Império Safárida
Império Safárida | ||||
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Império Safárida sob Iacube ibne Alaite Alçafar | ||||
Continente | Ásia | |||
Capital | Zaranja | |||
Língua oficial | Persa | |||
Religião | Islamismo sunita | |||
Governo | Monarquia | |||
Emir | ||||
• 861–879 | Iacube ibne Alaite Alçafar | |||
• 963–1002 | Calafe ibne Amade | |||
Período histórico | Idade Média | |||
• 861 | Fundação | |||
• 1003 | Dissolução |
O Império Safárida (em persa: سلسله صفاریان) foi um persianato muçulmano[1] do Sistão que governou sobre partes do Irã Oriental, com sua capital em Zaranje (uma cidade atualmente no sudoeste do Afeganistão),[2][3]Coração, Afeganistão e Baluchistão de 861 até 1003. A dinastia reinante, os persas safáridas, foi fundada por Iacube ibne Alaite Alçafar, que nascera em 840 em uma pequena cidade chamada Carnim, que situava-se a leste de Zaranje e oeste de Boste, no atual Afeganistão.[4][5] Iacube tomou controle do Sistão e começou a conquistar grande parte do Irã e Afeganistão, bem como partes do Paquistão, Tajiquistão e Uzbequistão.
Os safáridas utilizaram-se de sua capital Zaranje como base para uma agressiva expansão a leste e oeste. Eles primeiro invadiram as áreas ao sul do Indocuche no Afeganistão e então ameaçaram a dinastia taírida, anexando o Coração em 873. Pelo tempo da morte de Iacube, ele tinha conquistado o vale de Cabul, Sinde, Tocaristão, Macrão (Baluchistão), Carmânia, Fars, Coração e quase alcançou Bagdá, mas então sofreu uma derrota contra o Califado Abássida.[6] O Império Safárida não durou muito após a morte de seu fundador. Seu irmão e sucessor, Amir ibne Alaite, foi derrotado na Batalha de Bactro contra Ismail Samani em 900. Amir ibne Alaite foi forçado entregar muitos de seus territórios ao Império Samânida. Subsequentemente, os safáridas seriam confinados ao Sistão, momento este que tornar-se-iam vassalos dos samânidas e seus sucessores.
Índice
1 História
1.1 Fundação
1.2 Derrocada
2 Cultura
3 Governantes safáridas
4 Referências
5 Bibliografia
História |
Fundação |
A dinastia safárida começou com Iacube ibne Alaite Alçafar, filho de Alaite, um caldeireiro que mudou-se para a cidade de Zaranje. Ele deixou sua função para tornar-se um Ayyār e posteriormente adquiriu o poder como governante independente. De sua capital Zaranje ele dirigiu-se para leste rumo a al-Rukhkhadj e Zamindavar e então para os Zumbil e Cabul Xai por 865. Ele então invadiu Bamiam, Bactro, Badgis e Gor. Em nome do islamismo, ele conquistou estes território que eram governados principalmente por chefes tribais budistas. Ele tomou vasta quantidade de saque e escravos desta campanha.[7][8]
“ | Exércitos árabes portando a bandeira do Islã apareceram do Oeste para derrotar os sassânidas em 642 e então eles marcharam com confiança para Leste. Na periferia ocidental da área afegã os príncipes de Herate e Sistão desistiram para serem governados por governantes árabes mas no Leste, nas montanhas, cidades submeteram-se apenas para ascenderam em revolta e a conversão apressada voltou-se para suas antigas crenças uma vez que os exércitos passaram. A dureza e avareza do governo árabe produziu tamanha insatisfação, contudo, que uma vez que o poder declinou do califado tornou-se aparente, governantes nativos novamente estabeleceram-se independentes. Dentre estes os safáridas do Sistão brilharam brevemente na área afegã. O fundador fanático desta dinastia, o aprendiz de caldeireiro Iacube ibne Alaite Alçafar, saiu de sua capital em Zaranje em 870 e marchou através de Boste, Candaar, Gázni, Cabul, Bamiam, Bactro e Herate, conquistando em nome do Islã.[9] | ” |
A cidade taírida de Herate foi capturada em 870 e sua campanha na região de Bagdis levou à captura dos carijitas que mais tarde formaram o contingente Djash al-Shurat em seu exército. Iacube então virou seu foco para o ocidente e começou a atacar o Coração, Cuzestão, Carmânia (sudeste do Irã) e Fars (sudeste do Irã). Os safáridas então tomaram o Cuzestão e partes do sul do Iraque, e em 876 chegaram perto de derrubar os abássidas, cujo exército foi capaz de empurrá-los apenas dentro de alguns dias de marcha de Bagdá. Estas incursões, contudo, forçaram o Califado Abássida a reconhecer Iacube como governador do Sistão, Fars e Carmânia, e até mesmo foi oferecido postos chave aos safáridas em Bagdá.[10]
Derrocada |
Em 901, Amir Safari foi derrotado na batalha de Bactro pelo Império Samânida, que reduziu o Império Safárida a um pequeno tributário no Sistão.[7] Em 1002, Mamude do Império Gaznévida invadiu o Sistão e destronou Calafe ibne Amade, dando fim ao Estado safárida.[11]
Cultura |
Os safáridas deram muita atenção à cultura persa. Sob o governo deles, o mundo islâmico oriental testemunhou a emergência de proeminentes poetas persas tais como Fairuz do Maxerreque, Abu Salique de Jirjam e Maomé ibne Uacife do Sistão, que foi um poeta cortesão.[12] No final do século IX, os safáridas deram impeto ao renascimento da nova literatura e cultura persas. Após a conquista de Herat por Iacube, alguns poetas escolheram celebrar sua vitória em árabe, após o que Iacube solicitou a seu secretário, Maomé ibne Uacife, composse tais versos em persa.[13] Das minas de prata no Vale de Panjixir, os safáridas foram capazes de cunhar moedas de prata.[14]
Governantes safáridas |
Título | Nome pessoal | Reinado | |
---|---|---|---|
Independência do Califado Abássida | |||
Amir أمیر al-Saffar caldeireiro الصفار | Iacube ibne Alaite یعقوب بن اللیث | 861-879 | |
Amir أمیر | Amir ibne Alaite عمرو بن اللیث | 879-901 | |
Amir أمیر Abul-Hasan أبو الحسن | Tair ibne Maomé ibne Amir طاھر بن محمد بن عمرو co-governante Iacube ibne Maomé ibne Amir | 901-908 | |
Amir أمیر | Alaite اللیث بن علي | 908-910 | |
Amir أمیر | Maomé ibne Ali ibne Alaite محمد بن علي | 910-911 | |
Amir أمیر | Almuadal المعضل ابن علي | 911 | |
Amir أمیر Abu Hafes ابو حفص | Amir ibne Iacube عمرو بن یعقوب بن محمد بن عمرو | 912-913 | |
Ocupação pelo Império Samânida em 913-922 | |||
Amir أمیر Abu Ja'far ابو جعفر | Amade ibne Maomé ibne Calafe ibne Alaite ibne Ali | 922-963 | |
Amir أمیر Wali-ud-Daulah ولي الدولة | Calafe ibne Amade | 963-1002 | |
Conquistado por Mamude ibne Sebutiquim do Império Gaznévida em 1002 |
Referências
↑ Tor 2009, p. 281.
↑ Frye 1975, p. 121.
↑ Stearns 2001, p. 115.
↑ Daftary 2012, p. 51.
↑ Cannon 1994, p. 288.
↑ Clifford Edmund Bosworth. «SAFFARIDS» (em inglês). Consultado em 24 de julho de 2015
↑ ab Bosworth 1968, p. 34.
↑ Bosworth 1995, p. 795.
↑ Dupree 1971.
↑ Esposito 1999, p. 38.
↑ Bosworth 1968, p. 89.
↑ Bosworth 1969, p. 104.
↑ Bosworth 1999, p. 129.
↑ Pandjhir, Encyclopedia of Islam, Vol. VIII, 258.
Bibliografia |
Bosworth, C.E. (1975). «The Ṭāhirids and Ṣaffārids». In: Frye, R.N. The Cambridge History of Iran, Volume 4: From the Arab Invasion to the Saljuqs. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20093-8
Bosworth, C.E. (1999). «The Tahirids and the Saffarids». In: R.N.Frye. The Cambridge History of Iran: The period from the Arab Invasion to the Saljuqs. 4. [S.l.]: Cambridge University Press
Bosworth, C.E. (1968). The Development of Persian Culture under the Early Ghaznavids. 6. [S.l.: s.n.]
Bosworth, C.E.; Donzel, E. van; Heinrichs, W.P.; Lecomte, G. (1995). Encyclopedia of Islam. 7. [S.l.]: Brill A referência emprega parâmetros obsoletos|coautor=
(ajuda)
Bosworth, C.E. (1963). The Ghaznavids 994-1040. [S.l.]: Edinburgh University Press
Bosworth, C.E. (1969). The Ṭāhirids and Persian Literature. Vol. 7. [S.l.: s.n.]
Cannon, Garland Hampton (1994). The Arabic Contributions to the English Language: An Historical Dictionary. [S.l.]: Otto Harrassowitz Verlag. ISBN 3447034912
Daftary, Farhad (2012). Historical Dictionary of the Ismailis. [S.l.]: Scarecrow Press. ISBN 081086164X
Dupree, Nancy (1971). «Sites in Perspective (Chapter 3)». An Historical Guide To Afghanistan Afghan Tourist Organization. Cabul: [s.n.] OCLC 241390
Esposito, John L. (1999). The Oxford History of Islam. Oxford: Oxford University Press
Stearns, Peter N.; Langer, William Leonard (2001). The Encyclopedia of World History. [S.l.]: Houghton Mifflin A referência emprega parâmetros obsoletos|coautor=
(ajuda)
Tor., D. G. (2009). «The Islamization of Central Asia in the Samanid era and the reshaping of the Muslim world». Londres: Universidade de Londres. Bulletin of the School of Oriental and African Studies. 72 (2)