia reagruparam os chefes dos serviços domésticos do palácio. Nas províncias, prebostes foram encarregados de recolher as receitas, criar contingentes militares e administrar justiça. Como o seu pai, Luís sustentou o movimento de emancipação das comunas, a cedência de privilégios às comunidades rurais e a emancipação dos servos.
Descendência |
Luís casou-se três vezes. Do seu primeiro casamento com Leonor da Aquitânia (1122–1204), filha de Guilherme X de Poitiers e de Leonor de Châtellerault, nasceram:
Maria Capeto (1145 – 11 de Março de 1198), casada em 1164 com Henrique I de Champanhe e de Troyes, filho de Teobaldo IV de Blois (1085 – 8 de Outubro de 1152) e de Matilde da Caríntia (1090–?)
Alice Capeto (1150–95), casada em 1164 com Teobaldo V de Blois (1140–90), conde de Blois e de Chartres filho de Teobaldo IV de Blois (1085–1152) e de Matilde da Caríntia (1090–?).
Depois da anulação do matrimónio com Leonor (1152), casou-se em 1154 com Constança de Castela (1141–60), filha de Afonso VII de Leão e Castela e Berengária de Barcelona, de quem teve:
Margarida de França (1158–97), casada em Neubourg no dia 2 de Novembro de 1160 com Henrique o Jovem da Inglaterra, filho de Henrique II de Inglaterra e de (1133–89) Leonor da Aquitânia (1122–1204) e em 1186 com o rei Bela III da Hungria
Adélia de França (1160–1218 ou 1221), noiva de Ricardo I de Inglaterra, casou em 1195 com Guilherme III, conde de Ponthieu
Ao enviuvar, Luís casou-se pela terceira vez em 13 de Novembro de 1160 com Adélia de Champanhe ou de Blois, (1140 – Paris, 4 de Junho de 1206), filha de Teobaldo IV de Blois (1085 – 8 de Outubro de 1152) e Matilde da Caríntia (1190–?), de quem teve:
Filipe Augusto (21 de Agosto de 1165 – 14 de Julho de 1223), seu sucessor no trono da França e que foi casado por três vezes, a primeira em 1180 com Isabela de Hainaut (23 de Abril de 1170 – 15 de Março de 1190), a segunda em 1193 com Ingeburg da Dinamarca, princesa da Dinamarca (1170 – 29 de Julho de 1236) e a terceira em 11 de Junho de 1196 com Inês de Andechs (1170 – 29 de Julho de 1201).
Inês de França (1171–1240), casada em 1180 com Aleixo II Comneno, imperador de Constantinopla, em 1183 com o seu sucessor, Andrónico I Comneno, e a c.1204 com Teodoro Branas, senhor de Adrianópolis.
De uma amante desconhecida, teve ainda:
- Filipe Capeto de França (1161), filho ilegítimo[1]
Referências e bibliografia |
↑ abc Reis da dinastia capetiana de França (em inglês)
Louis VII, Yves Sassier, Fayard, 1991 (ISBN 2-213-02786-2)
Société des sciences et art de Vitry-le-François, Tomo 41
Eleanor of Aquitaine: A Biography, Marion Meade, 1977- La Dinastie Capétienne, Thierry Le Hête, Edição do Autor, 1ª Edição, La Bonneville-sur-Iton, 1998, pág. 15.
Precedido por Luís VI | Rei de França 1137–1180 (reinando subordinado a Luís VI desde 1131) | Sucedido por Filipe Augusto |
Precedido por Guilherme X | Duque da Aquitânia com Leonor da Aquitânia 1137–1152 | Sucedido por Henrique II da Inglaterra com Leonor da Aquitânia |