Hans Christian Andersen





Disambig grey.svg Nota: Para o filme de Charles Vidor, veja Hans Christian Andersen (filme).








































Hans Christian Andersen


Hans Christian Andersen em 1869 aos sessenta e quatro anos
Nascimento

2 de abril de 1805
Odense, Reino Unido da Dinamarca e Noruega (atual Dinamarca)
Morte

4 de agosto de 1875 (70 anos)
Copenhaga, Reino da Dinamarca
Nacionalidade

dano-norueguês
Ocupação

Escritor, poeta
Principais trabalhos

O Patinho Feio
A Pequena Sereia
A Polegarzinha

Género literário

Infantojuvenil
Viagem
Carreira musical
Período musical

1820 - 1870
Assinatura

Hans Christian Andersen Signature.svg
Página oficial

www.hcandersen.dk

Hans Christian Andersen (também conhecido na Escandinávia por H. C. Andersen ou pelo acrônimo H. C. A.) (Odense, 2 de abril de 1805 — Copenhaga, 4 de agosto de 1875) foi um escritor e poeta dinamarquês de histórias infantis.[1]


Em vida, escreveu peças de teatro, canções patrióticas, contos, histórias, e, principalmente, contos de fadas, pelos quais é mundialmente conhecido.[2] Desde o século XIX, seus contos já foram traduzidos para mais de 125 idiomas[3] e inspiraram inúmeras peças de dramaturgia, óperas, sinfonias e filmes.


Desde 1956, a organização não-governamental suíça International Board on Books for Young People (IBBY) concede o Hans Christian Andersen Award,[4] um prêmio literário batizado em homenagem ao autor, e que é considerado o "Prêmio Nobel da literatura infanto-juvenil".




Índice






  • 1 Biografia


  • 2 Obra


  • 3 Importância atual


  • 4 Ver também


  • 5 Referências


  • 6 Ligações externas





Biografia |




A casa preservada em Odense, hoje na Dinamarca moderna, em que Hans Christian Andersen nasceu em 1805.


Hans Christian Andersen nasceu no dia 2 de abril de 1805, na cidade de Odense, parte do então Reino Unido da Dinamarca e Noruega, no coração da ilha da Fiónia, a leste da península dinamarquesa, hoje território da atual Dinamarca. Era o único filho a sobreviver à primeira infância de Hans Andersen (1782—1816), um sapateiro, e Anne Marie Andersdatter (1773—1833), uma lavadeira. Quando nasceu, seus pais haviam se casado apenas muito recentemente, uma vez que, antes de conhecer Hans, Anne Marie havia tido um caso amoroso com Jørgensen Rosenvind, um ceramista casado e com ele tido uma filha, Karen Marie (1799—1846), meia-irmã de Hans Christian, que Rosenvind nunca registrou ou manteve qualquer contato. Logo após o casamento de Hans e Anne Marie, na primavera de 1804, Andersen registrou Karen (então com cinco anos) como sendo sua filha.


A infância de Hans Christian foi marcada pela pobreza e pela recorrente evasão escolar; toda a família vivia e dormia num único quarto. O pai adorava o filho, a quem fomentou a imaginação e a criatividade, contando-lhe histórias, apresentando-lhe obras como As Mil e Uma Noites[5] (embora ele próprio nunca tenha aprendido a ler e a escrever) e, mesmo, fabricando-lhe um teatrinho de marionetas.[2] Hans apresentava no seu teatro peças clássicas, tendo chegado a memorizar muitas peças de Shakespeare, que encenava com seus brinquedos rudimentares feitos à mão por ele e por seu pai.


Apesar da situação humilde, o pai de Andersen considerava-se ligado à nobreza. Segundo estudiosos do Hans Christian Andersen Center, sua avó paterna, Anne Cathrine Nommensdatter (1745—1822), dizia a seu pai que sua família no passado pertencera a alta classe dano-norueguesa e mesmo da União do Reino de Kalmar, dissolvida no século XVI. No entanto, as investigações provam que essas histórias não têm fundamento. A família aparentemente tinha ligações pregressas com a realeza em Copenhaga, mas através de emprego ou comércio. Hoje persistem especulações de que Andersen pode ter sido um filho ilegítimo da família real. Seja qual for o motivo, o rei Frederico VI teve um interesse pessoal nele quando jovem e pagou uma parte de sua educação.[6] Segundo o escritor Rolf Dorset, a ascendência de Andersen permanece indeterminada.


Em 1816, seu pai morreu e ele, com apenas onze anos de idade, foi obrigado a abandonar a escola.


Hans Christian foi forçado a se sustentar. Trabalhou como aprendiz de tecelão e, mais tarde, para um alfaiate. Aos catorze anos, mudou-se para Copenhaga para procurar emprego como ator. Tendo uma excelente voz de soprano, foi aceito no Teatro Real da Dinamarca, mas com o avançar da puberdade, sua voz logo mudou. Um colega do teatro disse-lhe que o considerava um poeta. Levando a sério a sugestão, começou a focar-se na literatura.[2]


Andersen nasceu e viveu numa época em que a Dinamarca regressava ao nacionalismo ancorado em valores ancestrais. De certa forma graças à sua infância pobre, Andersen teve a chance de conhecer os contrastes da sua sociedade, o que influenciou bastante as histórias infantis e adultas que viria a escrever quando mais velho.


Em Copenhaga, as suas atitudes diferentes rapidamente o isolaram como um lunático. Apesar da sua voz lhe ter falhado, foi admitido no Teatro Real pelo seu diretor, Jonas Collin, de quem se tinha aproximado e que seria seu amigo para o resto da vida. Andersen trabalhou no teatro como ator e bailarino, para além de escrever algumas peças.


Jonas Collin, que após um encontro casual com Andersen imediatamente sentiu um grande carinho por ele, enviou-lhe para uma escola em Slagelse, cobrindo todas as suas despesas.[7] Andersen já havia publicado seu primeiro conto, O Fantasma da Tumba de Palnatoke, em 1822. Embora não tenha sido um aluno exemplar, ele também frequentou a escola em Elsinore, até 1827.[8]


Apesar da sua aversão aos estudos, Andersen permaneceu em Slagelse e Elsinor até 1827, embora tenha confessado mais tarde que estes foram os anos mais escuros e amargos da sua vida. Durante esse período, Collin financiou os seus estudos.




Hans Christian Andersen em pintura de 1834 enquanto estava em Roma.


Em 1828, foi admitido na Universidade de Copenhaga. Em 1829, quando os seus amigos já consideravam que nada de bom resultaria da sua excentricidade, obteve considerável sucesso com Um passeio desde o canal de Holmen até à ponta leste da ilha de Amager, e acabou por alcançar reconhecimento internacional em 1835, quando lançou o romance O Improvisador, na sequência de viagens que o tinham levado a Roma, depois de passar por vários países da Europa.


Contudo, apesar de ter escrito diversos romances adultos, livros de poesia e relatos de viagens, foram os contos de fadas que tornaram Hans Christian Andersen famoso. Especialmente pelo fato de que, até então, eram muito raros livros voltados especificamente para crianças.


Ele foi, segundo estudiosos, a "primeira voz autenticamente romântica a contar histórias para as crianças" e buscava sempre passar padrões de comportamento que deveriam ser adotados pela nova sociedade que se organizava, inclusive apontando os confrontos entre "poderosos" e "desprotegidos", "fortes" e "fracos", "exploradores" e "explorados". Ele também pretendia demonstrar a ideia de que todos os homens deveriam ter direitos iguais.


Entre 1835 e 1842, Andersen lançou seis volumes de Contos, livros com histórias infantis traduzidos para diversos idiomas. Ele continuou escrevendo seus contos infantis até 1872, chegando à marca de 156 histórias. No começo, escrevia contos baseados na tradição popular, especialmente no que ele ouvia durante a infância, mas depois desenvolveu histórias no mundo das fadas ou que traziam elementos da natureza.




Pintura do autor datada do final do outono de 1846.


No final de 1872, Andersen ficou gravemente ferido ao cair da sua própria cama, e permaneceu com a saúde abalada até 4 de agosto de 1875, quando faleceu, em Copenhaga, onde foi enterrado.[9]



Obra |


Entre os contos de Andersen destacam-se:




  • O Abeto

  • O Patinho Feio

  • A Caixinha de Surpresas

  • Os Sapatos Vermelhos

  • O Pequeno Cláudio e o Grande Cláudio

  • O Soldadinho de Chumbo

  • A Pequena Sereia

  • A Roupa Nova do Rei

  • A Princesa e a Ervilha

  • A Pequena Vendedora de Fósforos''

  • A Polegarzinha

  • A Rainha da Neve

  • A Pastora e o Limpa-chaminés



Publicou ainda: O Improvisador (1835), Nada como um menestrel (1837), Livro de Imagens sem Imagens (1840), O romance da minha vida (autobiografia em dois volumes, publicada inicialmente na Alemanha em 1847), mas a sua maior obra foram os contos de fadas (Eventyr og Historier, ou Histórias e Aventuras) que publicou de 1835 a 1872, onde o humor nórdico se alia a uma bonomia sorridente, e onde usa simultaneamente a base constituída por contos populares e uma ironia dirigida aos contemporâneos.[2]
Publicou ainda Uma Visita em Portugal em 1866 sobre a sua estadia neste país em 1866.



Importância atual |


Graças à sua contribuição para a literatura juvenil, a data de seu nascimento, 2 de abril, é o Dia Internacional do Livro Infantojuvenil. Além disso, o mais importante prémio internacional do gênero, o Prêmio Hans Christian Andersen, tem seu nome.


Anualmente, a International Board on Books for Young People (IBBY) oferece a Medalha Hans Christian Andersen para os maiores nomes da literatura infantojuvenil.
Em 2003 foi lançado o filme A vida num conto de fadas (no original em inglês, Hans Christian Andersen: My Life as a Fairy Tale), no qual foi romanceada a história de Andersen, mesclando trechos de seus contos com sua vida.


Hans Christian Andersen visitou Portugal em 1866 a convite da família O'Neill, cuja amizade terá sido alimentada nos bancos da escola em Copenhaga. Durante a sua estadia de cerca de dois meses em Portugal, regista as suas impressões sobre várias cidades portuguesas (Lisboa, Setúbal, Palmela, etc.) fazendo grandes elogios à sua paisagem.


"O sol brilhava no céu claro e sobre as águas tranquilas. Em frente erguia-se Lisboa nas suas soberbas colinas, como uma monumental ampliação fotográfica. À medida que nos afastávamos, evidenciavam-se os recortes como vagas enormes de casas e palácios.[…]".[10]


Em 2012, um manuscrito do autor intitulado A Vela de Sebo (em dinamarquês: Tællelyset) foi encontrado pelo historiador dinamarquês Esben Brage.[11] Trata-se do primeiro texto inédito de Hans Christian Andersen descoberto em quase cem anos, já que a última obra inédita do autor "O livro da minha vida" (em dinamarquês: Levnedesbog) tinha sido encontrado na Real Biblioteca da Dinamarca pelo escritor Hans Brix em meados de 1920.[12]



Ver também |



  • Lista Completa das Fábulas de Hans Christian Andersen

  • Unge Andersen

  • Literatura infantojuvenil

  • Prêmio Hans Christian Andersen

  • Prémio de literatura Hans Christian Andersen

  • Controvérsia sobre a sexualidade de Hans Christian Andersen



Referências




  1. Miranda, Ulrika Junker; Anne Hallberg (2007). «HC Andersen». Bonniers uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag. p. 33. 1143 páginas. ISBN 91-0-011462-6  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)


  2. abcd «Hans Christian Andersen - Biografia». UOL - Educação. Consultado em 3 de agosto de 2012 


  3. «Título ainda não informado (favor adicionar)». web.archive.org 


  4. «Título ainda não informado (favor adicionar)». www.ibby.org 


  5. Rossel, Sven Hakon (1996). Hans Christian Andersen: Danish Writer and Citizen of the World. Rodopi. ISBN 90-5183-944-8.


  6. «Hans Christian Andersen - Childhood and Education». www.danishnet.com . Danishnet. Página visitada em 3 de julho de 2012


  7. «H.C. Andersens skolegang og livet i Slagelse». Hcandersen-homepage.dk. Consultado em 2 de abril de 2010 


  8. «H.C. Andersens skolegang i Helsingør Latinskole». Hcandersen-homepage.dk. Consultado em 2 de abril de 2010 


  9. Hans Christian Andersen (em inglês) no Find a Grave


  10. ANDERSEN, Hans Christian - Uma visita em Portugal em 1866. 4.ª ed. [S.l.]: Gailivro, 2003. p. 54.


  11. «Folha: "A Vela de Sebo", o primeiro conto de Andersen». www1.folha.uol.com.br 


  12. «Hedra online: Conto inédito de Hans Christian Andersen». hedraonline.posterous.com 



Ligações externas |












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