Sayyid Qutb
Sayyid Qutb | |
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Nascimento | 9 de outubro de 1906 |
Morte | 29 de agosto de 1966 (59 anos) Cairo |
Cidadania | Egito |
Ocupação | político, escritor, filósofo, jornalista, poeta |
Religião | Muçulmano |
Causa da morte | enforcamento |
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Sayyid al-Qutb Ibrahim ou simplesmente Sayyid Qutb (em árabe: سيد قطب) - 8 de outubro de 1906 - 29 de agosto de 1966) foi um poeta, ensaísta, crítico literário egípcio e ativista político e militante radical muçulmano, ligado à Irmandade Muçulmana, uma das principais entidades fundamentalistas islâmicas.
O pensamento de Qutb é considerado por muitos historiadores como uma das principais influências formadoras da Al-Qaeda, notadamente das duas figuras centrais da organização, Ayman al-Zawahiri e Osama bin Laden. Qutb foi um dos teóricos fundamentais do islamismo e o ideólogo da Irmandade Muçulmana.
Sua obra foi traduzida para o farsi (persa) pelo próprio Aiatolá Khomeini e suas ideias, desde a revolução islâmica de 1979, têm sido colocadas em prática no Irão[1].
Ideário e influências |
Foi considerado um dos principais teóricos do islamismo moderno e assentava sua visão política e ideológica no que entendia ser a necessidade de "limpeza" da sociedade muçulmana de qualquer influência ocidental. Além disso, pregava que os Estados muçulmanos contemporâneos seriam regimes ímpios e apóstatas, ao aplicar leis seculares e laicas ao invés da sharia, instituída por Allah.
Seu pensamento político literalista e revivalista fundamenta-se na ideia de que os homens devem ser governados pelas leis extraídas do Corão (a Sharia), que provêm de Deus e não por suas próprias leis. A autoridade política, segundo essa concepção integrista, deve ser exercida por conselhos de doutores na Sharia[1].
Em seu mais influente livro, Marcos ao Longo do Caminho (Maalim fil Tarik), escrito em 1964, na prisão, Qutb explicita o seu conceito político anti-ocidental mais conhecido: a jahilya, ou ignorância pagã e rebelião contra Deus. Segundo ele, a "religião é realmente a declaração universal da liberdade do homem sobre a servidão imposta por outros homens e da servidão aos seus próprios desejos, que é uma outra forma de servidão humana; é uma declaração segundo a qual a soberania pertence a Deus apenas e que somente Ele é o senhor de todos os mundos" Ainda conforme Qutb: "todo sistema no qual as decisões finais estão referidas aos seres humanos e nos quais as fontes da autoridade são humanas, deificam os seres humanos por designarem outros que não Deus como soberanos sobre os homens. Essa declaração quer dizer que a autoridade usurpada de Deus deve ser reconduzida a Ele e que os usurpadores devem ser expulsos - aqueles que por si próprios tramam leis para outros seguirem, assim elevando-se ao status de senhores e reduzindo os outros ao status de escravos. Em suma, proclamar a autoridade e a soberania de Deus significa eliminar todo o domínio humano e anunciar a lei Daquele Que Sustenta o universo sobre o mundo inteiro. Nos termos do Corão" (Qutb, 1964: cap 4)[1].
No entanto, muitos críticos questionam seu entendimento da Sharia e condenam muitas de suas idéias, como justiça social e banimento da escravidão como influências ocidentais. Eles acusam Qutb de amadorismo acadêmico, uso exagerado de ijtihad, inovação em Ijma, e erros diversos em aqeedah (crença) e manhaj (metodologia).[2][3]
Referências
↑ abc Origem dos movimentos islâmicos revolucionários, por Luis Milman, Revista Espaço Acadêmico, n.º 35, Abril de 2004
↑ «REFORMER SAYYID QUTB EXPOSES HIS SOCIALISTIC IDEAS»
↑ Baraaah Ulamaa il-Ummah of Isaam bin Sinaanee (a compilation of the sayings of the scholars on the deviations of Sayyid Qutb)