Cucurbitaceae
Cucurbitaceae | |||||||||||
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Hodgsonia heteroclita | |||||||||||
Classificação científica | |||||||||||
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Géneros | |||||||||||
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Cucurbitaceae é uma família de plantas eudicotiledôneas fabídeas, de haste rastejante, rupícolas ou terrícolas, frequentemente com gavinhas de sustentação, que reúne cerca de mil espécies entre as quais várias domesticadas e de grande importância econômica tais como abóbora, melão, melancia, bucha, cabaça (cuia), abobrinha, pepino, etc.
As plantas dessa família podem ser dióicas ou monóicas e a maioria são anuais, ou seja, morrem depois de se reproduzirem.
Possuem uma ampla distribuição global, mas ocorrem principalmente nos trópicos e subtrópicos.
Os frutos desta família são do tipo perônio, às vezes referidos como pseudobagas.
Índice
1 Diversidade taxonômica
2 Morfologia
2.1 Folhas
2.2 Flores
2.3 Frutos e sementes
3 Polinização e dispersão
4 Distribuição geográfica
4.1 Gêneros no Brasil[6]
5 Relações filogenéticas
6 Referências
Diversidade taxonômica |
Existem cerca de mil espécies identificadas dentro das Cucurbitaceae que estão distribuídas em cerca de 140 gêneros.[1]
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- Na classificação taxonômica de Jussieu (1789), Cucurbitaceae é uma ordem botânica da classe Dicotyledones, Diclinae (flores unissexuadas), Apetalae (não tem corola), com os estames separados; isto é, em uma flor diferente dos pistilos. A ordem no Sistema de Jussieu apresenta 16 gêneros.[2]
Morfologia |
As plantas da família Cucurbitaceae são herbáceas ou lianas sublenhosas e possuem, em geral, gavinhas espiraladas e muitas vezes ramificadas que são dispostas lateralmente nos nós[3]
Geralmente possuem alcalóides e saponinas triterpenóides amargas, tetra ou pentacíclicas.[3]
Folhas |
As folhas são simples, alternas ou espiraladas, frequentemente palmado-lobadas e com venação palmada. Podem ter as margens mais ou menos serreadas e dentes cucurbitóides (muitas nervuras convergindo no dente e terminando em um ápice glandular expandido e mais ou menos translúcido). Não possuem estípulas. Nectários extraflorais podem estar presentes. Ocorrem pêlos simples com parede calcificada e um cistólito (concreção de carbonato de cálcio) na base.[3][4][5]
Flores |
As flores estão organizadas em inflorescências axilares variáveis em tipo e às vezes reduzidas a apenas uma flor terminal. As flores são geralmente unissexuais, actinomorfas, com perianto bisseriado e diclamídeo e hipanto. As sépalas são geralmente imbricadas e em número de cinco, em geral conatas (intimamente unidas desde a origem) e às vezes reduzidas. As pétalas são geralmente cinco, conatas, campanuladas, com um tubo estreito e lobos expandidos no ápice, ou quase planas. A coloração varia entre branco, passando pelo amarelo e alaranjado, e vermelho. É frequente na família flores que se abrem somente por um dia. Os estames são de três à cinco, adnatos ao hipanto, diversamente conatos e modificados, geralmente parecendo ser três ou apenas um, com anteras uniloculares e grãos de pólen com três ou mais sulcos e/ou poros. Os carpelos são geralmente três, conatos, com ovário ínfero, placentação parietal, e geralmente três estigmas. Os óvulos geralmente são numerosos por placenta. Possuem nectários diversos.[3][4][5]
Frutos e sementes |
Nas Cucurbitaceae, ocorre um fruto do tipo baga que é chamado de pepônio. No fruto do tipo pepônio, hipanto e epicarpo formam uma casca coriácea e no interior ocorre crescimento das placentas preenchendo o lóculo. As sementes são achatadas com testa composta por várias camadas, sendo que a mais externa pode ser carnosa. O endosperma é escasso ou ausente.[3]
Polinização e dispersão |
Por serem vistosas e possuírem néctar, as flores de Cucurbitaceae atraem diversos insetos, aves e morcegos. O androceu possui coloração e aspecto semelhante ao gineceu, assim, os polinizadores visitam tanto flores estaminadas (masculinas) quanto carpeladas (femininas). A polinização cruzada é promovida pela dioicia e presença de flores unissexuais.[3] A dispersão das bagas são feitas na maioria das vezes por animais. Em Momordica ocorre abertura das cápsulas com exposição das sementes que são coloridas e carnosas para dispersão por aves.[3]
Distribuição geográfica |
As Cucurbitaceae possuem uma ampla distribuição global, mas ocorrem principalmente nos trópicos e subtrópicos, com poucas espécies de regiões temperadas.[3] No Brasil ocorrem cerca de 30 gêneros distribuídos em todos os estados e em todos os domínios fitogeográficos: amazônia, caatinga, cerrado, mata atlântica, pampa e pantanal.[6]
Gêneros no Brasil[6] |
Apodanthera | Gurania | Pteropepon, |
Cayaponia | Helmontia | Rytidostylis |
Ceratosanthes | Lagenaria | Sechium |
Citrullus | Luffa | Selysia |
Cucumis | Melothria | Sicana |
Cucurbita | Melothrianthus | Sicydium |
Cyclanthera | Momordica | Sicyos |
Echinocystis | Posadaea | Siolmatra |
Echinopepon | Pseudocyclanthera | Tricosanthes |
Fevillea | Psiguria | Wilbrandia |
Relações filogenéticas |
Cucurbitaceae é uma família monofilética de plantas angiospermas eudicotiledôneas. É uma das oito famílias da ordem Cucurbitales, inserida no grupo das fabídeas que, por sua vez, estão inseridas no grande clado das Rosídeas.[7] Dentro das Cucurbitales análises filogenéticas indicam Cucurbitaceae como grupo irmão do clado que contém as famílias Tetramelaceae, Datiscaceae e Begoniaceae.[8] Cucurbitaceae é tradicionalmente dividida em subfamílias, tribos e subtribos. As duas subfamílias são Nhandiroboideae, com uma única tribo (Zanonieae) e cinco subtribos, e Cucurbitoideae com dez tribos e nove subtribos.[9] Estudos filogenéticos baseados em caracteres moleculares dão suporte a classificação das subfamílias e da maioria de tais tribos, mas indicam que a maioria das subtribos não são monofiléticas.[10]
Referências |
↑ The Plant List (2013). «Cucurbitaceae». Consultado em 24 Jan. 2017
↑ JUSSIEU, Antoine Laurent de (1789). «Ordem Cucurbitaceae em "Genera Plantarum, secundum ordines naturales disposita juxta methodum in Horto Regio Parisiensi exaratam»
↑ abcdefgh JUDD, Walter S. (2009). Sistemática Vegetal: Um enfoque filogenético. Porto Alegre: Artmed. pp. 396–398
↑ ab SIMPSON, M. G. (2010). Plant Systematics. Amsterdam: Elsevier. pp. 341–343
↑ ab WATSON, L. (2016). «The families of flowering plants: descriptions, llustrations, identification, and information retrieval». Consultado em 29 de janeiro de 2017
↑ ab Flora do Brasil 2020 em construção. «Cucurbitaceae». Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Consultado em 24 Jan. 2017
↑ APG 2016. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181, 1–20. DOI: 10.1111/boj.12385.
↑ Zhang, L.-B. [et al. 2006], Simmons, M. P., Kocyan, A., & Renner, S. S. 2006. Phylogeny of the Cucurbitales based on DNA sequences of nine loci from three genomes: Implications for morphological and sexual system evolution. Mol. Phyl. Evol. 39: 305-322.
↑ Jeffrey, C., 2005. A new system of Cucurbitaceae. Bot. Zhurn. 90, 332–335.
↑ KOCYAN, Alexander et al. A multi-locus chloroplast phylogeny for the Cucurbitaceae and its implications for character evolution and classification. Molecular Phylogenetics And Evolution, v. 44, n. 2, p.553-577, ago. 2007. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.ympev.2006.12.022.