Isquemia


























Isquemia


Esquematização de isquemia por trombose.

Especialidade

cirurgia vascular
Classificação e recursos externos

CID-10
Cardíacos I20 a I25; Cerebral G45; Intestinal K55

CID-9

413

MeSH

D007511

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Isquemia (do grego ισχαιμία; isch- restrição, hema sangue) é a falta de fornecimento sanguíneo para um tecido orgânico devido a obstrução causada por um trombo, seja ele formado por placas gordurosas ou por coágulos sanguíneos. Como o sangue, através das hemácias (glóbulos vermelhos), leva o oxigênio às células, a isquemia resulta em falta de glicose e de oxigenação nas células (hipóxia).[1] O local mal oxigenado tende a ficar roxo e se não for tratado com urgência pode causar a morte. Segundo a OMS, em 2011 foi a maior causa de mortes no mundo, com mais de 7 milhões de mortes de isquemias cardíacas e pelo menos mais 3 milhões por isquemias cerebrais ou pulmonares.[2]




Índice






  • 1 Classificação


  • 2 Causas


    • 2.1 Fatores de risco




  • 3 Consequências


  • 4 Tratamento


    • 4.1 Emergencial


    • 4.2 Prevenção




  • 5 Referências


  • 6 Bibliografia





Classificação |




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O tipo de isquemia depende da área afetada e dos problemas causados. A isquemia de uma parte do coração (músculo cardíaco denominado "miocárdio") leva ao infarto, devido a obstrução do fluxo sanguíneo por um trombo gerando infarto agudo do miocárdio (conhecido popularmente como infarto do coração, ou IAM).


A isquemia em uma parte do cérebro leva ao acidente vascular cerebral (AVC), conhecido como "trombose" (embora nem sempre seja causada por trombos, pode ser também por estenose (estreitamento e/ou bloqueio de uma artéria). Nos membros pode causar gangrena e necessitar amputação. No pulmão pode levar a embolia pulmonar. No intestino é chamada de isquemia mesentérica e pode causar inflamação grave (colite isquêmica). Na pele resulta em descoloração, deixando a pele roxa ou azulada.


É classificado como aguda se a interrupção do fluxo sanguíneo (oclusão do lúmen da artéria) surgir muito rapidamente e crónica se a interrupção do fluxo ocorrer lenta e progressivamente. Cada área possui sua classificações específicas dependendo da presença ou ausência de sintomas.



Causas |




Quanto maior o colesterol LDL (encontrado em carnes, laticínios e gema do ovo) maior o risco do entupimento de artérias.[3]


Um dos fatores que podem levar a uma isquemia é a arteriosclerose causada pela combinação de hiperlipidemia e hipertensão, nos pacientes que sofrem de diabetes mellitus.



  • Síndrome do desfiladeiro torácico (compressão do plexo braquial);


  • Aterosclerose (placas de gordura obstruindo as artérias);


  • Hipoglicemia (baixa do nível normal de glicose);


  • Taquicardia (batimento anormalmente rápido do coração);


  • Hipotensão (pressão arterial baixa, por exemplo, em séptico insuficiência cardíaca, choque);


  • Tromboembolismo venoso (coágulos nas veias);

  • Compressão do lado de fora de um vaso sanguíneo, por exemplo, por um tumor ou por síndrome da artéria mesentérica superior;


  • Embolia (corpos estranhos na circulação embolia de líquido, por exemplo líquido amniótico);


  • Anemia falciforme (glóbulos vermelhos com forma de foice);

  • Induzida pela força-g (aceleração do organismo) a restringir o fluxo sanguíneo e forçar o sangue para as extremidades do corpo, tal como exagerando em acrobacias e ou pilotando aviões militares a grande velocidade;

  • Frio extremo localizado, como por congelamento ou a terapia de compressão a frio inadequada;

  • Garroteamento/Torniquete;

  • Um aumento do nível de estimulação do receptor de glutamato;

  • Malformações arteriovenosas;


  • Doença arterial periférica oclusiva;


  • Anemia pode levar o organismo a dar preferência a órgãos vitais causando isquemia nos pés e mãos.



Fatores de risco |




Isquemia nos dedos do pé, problema frequente em diabéticos e anêmicos.


Fatores controláveis:




  • Colesterol alto

  • Hipertensão arterial

  • Tabagismo

  • Alcoolismo

  • Excesso de peso

  • Sedentarismo

  • Diabetes Mellitus


  • Apneia do sono - aumenta em até 30% a possibilidade de desenvolver arritmias e infarto.

  • Transtornos de ansiedade

  • Transtornos alimentares


Fatores não controláveis:



  • Idade (Homens acima de 45 anos e mulheres acima de 55 anos ou após a menopausa).

  • História familiar de isquemias ou predisposição genética.



Consequências |




Isquemia cerebral, popularmente chamada de derrame quando ocorre vazamento de sangue pelo cérebro (área mais escura).


Essa isquemia pode originar muitos danos ao corpo, tais como:




  • Infarto do miocárdio ou em outro local;


  • Acidente vascular cerebral ou em outro local;


  • Gangrena;


  • Disfunção erétil;

  • Torpor de extremidades (perda parcial ou total da sensibilidade nos pés ou nas mãos);


  • Retinopatia diabética;


Se a isquemia chega a eliminar completamente o fornecimento de sangue ao tecido muscular cardíaco, ocorre privação da ATP e da fosfocreatina e acumulação de lactato, o que leva a uma ausência de contracção muscular cardíaca, que por sua vez leva a uma necrose (morte) celular dos tecidos isquémicos, obrigando à amputação de membros.


Se a eliminação do fornecimento de sangue ao coração for gradual, ocorre:



  • Diminuição da concentração de oxigênio;

  • Dependência do metabolismo anaeróbio ;

  • Pouca B-oxidação dos ácidos graxos;

  • Disfunção contráctil.


Ao restabelecer-se a corrente sanguínea, verifica-se um aumento da B-oxidação dos ácidos gordos (também chamados ácidos graxos) e uma diminuição da actividade da PDH (pois a principal fonte de energia volta a ser os ácidos gordos e não o piruvato/lactato)


Durante vários períodos da medicina, a isquemia foi estudada não como um fator mas sim como uma doença. Wilmmore & Costill (1941) desenvolveram o método Boll-Scher de estudo e constataram que ela era somente o fator desencadeante de diversas outras condições clínicas.



Tratamento |




A aspirina trata e previne isquemias, mas aumenta o risco de grandes sangramentos (hemorragias)[4].



Emergencial |


Na fase aguda podem ser usados diversos medicamentos vasodilatadores e/ou anticoagulantes. Dependendo do caso e da gravidade podem ser usados[5]:




  • Nitratos como dinitrato de isosorbitol ou propatil nitrato;


  • Bloqueador beta-adrenérgico:

    • Não seletivos: propranolol (Propranolol e Inderal); nadolol (Corgard); oxprenolol (Trasitensin) e pindolol (Visken).

    • Cárdio-seletivos: atenolol (Atenol); metoprolol (Seloken).




  • Antagonista dos canais de cálcio como nifedipina, o verapamil e o diltiazem;


  • Antiadesivo plaquetário. (e.g aspirina, dipiridamol e ticlopidina).


O medicamento adequado vai depender do objetivo[6]:



  • Se for para prevenção da hiperatividade simpática: anestésicos, alfa2-agonistas e opióides.

  • Para combate às conseqüências da hiperatividade simpática: betabloqueadores.

  • Para prevenção da ruptura e inflamação da placa coronariana: estatinas e/ou betabloqueadores.

  • Para proteção da célula miocárdica: pré-condicionamento inalatório.



Prevenção |


Para prevenir novos casos é importante[7]:



  • Reduzir o colesterol LDL (evitando gordura animal);

  • Perder peso caso obeso (perder 0,5kg por mês já diminui muito o risco);

  • Fazer pelo menos meia hora de exercícios aeróbicos;

  • Parar de fumar;

  • Moderar no consumo de bebidas alcoólicas;

  • Verificar a pressão, procurando mantê-la saudável (<130-80 mmHg);

  • Dieta rica em frutos, vegetais, cereais, legumes. Especialmente linhaça, azeite;

  • Medicamentos anticoagulantes como aspirina e varfarina (que causam porém outros riscos);


  • Estatinas, no caso de colesterol >240;

  • Controle ou prevenção da diabetes (glicemia em jejum < 110 mg/dl; HbA1c < 7%).


Atenção especial para terapias hormonais em mulheres, pois estudos mostram que podem aumentar os riscos de isquemias.[8]



Referências




  1. Merck & Co. Occlusive Peripheral Arterial Disease, The Merck Manual Home Health Handbook website, revised and updated March 2010. Retrieved March 4, 2012.


  2. http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs310/en/index.html


  3. http://www.scielo.br/pdf/jped/v78n2/v78n2a06.pdf


  4. http://www.amjmed.com/article/S0002-9343(11)00263-4/fulltext


  5. http://estudmed.com.sapo.pt/cardiologia/tratamento_cardiopatia_isquemica_2.htm


  6. http://www.sba.com.br/arquivos/ensino/57.pdf


  7. Francisco Silva. Acidente vascular cerebral isquémico – Prevenção: Aspectos actuais – É preciso agir. Medicina Interna, Vol. 11, N. 2, 2004. http://www.spmi.pt/revista/vol11/vol11_n2_2004_99_108.pdf


  8. Writing Group for the Womens`s Health Iniciative Investigators. Risk and Benefits of Estrogen Plus Progestin in Heath Postmenopausal Women. JAMA 2002;288:321-333



Bibliografia |


  • Patologia, processos gerais; Mario R. Montenegro, Marcelo Franco; Atheneu; 4º edição; 2004.



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