Crise de 1383–1385 em Portugal









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Crise de 1383 - 1385 em Portugal

Batalha de Aljubarrota 02.jpg
A batalha de Aljubarrota foi decisiva no desenlace da crise dinástica.














Data
2 de Abril de 1383 - 14 de Outubro de 1385
Local

Portugal e Castela
Desfecho
Vitória de D. João I de Portugal

Combatentes

PortugueseFlag1385.svg Reino de Portugal

Apoiado por:
Royal Arms of England (1340-1367).svg Reino de Inglaterra

Royal Coat of Arms of the Crown of Castile (1284-1390).svg Coroa de Castela

Apoiado por:
France moderne.svg Reino de França
Armas de Aragon.png Coroa de Aragão
Principais líderes

Brasão de armas do reino de Portugal (1385).svg João I de Portugal

Armas pereira.svg Nuno Álvares Pereira
João Fernandes Pacheco



Coat of Arms of John I of Castile (as Castilian Monach and Crown of Portugal Pretender).svg João I de Castela

Escudo de Tovar.svg Fernando Sánchez de Tovar
Armas pereira.svg Pedro Álvares Pereira




A Crise de 1383–1385 foi um período de guerra civil na História de Portugal, também conhecido como Interregno, uma vez que não existia rei no poder. A crise começou com[carece de fontes?] a morte do rei Fernando de Portugal, que não gerou herdeiros masculinos.


Apesar de as Cortes de Coimbra terem escolhido, em 1385, um novo rei, João I de Portugal, o rei João I de Castela não desistiu de tentar conquistar um novo reino para si[carece de fontes?] e invadiu Portugal. O exército castelhano era muito mais numeroso mas, mesmo assim, foi derrotado na batalha de Aljubarrota graças à tática inventada naquela altura, à qual deram o nome de "tática do quadrado" . Os exércitos portugueses foram comandados, mais uma vez, por Nuno Álvares Pereira, nomeado por D. João I de Portugal "Condestável do Reino".




Índice






  • 1 1383


  • 2 1384


  • 3 1385


  • 4 Cronologia


  • 5 Ver também


  • 6 Referências


  • 7 Ligações externas





1383 |


Em 1383, Fernando I de Portugal estava a morrer. Do seu casamento com Leonor Teles de Menezes apenas uma rapariga, a infanta Beatriz de Portugal, havia sobrevivido à infância. O casamento dela era, por esse motivo, uma questão estratégica para o futuro do reino. Ao sabor das vicissitudes do pai nas suas guerras com Castela (Guerras fernandinas), a infanta foi sucessivamente prometida em casamento a dois príncipes castelhanos, a um inglês e, de novo, a um castelhano, Fernando, filho segundo de João I de Castela. O casamento de Beatriz acabou por ser decidido, por proposta de seu pai, pelo tratado de Salvaterra de Magos, negociado em abril de 1383 e posterior, portanto, ao Tratado de Elvas (1382) que terminou a terceira guerra fernandina contra Castela em agosto de 1382. Pelas disposições do tratado de Salvaterra, João I de Castela desposaria Beatriz de Portugal e o filho varão que nascesse desse casamento herdaria o reino de Portugal, se entretanto Fernando I morresse sem herdeiros. O casamento foi celebrado logo em maio de 1383, mas era uma solução mal vista pela maioria dos portugueses[carece de fontes?], uma vez que poderia implicar, caso Beatriz falecesse antes de seu marido e sem filhos, a união dinástica de Portugal e Castela e a consequente perda da independência portuguesa[carece de fontes?]. Muitas personalidades quer da nobreza, quer da classe de mercadores e comerciantes estavam contra esta opção[carece de fontes?], mas não se encontravam unidos quanto à escolha alternativa. Dois candidatos emergiram, ambos meios-irmãos bastardos do rei moribundo:




  • João, filho de Pedro I de Portugal e Inês de Castro, então exilado em Castela e que, logo após a morte de Fernando I, ali foi detido;


  • João, Grão-Mestre de Avis, outro bastardo de Pedro I (filho de Teresa Lourenço, provavelmente aia de Inês de Castro), menos popular no reino, ao início da Crise, que o seu meio-irmão João.




Um Real de prata, com a efígie de D. Beatriz. Esta moeda de extrema raridade, batida em Santarém, pretende ser a afirmação dos direitos de D. Beatriz e seu marido D. João I de Castela ao trono de Portugal.


A 22 de outubro de 1383, Fernando de Portugal faleceu. De acordo com o contrato de casamento de Beatriz e João I de Castela, a regência do reino foi entregue a Leonor Teles de Menezes, agora rainha viúva. A partir de então[carece de fontes?], as hipóteses de resolver o conflito de forma diplomática esgotaram-se rapidamente, dado que o rei de Castela proclamou-se rei de Portugal e a facção independentista tomou medidas mais drásticas, iniciando-se a crise.


A 6 de Dezembro de 1383, o Mestre de Avis com o apoio de alguns nobres, entre eles o irmão da rainha, vai ao paço e mata o conde Andeiro. Um pajem corre a cavalo por Lisboa a gritar que matavam o Mestre. Álvaro Pais que estava metido na conspiração convence o povo de que o Mestre precisava de ajuda. O povo vai ao palácio e ameaça deitar-lhe fogo. O Mestre aparece à janela e diz estar bem. É proposto à rainha casar com o Mestre de Avis, mas ela recusa. Foge depois para Alenquer e dali para Santarém.


No dia 16, o povo de Lisboa aclama o Mestre de Avis Regedor e Defensor do Reino. Ocupava este cargo em nome do irmão D. João, que estava em Toledo e é preso pelo rei de Castela quando soube do sucedido.


No fim do mês, Nuno Álvares consegue ocupar o castelo de S. Jorge. Foi a primeira vitória.



1384 |


Uma das medidas que o Mestre tomou foi nomear o jovem Nuno Álvares fronteiro do Alentejo. Entregou-lhe 1.000 homens para defender a região. Enquanto se dirigia para lá, o fronteiro foi recrutanto mais homens, num total de 1.200.


Uma força castelhana estava junto do Crato e Nuno Álvares pretendia expulsá-la. No dia 6 de Abril dá-se a batalha dos Atoleiros, a primeira batalha ganha por D. Nuno. De seguida vai conquistando algumas vilas para o partido do Mestre. É-lhe prometida a entrega de Vila Viçosa, mas era uma armadilha onde foi morto o irmão Fernão Pereira.





A Peste obrigando os Castelhanos a levantar o Cerco a Lisboa (1901), por Constantino Fernandes.


Em Maio, o rei de Castela cerca Lisboa por terra e mar. O acampamento é atacado por peste negra e só em 3 de Setembro é levantado o cerco. Durante o cerco, D. Nuno vai ao castelo de Palmela onde manda fazer uma grande fogueira para ser vista em Lisboa. O Mestre responde com outra fogueira no castelo de S. Jorge.



1385 |


Na Páscoa, chegaram a Portugal as tropas inglesas enviadas em resposta ao pedido de ajuda feito por João de Avis. Apesar de não serem um grande contingente, contavam-se à volta de 600 homens, eram tropas na sua maioria veteranas da Guerra dos Cem Anos, bem treinados nas tácticas de sucesso da infantaria inglesa. Entre o contingente inglês, encontrava-se uma divisão de archeiros, que haviam provado o seu valor contra cargas de cavalaria (ver batalha de Crecy, por exemplo).


Os partidários de João de Avis organizam uma reunião das Cortes em Coimbra. É aí que, a 6 de Abril, é aclamado João I, Rei de Portugal, primeiro da Dinastia de Avis, afirmando a independência de Portugal. Num dos seus primeiros éditos reais, João I nomeia Nuno Álvares Pereira, Condestável de Portugal. Pouco depois, o Condestável, com duzentos homens de armas, parte dos quais sem montadas, e o rei partem para o Minho, para o libertar em somente dois meses, graças ao apoio dos povos, do domínio de Castela.


Em Castela, João I não desiste da conquista de Portugal, enviando, pouco depois da aclamação de Coimbra, uma expedição punitiva. O resultado é a batalha de Trancoso em Maio, onde as tropas de fidalgos da Beira, aliados de então de João I de Portugal, obtêm uma importante vitória. Com esta derrota, o rei de Castela resolve avançar com um enorme exército, que vinha preparando desde a derrota no cerco de Lisboa, para pôr termo àquilo que considera uma rebelião. Na segunda semana de Junho, a maioria do exército de Castela, comandado pelo rei em pessoa, acompanhado por um contingente de cavalaria francesa, entra em Portugal pelo Norte. O poder dos números estava francamente do lado de Castela: João I de Castela contava com cerca de 32 000 homens, para os apenas 6 500 à disposição de João I de Portugal. A coluna dirige-se imediatamente para Sul, na direção de Lisboa e Santarém, as principais cidades do reino.


Entretanto, João I e o Condestável encontravam-se em Alenquer. Depois de alguma discussão, conclui-se que os castelhanos não podem levantar novo cerco a Lisboa, incapaz de resistir a nova provação. Como o conselho não se decidia, D. Nuno decide partir com a sua hoste para Tomar, mandando dizer ao rei que lá o esperaria. João I decide juntar-se ao condestável em Tomar e interceptar o inimigo nas imediações de Leiria, perto da vila de Aljubarrota. A 14 de Agosto, o exército castelhano, bastante lento dado o seu enorme contingente, encontra finalmente as tropas portuguesas, reforçadas com o destacamento inglês. O resultado deste encontro será a Batalha de Aljubarrota, travada ao estilo das batalhas de Crecy e Azincourt, onde a táctica usada permitia a pequenos exércitos resistir a grandes contingentes e cargas de cavalaria. O uso de fundibulários, lançadores de dardos, besteiros e arqueiros nos flancos e de armadilhas na frente de combate para impedir a progressão da cavalaria, face às quatrocentas lanças dos portugueses, constituem os principais elementos. O exército castelhano não só foi derrotado como praticamente aniquilado. As perdas da batalha de Aljubarrota foram de tal forma graves que impediram Juan I de Castela de tentar nova invasão nos anos seguintes.


Com esta vitória, João I afirma-se como rei de Portugal, pondo um fim ao interregno e à anarquia da Crise de 1383-1385. O reconhecimento de Castela chegaria apenas em 1411 com a assinatura do tratado de Ayllón-Segovia. A aliança Luso-Inglesa seria renovada em 1386 no Tratado de Windsor e fortalecida com o casamento de João I com Filipa de Lencastre (filha de João de Gaunt). O tratado, que, ainda em vigor, vem a ser a mais antiga aliança do mundo, estabeleceu um pacto de mútua ajuda entre Inglaterra e Portugal.



Cronologia |




  • 1383

    • Maio – A princesa Beatriz de Portugal (filha única do rei Fernando) casa com o rei João I de Castela;


    • 22 de Outubro – O rei Fernando morre: a rainha viúva Leonor torna-se regente em nome de Beatriz e João de Castela;


    • Começa a resistência[carece de fontes?], liderada por João, Grão-Mestre de Avis: vários castelos são ocupados;




  • 1384

    • Janeiro – João I de Castela invade Portugal;


    • 6 de Abril – Os portugueses ganham a batalha dos Atoleiros;

    • Maio – Começa o cerco de Lisboa; é enviada uma embaixada a Inglaterra;

    • Julho – Uma frota portuguesa rompe o cerco de Lisboa, embora com algumas baixas;


    • 3 de Setembro – João I de Castela, retira-se para o seu reino;

    • Inverno – Nuno Álvares Pereira e João de Avis subjugam cidades a favor de Castela.




  • 1385

    • Páscoa – Chegada dos aliados ingleses;


    • 6 de Abril - João de Avis é aclamado rei nas Cortes de Coimbra;


    • 29 de Maio – Dá-se a batalha de Trancoso;

    • Junho - João I de Castela invade Portugal com uma vasta hoste (composta por muitos portugueses), depois da derrota na batalha de Trancoso;


    • 14 de Agosto – Batalha de Aljubarrota, vitória decisiva de Portugal;


    • 14 de Outubro – Batalha de Valverde, vitória de Portugal.





Ver também |



  • História de Portugal

  • Guerra dos cem anos

  • Revolta camponesa de 1381



Referências |




  • Aljubarrota - a Batalha Real, por Sr. Rui Gaspar


  • História de Portugal, por A. H. de Oliveira Marques



Ligações externas |



  • Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, Fonte: As Crónicas de Fernão Lopes, António José Saraiva (editor), 2.ª Ed., Lisboa, Portugália, 1969, pág.s 197 a 203; Fernão Lopes, Crónica d'el-Rei Dom João I de boa memória e, dos Reis de Portugal, o décimo, 1.ª edição, 1644, Manuel Amaral 2000-2012

  • interregno de 1383 a 1385. Crise ou revolução? A História numa perspectiva nacionalista ou marxista, Portal da História, Manuel Amaral 2000-2012

  • A Revolução de 1383 - 1385 segundo Maria José Pimenta Ferro Tavares, Fonte: Maria José Pimenta Ferro Tavares, «A Nobreza no reinado de D. Fernando e a sua actuação em 1383-1385», Revista de História Económica e Social, n.º 12, Julho-Dezembro de 1983, pág.s 45 a 89, Portal da História, Manuel Amaral 2000-2008

  • A Revolução de 1383-85

  • Alfredo Pimenta e 1383 - 1385, por Paulo César Drumond Braga, Boletim de Trabalhos Históricos

















































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