Alcaide





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O alcaide (do árabe قاضى; transl.: al-qādi; «o juiz») era o governador de um cidade ou vila acastelada ou fortificada, durante a Idade Média, na Península Ibérica. A denominação derivou, contudo, do árabe, pois na altura da presença muçulmana conheciam-se como alcaides os governadores de províncias ou de praças.[1]


Estes funcionários pertenciam à nobreza hereditária e tinham de ser inteligentes, honrados e corajosos,[2] pois tinham como missão a defesa militar da vila e o desempenho de funções judiciais e administrativas, prestando contas directamente ao rei.[3]


Nas alturas em que se tinha de ausentar da vila, era nomeado para o substituir um alcaide-pequeno ou alcaide-menor.[4]


Posteriormente, o título designou vários cargos administrativos, subsistindo ainda em alguns países de língua espanhola.




Índice






  • 1 História


  • 2 Cargos de alcaide na atualidade


    • 2.1 América


    • 2.2 Europa


    • 2.3 Espanha




  • 3 Ver também


  • 4 Referências





História |


A partir da época cristã, os alcaides (também chamados, num período inicial e por inspiração romana, de pretores, e depois de alcaides-mores ou maiores) viram a sua jurisdição alargada até abranger os territórios vizinhos.[5]


Nos tempos da Reconquista Cristã, em Portugal e em outros reinos ibéricos, o alcaide era o magistrado, de origem nobre, nomeado pelo rei, que desempenhava funções militares numa cidade ou vila sede de município, residindo como tal no castelo da mesma.


O rei D. Dinis I de Portugal chegou a emitir forais em que impedia os alcaides de desempenhar funções judiciais, restringindo-os às militares.[6]


Com o decorrer do tempo, findas as guerras com os muçulmanos, o cargo de alcaide perdeu o seu caráter bélico e tornou-se gradualmente um mero magistrado judicial; aplicava as justiças em nome do rei e era o sumo garante do cumprimento da lex.


O título de alcaide, que usualmente era hereditário, ao longo dos séculos, de diversas reformas que foram feitas, foi-se esvaziando de poderes e tornou-se, a partir do século XVII, apenas sinal de honra e prestígio, visto que as funções que tradicionalmente desempenhara deixaram de existir.[7]


O cargo de Alcaide-Mor de Lisboa foi extinto no Período Pombalino por Alvará de D. José I de Portugal de 6 de Novembro de 1769.[8]


Estas mesmas funções, de gestão e coordenação, fizeram com que o título fosse assimilado em outros âmbitos, como a justiça (alcaide da vara), a educação das crianças da nobreza (alcaide dos donzéis) e os ofícios marítimos (alcaide do navio), por exemplo.[9]



Cargos de alcaide na atualidade |



América |


Na América existem muitos países que mantém o estatuto de alcaide como cargo. Na Bolívia, o alcaide (alcalde em espanhol) é a autoridade máxima de um município. O mandato dura cinco anos podendo ser reeleito. No Chile e na Colômbia, o alcaide é a autoridade máxima de um município, porém é eleito por um período de quatro anos, podendo ser reeleito (na Colômbia, porém, não existe a reeleição para autoridades locais). Este estatuto existe desde 1988, sendo que o período dos mandatos foi fixado em 2004. No México, o alcaide ou presidente municipal é o funcionário público eleito, a cada três anos, para presidir aos cabildos dos ayuntamientos (municípios). No Peru, o alcaide é o funcionário público eleito, a cada quatro anos. Os mandatos são assim desde 2003, pois antes eram de três anos. Na Venezuela, o alcaide é a autoridade máxima de um município. É eleito por um período de quatro anos, podendo ser reeleito apenas só uma vez.



Europa |



Espanha |


A Espanha ainda utiliza o estatuto de alcaide (alcalde) para designar a autoridade máxima de um ayuntamiento, ou seja, é o equivalente ao presidente da câmara municipal em Portugal e ao prefeito no Brasil.



Ver também |



  • Caide — título usado nos estados muçulmanos, nomeadamente no Norte de África.


Referências




  1. alcaide, Infopédia, Porto: Porto Editora, 2003-2014. (Consult. 2014-01-18)


  2. Codigo Philippino ou Ordenações e Leis do Reino de Portugal - Primeiro Livro, pág. 168, Ius Lusitaniae, Fontes Históricas do Direito Português


  3. alcaide, Infopédia, Porto: Porto Editora, 2003-2014. (Consult. 2014-01-18)


  4. alcaide, Infopédia, Porto: Porto Editora, 2003-2014. (Consult. 2014-01-18)


  5. alcaide, Infopédia, Porto: Porto Editora, 2003-2014. (Consult. 2014-01-18)


  6. alcaide, Infopédia, Porto: Porto Editora, 2003-2014. (Consult. 2014-01-18)


  7. alcaide, Infopédia, Porto: Porto Editora, 2003-2014. (Consult. 2014-01-18)


  8. Codigo Philippino ou Ordenações e Leis do Reino de Portugal - Primeiro Livro, pág. 168, Ius Lusitaniae, Fontes Históricas do Direito Português


  9. alcaide, Infopédia, Porto: Porto Editora, 2003-2014. (Consult. 2014-01-18)








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