Terra Santa





Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Terra Santa (desambiguação).



O mapa de 1759 intitulado The Holy Land, ou Palestine


A Terra Santa (hebraico: אֶרֶץ הַקּוֹדֶשׁ Eretz HaKodesh, latim: Terræ Sanctæ; árabe: الأرض المقدسة Al-Arḍ Al-Muqaddasah) é uma área localizada entre o rio Jordão e o mar mediterrâneo, atualmente dividida entre Israel, Cisjordânia e Jordânia.[1] É chamada terra santa devido ao seu valor histórico para as três grandes religiões monoteístas do mundo: cristianismo, judaísmo e islamismo.[2] Por essa razão é considerado como o centro espiritual do mundo.[3]


Judaísmo

Para os judeus, a Terra Santa é conhecida como a Terra Prometida por Deus à Abraão (Gen 12:1-3). A chegada do povo à Palestina se dá por volta do ano 1800 a.C.[4]


Cristianismo

Para os cristãos, o local é sagrado pois é onde, segundo os Evangelhos, nasceu, viveu, morreu e ressuscitou Jesus Cristo. Do ponto de vista turístico, os cristãos são os que mais visitam o local.[5]


Islamismo

A Terra Santa também é um local sagrado para os muçulmanos pois, além das menções da região no Alcorão, foi onde, segundo a tradição muçulmana, ocorreu a ascensão de Maomé aos céus.[6]





Brasão da Custódia da Terra Santa.


Atualmente a região conta com o cuidado e dedicação dos Franciscanos, que habitam a região desde 1230,[7] através da Custódia da Terra Santa,[8] designados desde 21 de novembro de 1342, conforme bula do Papa Clemente VI para cuidar da lugares sagrados cristãos da Terra Santa.[9][10] Recebem também a ajuda de voluntários de todo o mundo,[11] bem como da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém.[12]




Índice






  • 1 História


  • 2 Conflitos atuais


  • 3 Turismo


  • 4 Referências


  • 5 Ver também


  • 6 Ligações externas





História |





Monte das Oliveiras


O mais remoto vestígio de ser humano encontrado na região são ossos de 1,4 milhão de anos, ainda na Idade da Pedra, quando comunidades viviam nas cavernas à margem de rios da região. A partir do surgimento da agricultura e da domesticação de animais (por volta do ano 8.000 a.C.), os povos começam a edificar vilarejos e cidades, deixando de viver como nômades. Com o passar dos séculos, os vilarejos passam a se tornar cidades que passam a se tornar impérios (a partir do ano 4.000 a.C.). É a partir desse momento, que algumas evidências arqueológicas e paleoantropológicas começam a coincidir com os relatos bíblicos.[4]






Rio Jordão. Foto do final do século XIX.


No ano 1000 a.C., Jerusalém foi fundada pelo rei Davi. Em 586 a.C, o templo no qual Abraão teria oferecido seu filho, Isaac, em sacrifício a Deus, foi destruído pelos babilônios.[6]


O marco do calendário ocidental, chamado de calendário gregoriano, ocorre na região, tomando como referência o nascimento de Jesus Cristo.


Nos primeiros séculos da era Cristã, o local era ocupado por judeus e, sobretudo, por pagãos que pregavam suas adorações aos deuses Júpiter, Adônis e Vênus.[13] Por volta do século III e IV, sob a égide do imperador Constantino, os romanos retomam a região, e dão fim aos cultos pagãos em locais sagrados para o cristianismo e expulsam uma parte dos judeus,[14] com a finalidade de encontrar os lugares por onde Jesus teria passado, como, por exemplo, o túmulo onde foi sepultado, descoberto pela mãe do imperador, Helena de Constantinopla, entre os anos 327 e 329.[9] A partir de então, a região torna-se um centro de peregrinação para cristãos.


Em 614 a região é tomada pelos persas, sendo tomada pelos bizantinos em 628.[15]





Entrada da cripta onde nasceu Jesus, na Basílica da Natividade



Por volta do século VII, segundo a tradição islâmica, mais precisamente em 16 de julho de 622, Maomé foge da cidade de Meca para Medina dando início à era muçulmana.[16] Com sua morte por envenenamento, em 8 de junho de 632, Maomé teria subido aos céus e, a partir de então, muçulmanos passam também a ver a região como santa.[6] E sob a condução do sogro de Maomé, Abacar, os muçulmanos dão continuidade à conquistas territoriais já realizadas por aquele, o que inclui a Terra Santa, a partir de 637.[17]


Em 1074, o imperador do Império bizantino requer ajuda ocidental ao Papa para retomar a Terra Santa dos árabes. O atendimento ao pedido demorou vinte anos. Em agosto de 1096, tem início a primeira partida de cavaleiros para auxiliar no restauro da Terra Santa aos cristãos, que viria se chamar Primeira Cruzada. Tal comitiva chegou em Jerusalém em julho de 1099.[18] Em 1187, a região é retomada pelos árabes, comandados por Saladino e novas cruzadas iriam ocorrer pelos séculos vindouros.


Para proteger os lugares santos do cristianismo, foram criadas diversas ordens de cavalaria, em especial, a Ordem do Santo Sepulcro que foi, e continua sendo até os dias atuais, uma das instituições responsáveis pela manutenção das obras históricas da Terra Santa, assim como da assistência aos cristãos residentes na região, através de escolas e hospitais, além do amparo e recepção aos peregrinos.[12][19]



Conflitos atuais |


Apesar de todo o histórico das cruzadas, os lugares sagrados cristãos já estavam bem protegidos de uma possível depredação muçulmana, até pelo motivo que, para o islamismo, a figura de Jesus é respeitada como o sendo o segundo profeta de Deus (Maomé é o primeiro).


Contudo, no final do século XIX, em 1897, surge o sionismo, movimento judeu determinado a retomar Israel, ao menos os lugares considerados sagrados para o judaísmo. Têm-se então, uma migração em massa à Palestina. Em 14 de maio de 1948, contra a vontade dos árabes, o estado de Israel proclama sua independência.[14] Em 1967, a ONU emite a Resolução 242 obrigando Israel a se retirar das áreas invadidas na chamada Guerra dos Seis Dias, não sendo acatada.[20] A propositura da paz passa pela criação de um estado palestino. Contudo, até os dias atuais, nem israelenses, nem palestinos abdicaram de determinados termos para que tal medida seja implementada.



Turismo |





Missa na Igreja do Santo Sepulcro



A Terra Santa é um dos principais pontos de turismo a nível mundial.[21][5] Recebendo visitas não só de religiosos, mas até mesmo de povos que, histórica e tradicionalmente, possuem pouco contato com as religiões acima mencionadas, como por exemplo, chineses.[22] Entre os principais pontos turísticos, os chamados lugares santos, mais visitados estão:[23]



  • Muro das Lamentações: um dos locais mais sagrados para o Judaísmo. Trata-se das ruínas do antigo Templo de Jerusalém, construído por Salomão e reedificado por Herodes.[3]

  • Gruta da Anunciação: local onde, nos termos da tradição cristã, Maria recebera o anúncio de sua gravidez virginal por meio do anjo Gabriel (Lucas 1:26-38).[24]


  • Basílica da Natividade: local onde nasceu Jesus Cristo. Uma das igrejas mais antigas do mundo.[25]


  • Via Dolorosa: local onde Jesus, segundo os evangelhos e nos termos da tradição, percorreu carregando a cruz.[26]


  • Santo Sepulcro: onde, nos termos da tradição cristã, Jesus teria sido sepultado e, três dias depois, ressuscitado.[27]


Referências




  1. Terra Santa é opção para quem gosta de história e religião. Portal Terra.


  2. Balter, Michael (2009). «Holy Land». National Geographic 


  3. ab Globo Repórter refaz os caminhos de Jesus Cristo na Terra Santa. Globo.


  4. ab Gomes, Laurentino; Ludovico, Osmar (2015). O caminho do peregrino: Seguindo os passos de Jesus na Terra Santa. São Paulo: Globo. ISBN 9788525061539 


  5. ab Terra Santa registra número recorde de turistas no final do ano. Canção Nova.


  6. abc Carrilho, Pedro (17 de maio de 2007). «Terra Santa: Jerusalém narra quase 40 séculos de história.». Folha de São Paulo 


  7. O Arquivo Histórico da Custódia da Terra Santa. Christian Media Center


  8. Paolucci, Conrado. (10 de maio de 2014).Por que a Terra Santa é custódia franciscana?. Aleteia


  9. ab Especial Santo Sepulcro. Christian Media Center


  10. Conheça o novo Custódio da Terra Santa. Rádio Vaticano.


  11. Voluntários com os franciscanos da Terra Santa. Comissariado da Terra Santa


  12. ab Pinchiari, Marcos R. (16 de junho de 2012). «Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém». Folha do ABC 


  13. Michaud, Joseph F. (1956). História das Cruzadas. São Paulo: Editora das Américas. p. 9 


  14. ab Entenda os conflitos entre Israel e Palestina. Globo


  15. Pernoud, Régine (1993). A mulher no tempo das cruzadas. Campinas: Papirus. p. 31. ISBN 9788530802295 


  16. Hoje na História: 632 - Morre em Medina profeta Maomé. Portal Uol.


  17. Michaud, 1956, p. 21


  18. Pernoud, 1993, pp. 19-20.


  19. Coimbra, Álvaro V. (1963). «Ordens militares de cavalaria de Portugal». Revista de História (USP). 26: 21-33. ISSN 2316-9141. doi:10.11606/issn.2316-9141.rh.1963.121849 


  20. The 1967 and 1973 wars. Página oficial da Organização das Nações Unidas.


  21. Terra Santa espera número recorde de turistas. Estadão.


  22. Aumenta notavelmente a presença de peregrinos chineses na Terra Santa. - Gaudium Press


  23. Lugares Santos. Comissariado Terra Santa.


  24. O socorro da Gruta da Anunciação. Comissariado Terra Santa.


  25. Basílica da Natividade, construída sobre a gruta onde Jesus nasceu. Epoch Times.


  26. An hour of adoration during the pilgrimage to Jerusalem. Página oficial da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém.


  27. Romey, Kristin (31 de outubro de 2016). «Unsealing of Christ's Reputed Tomb Turns Up New Revelations». National Geographic 



Ver também |


  • Fátima


Ligações externas |



  • Custodia Terræ Sanctæ

  • Comissariado Terra Santa



  • Portal da religião
  • Portal da arqueologia
  • Portal da história
  • Portal do turismo
  • Portal de Israel
  • Portal da Palestina



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