Aulo Cornélio Cosso (ditador em 385 a.C.)
Nota: Para outros significados, veja Aulo Cornélio Cosso (desambiguação).
Aulo Cornélio Cosso | |
---|---|
Ditador da República Romana | |
Ditadura | 385 a.C. |
Aulo Cornélio Cosso (em latim: Aulus Cornelius Cossus) foi um político da gente Cornélia nos primeiros anos da República Romana, nomeado ditador em 385 a.C.. É possível que seja o mesmo Aulo Cornélio Cosso, tribuno consular em 369 e 367 a.C.. Possivelmente era avô de Aulo Cornélio Cosso, cônsul em 343 e 332 a.C. e ditador em 322 a.C.[1].
Ditadura (385 a.C.) |
Em 385 a.C., ano dos tribunos consulares Aulo Mânlio Capitolino, Tito Quíncio Capitolino, Lúcio Quíncio Cincinato Capitolino, Públio Cornélio, Lúcio Papírio Cursor e Cneu Sérgio Fidenato Cosso[2], o Senado decidiu nomear Aulo Cornélio Cosso ditador para enfrentar mais uma ameaça ao território romano pelos volscos e da possibilidade de desordem interna por causa do avanço dos pedidos da plebe com a ajuda do patrício Marco Mânlio Capitolino. Como seu mestre da cavalaria (magister equitum) Tito Quíncio Capitolino.
Depois de juntar o exército, o ditador segue para enfrentar o inimigo, que havia recebido reforços de contingentes irregulares de jovens hérnicos e latinos, graças aos quais estavam em condições de enfrentar os romanos em superioridade numérica. Apesar desta vantagem, os romanos, pela enésima vez, derrotaram os inimigos e massacrando-os enquanto fugiam[3].
Neste ínterim, em Roma, Marco Mânlio Capitolino continuava a defender as leis plebeias, sem perder a oportunidade de aumentar sua popularidade junto à plebe, como no caso em que salvou um centurião que estava sendo processado num tribunal e corria o risco de tornar-se escravo, pagando, de seu próprio bolso, o débito, chegando a ponto de vender suas próprias terras para ajudar outros pobres devedores enquanto acusava os senadores malversação do erário público[4].
“ | "Pois não me fez bem nenhum ter salvado a fortaleza e o Capitólio se devo testemunhar meus concidadãos e camaradas acorrentados e escravizados como se fossem prisioneiros dos vencedores gauleses". Daí em diante ele pagou, perante todos, toda a quantia devida ao credor, restituiu a liberdade ao cidadão preso que implorava aos deuses e homens, que agradeciam agora Marco Mânlio, o libertador e pai da plebe romana | ” |
| — Lívio, Ab Urbe Condita VI, 2, 14.[4]. |
A situação na cidade tornava-se cada vez mais difícil para os patrícios, principalmente por causa das acusações de Mânlio de terem roubado do Tesouro o ouro dos gauleses. Neste ponto, o Senado ordenou a volta de Aulo Cornélio a Roma, interrompendo a campanha contra os volscos, para aliviar os ânimos dos romanos[5]. Já em Roma, Aulo, utilizando plenamente os poderes de seu cargo, ouviu o Senado, convocou Mânlio e instou-o a provar suas acusações. Mânlio se juntou aos seus aliados e, depois de acusar novamente os senadores, recusou-se a responder às intimações do ditador e, por isto, foi preso[6]. Depois da prisão e da celebração de um triunfo pela vitória contra os volscos, Aulo Cornélio renunciou ao posto.
Referências
↑ Louis Moréri e M. l'abée Goujet, Grand Dictionnaire historique, ou mélange curieux de l'histoire sacrée et profane (1674)
↑ Lívio, Ab Urbe Condita VI, 2, 11.
↑ Lívio, Ab Urbe Condita VI, 2, 13.
↑ ab Lívio, Ab Urbe Condita VI, 2, 14.
↑ Lívio, Ab Urbe Condita VI, 2, 15.
↑ Lívio, Ab Urbe Condita VI, 2, 16.
Bibliografia |
T. Robert S., Broughton (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas