Visitação
Nota: Para outros significados, veja Visitação (desambiguação).
A Visitação é como é conhecida a visita de Maria Santíssima a sua parenta Santa Isabel como relatada no Evangelho de São Lucas (Lucas 1:39-56). É também o termo utilizado para se referir à festa que celebra esta visita, comemorada no dia 31 de maio no cristianismo ocidental e em 30 de março no oriental.
Índice
1 Visita
2 Celebrações
2.1 Cristianismo ocidental
2.2 Cristianismo oriental
3 Arte
4 Ver também
5 Referências
6 Ligações externas
Visita |
Logo após a Anunciação, Maria Santíssima parte imediatamente para Hebrom, ao sul de Jerusalém, para visitar sua prima Santa Isabel e o marido dela, Zacarias. Os católicos creem que o objetivo desta visita foi levar a graça divina para Isabel e para o seu filho ainda não nascido, João Batista. Creem ainda que o fato de João ter estremecido no ventre de Santa Isabel quando Maria a cumprimentou é sinal de que ele reconheceu a presença de Jesus e, neste instante, foi purificado do pecado original e preenchido com a graça divina. O diálogo travado entre as duas, como preservado no texto de Lucas se tornou parte da oração da Ave Maria - quando Isabel diz «Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre» (Lucas 1:42) - e do cântico chamado Magnificat - na resposta de Maria Santíssima em «A minha alma engrandece ao Senhor» (Lucas 1:42) (em latim: Magnificat anima mea Dominum) -, reservado para esta festa.
Nas igrejas de rito latino da Igreja Católica, a Visitação é o segundo Mistério Gozoso do Santo Rosário.
Celebrações |
Cristianismo ocidental |
Esta festa tem origem medieval, já sendo celebrada pela ordem dos franciscanos antes de 1263, quando São Boaventura a recomendou e eles a adotaram. A partir do breviário da ordem, ela espalhou para muitas outras igrejas. Em 1389, o papa Urbano VI, com o objetivo de terminar o Grande Cisma do Ocidente, a inseriu no calendário romano, para celebração em 2 de julho[1]. No calendário tridentino, era uma festa dupla. Quando o missal do papa Pio V foi substituído pelo de Clemente VIII em 1604, a Visitação se tornou uma festa dupla de segunda classe. Ela permaneceu assim até que o papa João XXIII a recassificou como um festa de segunda classe em 1962. Ela continuou a ser comemorada no dia 2 de julho, o dia depois da oitava seguinte à festa do nascimento de João Batista, que estava ainda no ventre de Isabel na época da Visitação. Em 1969, porém, o papa Paulo VI a moveu para 31 de maio, "entre a Solenidade da Anunciação do Senhor (25 de março) e a do Nascimento de João Batista (24 de junho), para que ela se harmonize melhor com o relato do Evangelho[2].
Os católicos romanos que se utilizam do calendário pré-1969 (os chamados vétero-católicos) e os anglicanos, que se utilizam do Livro de Oração Comum (Book of Commom Prayer), de 1662, comemoram a festa em 2 de julho. Assim também o fazem os católicos da Alemanha e a Igreja Luterana.
Cristianismo oriental |
A celebração da festa comemorando este evento na Igreja Ortodoxa é de origem relativamente recente, datando do século XIX. O ímpeto para estabelecer esta festa no calendário litúrgico da Igreja Ortodoxa e a criação de um serviço específico para ser incluído no Menaion foi obra do arquimandrita Antonin Kapustin (†1894), líder da Missão Eclesiástica Russa Ortodoxa em Jerusalém. O convento de Gorneye, na cidade sagrada, que foi construído no lugar onde tradicionalmente se acredita ter ocorrido o encontro entre a Teótoco ("Mãe de Deus", um dos títulos de Maria na Igreja Ortodoxa) e Santa Isabel, celebra esta festa em 30 de março (que corresponde, no calendário juliano, ao dia 12 de abril do calendário gregoriano). Segundo as festas do rito bizantino, se o dia 30 de março cair entre o Sábado de Lázaro (sábado antes do Domingo de Ramos) e a Pascha, a Festa da Visitação é transferida para a Sexta Luminosa (sexta depois da Páscoa). Esta festa ainda não foi aceita por todas as denominações ortodoxas.
Arte |
O tema da Visitação é dos grandes temas da arte cristã, tendo sido representado por diversos artistas renomados, como Rembrandt, Fra Angelico, El Greco, Dürer e Ghirlandaio.
Ver também |
- Mariologia
Referências
↑ Calendarium Romanum (Libreria Editrice Vaticana, 1969), p. 93
↑ Calendarium Romanum (Libreria Editrice Vaticana, 1969), p. 128
Ligações externas |
"Visitation of the Blessed Virgin Mary" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
«O encontro da Mãe de Deus com Santa Isabel» (em inglês). Sinaxário da Orthodox Church of America. Consultado em 9 de agosto de 2011