Dinastia sefaua




A dinastia sefaua[1] (Sayfawa/Sefuwa) era a linhagem real dos maís (reis) do Império de Canem e depois do Império de Bornu. Surgem no século XI, com a usurpação do trono de Canem por Humé, e mantem-se no trono por séculos.[2]



Reis |

































































































































Nome
Reinado
Notas
Ref.

Humé
1075—1086
Fundador da dinastia, descendente de Ceife, de quem o nome dinástico deriva. É tido como primeiro monarca de Canem a converter-se ao islamismo e ascendeu ao trono mediante usurpação.

[1][3]

Dunama I
1086—1140
Sucessor de Humé, sob seu governo o Canem tornou-se soberano no lago Chade. Fez 3 hajes à Meca, tendo se afogado no mar Vermelho no terceiro. Diz-se que possuía um efetivo de 100 000 cavaleiros.

[1][2]

Bir
1140—1166
Sucessor de Dunama. Sucede-o no trono e então é sucedido por Abdalá.
[2]

Abdalá I
1166—1182
Sucessor de Bir. Sucede-o no trono e então é sucedido por Salmama.
[2]

Salmama I
1182—1210
Sucessor de Abdalá. Sucede-o no trono e então é sucedido por Dunama.
[2]

Dunama II
1210—1248
Filho de Salmama. Expandiu as fronteiras de Canem e capturou Zuila, o principal polo no Fezã do comércio transaariano. Fez haje a Meca e ordenou a construção de uma madraça no Cairo. Também lhe é atribuída a introdução dos corcéis do Egito e Norte da África em Canem e uma expedição fracassada contra os cuararafas.

[2][4]

Cadai
1248—1277
Sucessor de Dunama. Entrou em conflito com o irmão Bir II no reinado de Dunama. Como maí, enviou presentes ao califa Maomé I (r. 1249–1277) em Túnis e fez guerras de expansão, mas foi morto em combate.

[5][6]

Bir II
1277—1296
Sucessor de Cadai. Entrou em conflito com o irmão Cadai no reinado de Dunama. Como maí, teve um reinado pacífico e faleceu na capital Anjimi.

[5][6]

Ibraim I
1277—1296
Sucessor de Bir. Continuou a política de seus sucessores e conduziu um haje à Meca. Foi morto em combate.

[5][6]

Abdalá II
1315—1335
Sucessor de Ibraim. Governou dois decênios e faleceu pacificamente na capital.

[5][6]

Salmama II
1335—1339
Sucessor de Abdalá. Foi morto em combate contra os saôs.

[5][7]

Curi I
1339—1340
Sucessor de Salmama e filho de Abdalá II. Foi morto em combate contra os saôs.

[5][7]

Curi II
1340—1341
Sucessor de Curi e filho de Abdalá II. Foi morto em combate contra os saôs.

[5][7]

Maomé I
1341—1342
Sucessor de Curi e filho de Abdalá II. Foi morto em combate contra os saôs.

[5][7]

Idris I
1342—1366
Sucessor de Maomé e filho de Ibraim I. Conseguiu chegar a termos com os saôs e adotou uma política mais conciliatória com as tribos sujeitas a Canem.

[5][7]

Daúde I
1366—1377
Sucessor de Idris e filho de Ibraim I. Entra em guerra civil com seus sobrinhos que queriam suceder o pai. Essa guerra atraiu a atenção dos bulalas, que invadiram Canem e derrotaram Daúde.

[5][7]

Otomão I
1377—1379
Sucessor de Daúde. Foi morto em combate contra os bulalas.

[5][7]

Otomão II
1379—1381
Sucessor de Otomão e filho de Idris I. Foi morto em combate contra os bulalas.

[5][7]

Abacar I
1381—1382
Sucessor de Otomão e filho de Daúde I. Foi morto em combate contra os bulalas.

[5][7]

Omar I
1382—1387
Sucessor de Abacar e filho de Idris I. Com o agravo da situação, decide abandonar Canem e sua corte foi transferida para Bornu, onde se funda o Império de Bornu.

[5][7]


Referências




  1. abc Silva 2010.


  2. abcdef Lange 2010, p. 274.


  3. Lange 2010, p. 268-269; 274.


  4. Silva 2014.


  5. abcdefghijklmn Silva 2009.


  6. abcd Lange 2010, p. 262.


  7. abcdefghij Lange 2010, p. 263.



Bibliografia |



Lange, Dierk (2010). «Cap. X - Reinos e povos do Chade». In: Niane, Djibril Tamsir. História Geral da África – Vol. IV – África do século XII ao XVI. São Carlos; Brasília: Universidade Federal de São Carlos 



  • Silva, Alberto da Costa (2009). A Enxada e a Lança - A África Antes dos Portugueses. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira Participações S.A. ISBN 978-85-209-3947-5 


  • Silva, Alberto da Costa (2014). A Manilha e o Libambo - A África e a Escravidão, de 1500 a 1700. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira Participações S.A. ISBN 978-85-209-3949-9 








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