Sereia





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A Mermaid (Uma Sereia) de John William Waterhouse


Sereia ou Sirena é uma figura da mitologia, presente em lendas que serviram para personificar aspectos do mar ou os perigos que ele representa. Quase todos os povos que dependiam do mar para se alimentar ou sobreviver, tinham alguma representação feminina que enfeitiça os homens até se afogarem.[1][2] O mito das criaturas híbridas, representadas na mitologia grega, como um ser que continha o corpo de um pássaro e a delicadeza de uma mulher. Ao longo do tempo, transfiguram-se na Idade Média em mulheres metade peixe.[3][4] É provável que o mito tenha tido origem em relatos da existência de animais com características próximas daqueles que, mais tarde, foram classificados como sirénios.




Índice






  • 1 Etimologia


  • 2 Mitologia Grega


  • 3 Sereias modernas


  • 4 Sereias nas diversas culturas


    • 4.1 Oriente Médio


    • 4.2 Mitologia Francesa


    • 4.3 Mitologia Africana


    • 4.4 Folclore britânico


    • 4.5 Ilhas Guam


    • 4.6 Mitologia Japonesa




  • 5 Folclore Brasileiro


    • 5.1 Iara


    • 5.2 Gruta das Encantadas


    • 5.3 A Sereia da Furna do Diamante




  • 6 Ver também


  • 7 Referências





Etimologia |


A palavra da língua portuguesa "sereia" (do português arcaico serẽa) e suas equivalentes em outras línguas latinas derivam do grego antigo Σειρῆν no singular (Σειρῆνες no plural), Seirến, enquanto a palavra "sirena" deriva de Σειρήνα, Seirína, nomes de um ser mitológico.[5] No português, os equivalentes masculinos das sereias são chamados de tritões, nomes de seres da mitologia grega que não estavam relacionados às antigas sirenas da mitologia.[6]



Mitologia Grega |




Sereia de Canosa (século IV a. C.)


A mitologia grega foi a quem mais colaborou com o imaginário ocidental. Em 1100 a.C., eles criaram não só as sereias como as sirenas: mulheres-pássaros que causavam naufrágios ao distrair marinheiros com a voz. Diferentemente das mulheres-peixe, nunca se apaixonavam por humanos. Eram filhas do deus-rio Aqueloo, criadas para serem amigas de Perséfone, filha de Zeus e Deméter.[2]


Filhas do rio Achelous e da musa Terpsícore, tal como as harpias, habitavam os rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália. Eram tão lindas e cantavam com tanta doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali para os navios colidirem com os rochedos e afundarem. Odisseu, personagem da Odisseia de Homero, conseguiu salvar-se porque colocou cera nos ouvidos dos seus marinheiros e amarrou-se ao mastro de seu navio, para poder ouvi-las sem poder aproximar-se. As sereias representam na cultura contemporânea o sexo e a sensualidade.


Na Grécia Antiga, porém, os seres que atacaram Odisseu eram, na verdade, retratados como sendo sereias, mulheres que ofenderam a deusa Afrodite e foram viver numa ilha isolada. Se assemelham às harpias, mas possuem penas negras, uma linda voz e uma beleza única.


Algumas das sereias citadas na literatura clássica são:




  • Pisinoe (Controladora de Mentes),


  • Thelxiepia (Cantora que Enfeitiça),


  • Ligeia (Doce Sonoridade),


  • Aglaope,


  • Leucosia,


  • Parténope.


Segundo a lenda, o único jeito de derrotar uma sereia ao cantar seria cantar melhor do que ela.


Em 1917, Franz Kafka escreveu o seguinte no conto O silêncio das sereias:


As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio.



Sereias modernas |




Sereia no século 12. Igreja de São Cristóvão de Rio Mau


Na Idade Média, as sereias com caudas de peixe foram primeiramente descrito por um monge da Abadia de Malmesbury em torno de 680 d.C.[7] Para o Cristianismo estes seres significavam pecado, vaidade e luxúria.[4] As sereias dos bestiários e outros manuscritos medievais desempenhavam as funções básicas de mostrar a bondade e a riqueza da Criação de Deus; e personificar os pecados mortais, as tentações da carne e a vaidade como pecado corporificado na beleza, no espelho e no pente, os inseparáveis objetos característicos da imagem contemporânea das sereias.[8] Por essa razão, são relativamente comuns na arte sacra, como decoração de igrejas e altares. Junto com os dragões, as sereias são um dos animais fantásticos mais representados no Românico Português.[4] O fortalecimento das histórias, podem ser das histórias de marinheiros, que pensavam que tinham visto essas criaturas na espuma do oceano e do mar. Na realidade, eles provavelmente viram vaca-marinha-de-steller ou peixes-boi.[7]



Sereias nas diversas culturas |




Atargatis, Nabatean, Jordan Archaeological Museum



Oriente Médio |



Ver artigo principal: Atargatis

A primeira referencia às sereias vem da Assíria (1000 a.C.): a deusa síria do céu, do mar, da chuva e da vegetação, também cultuada pelos romanos como Dea Syria. Deusa poderosa com atributos muito complexos, Atargatis podia ter várias representações. Como deusa celeste, ela surgia cercada de águias, viajando sobre as nuvens. Como regente do mar, poderia ser uma deusa serpente ou peixe. Podia ainda ser a essência fertilizadora da chuva, com a água vindo das nuvens e das estrelas. Ainda podia aparecer como a própria deusa da terra e da vegetação, cuidando da sobrevivência de todas as espécies. Um mito antigo descreve a descida de Atargatis do céu como um ovo, do qual surgiu uma linda deusa sereia.[9]



Mitologia Francesa |



Ver artigo principal: Melusina


Mitologia Africana |



Ver artigo principal: Mami Wata


Folclore britânico |




The Mermaid of Zennor (A sereia de Zennor) de John Reinhard Weguelin


Em sua igreja de Zennor, em Cornualha, uma sereia, está esculpida na lateral de um banco que data do século 15.[10] A sereia de Zennor, é um conto de uma sereia apaixonou-se por um rapaz e o atraiu para o mar.



Ilhas Guam |




Estátua de Sirena em Agana, Guam, EUA


Sirena: Uma sereia lendária de Guam é um conto da jovem Sirena, que viveu em Agana e que adorava nadar foi amaldiçoada pela mãe a virar peixe. Mas a avó interveio e a transformação só rolou pela metade. A moça se tornou protetora dos marinheiros[11]



Mitologia Japonesa |




Konjaku Hyakki Shui de Toriyama Sekien


As sereias são chamadas no Japão de “ningyo”, e as duas histórias mais conhecidas de ningyo são a de Amabie e a de Yao Bikuni. A palavra ningyo, formado pelos kanji “nin”, pessoa, e “gyo”, peixe, traduzida como sereia, é utilizada para designar as criaturas ocidentais metade peixe-metade ser humano e também as criaturas orientais que possuem características aquáticas e humanas.[12]


Com o torso e o rosto variando entre humano e peixe, as sereias nipônicas possuem dedos longos, garras afiadas e brilhantes escamas douradas, podendo variar em tamanho, desde o tamanho de uma criança a um adulto. Suas cabeças foram, por vezes, descritas como sendo deformadas, possuidoras de chifres, ou dentes proeminentes. Em outras versões, as sereias são descritas com uma forma que lembra a versão mais familiar de sereias ocidentais, mas com uma aparência sinistra, meio demoníaca. Segundo a lenda, são capazes de emitir um canto agradável como a canção de um pássaro ou o doce som de uma flauta. Mas, ao contrário das sereias das lendas do Atlântico e do Mediterrâneo, uma Ningyo do Pacífico e do Mar do Japão são criaturas horríveis, sendo consideradas como um pesadelo surreal ao invés de uma mulher sedutora. Porém, acredita-se que a carne de uma Ningyo pode conceder a imortalidade e, suas lágrimas transformam-se em pérolas e, quando consumidas, trazem a juventude eterna sendo, portanto, assunto de muitos contos populares, alguns assustadores.[13]



Folclore Brasileiro |



Iara |



Ver artigo principal: Iara, Mãe-d'água

Iara ou Mãe-d'água, segundo o folclore brasileiro, é uma linda sereia que vive no rio Amazonas.



Gruta das Encantadas |



Ver artigo principal: Gruta das Encantadas

A Gruta das Encantadas é uma gruta localizada no sul da Ilha do Mel, no Paraná, Brasil.



A Sereia da Furna do Diamante |


No litoral do Rio Grande do Sul, mais precisamente nas praias de Torres, existe a lenda que uma sereia protege um esconderijo repleto de diamantes e pedras preciosas.


Esta sereia, conforme a lenda, aparece na entrada de uma gruta, sempre na meia-noite de toda sexta-feira de lua cheia. Se alguém tiver a sorte de ver a sereia e presenteá-la com um pente, sem nada perguntar, descobrirá onde está enterrado o tesouro.[14]



Ver também |





  • A Pequena Sereia

  • Hárpias

  • Ninfas


  • Iara, a sereia do folclore brasileiro

  • Sirens

  • Mulher fatal

  • Ondina (mitologia)

  • Tágides

  • Sirenomelia



Referências




  1. «A origem do mito das sereias». www.henrimar.com.br. Consultado em 17 de setembro de 2016 


  2. ab «Afinal, sereias existem? | Mundo Estranho». Consultado em 17 de setembro de 2016 


  3. «O que é sereias? Significado, Conceito e Definiçao - Oquee.com». 17 de abril de 2015. Consultado em 17 de setembro de 2016 


  4. abc «MEDIEVALISTA». www2.fcsh.unl.pt. Consultado em 18 de setembro de 2016 


  5. «Sereias - Lendas, Sereia Iara, Mitologia». Anjos Net. Consultado em 17 de setembro de 2016 


  6. «Sereias». Consultado em 18 de setembro de 2016 


  7. ab «Mermaid Mythology | Pitlane Magazine». www.pitlanemagazine.com. Consultado em 18 de setembro de 2016 


  8. «MITOLOGIA ::. SEREIAS». www.sofadasala.com. Consultado em 18 de setembro de 2016 


  9. «Dia de Atargatis». Teoria da Conspiração. 15 de agosto de 2012. Consultado em 18 de setembro de 2016 


  10. «Cornualha, na Inglaterra, tem empanada, hora do chá e paisagem deslumbrante - Guia de Viagem - UOL Viagem». Consultado em 18 de setembro de 2016 


  11. «Será que as sereias existem? - Fatos Desconhecidos». 22 de outubro de 2015. Consultado em 17 de setembro de 2016 


  12. «Criaturas Sobrenaturais – Parte 12: Ningyo, Amabie e Yao Bikuni». Magia Oriental. 8 de junho de 2011. Consultado em 17 de setembro de 2016 


  13. «Ningyo: As Sereias do Japão». 28 de julho de 2016. Consultado em 17 de setembro de 2016 


  14. A sereia de Torres (RS) Portal Terra - acessado em 6 de março de 2018



  • Portal da mitologia



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