Revolução dos Cocos
Nota: Este artigo é sobre a guerra em Bougainville. Para o conflito em Vanuatu, veja Guerra do Coco. Para o documentário de 2001, veja The Coconut Revolution.
Guerra civil de Bougainville | |||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Mapa administrativo de Bougainville. | |||||||
| |||||||
Combatentes | |||||||
BRA BIG | Papua-Nova Guiné Aliados locais Apoiados por: Austrália | ||||||
Líderes e comandantes | |||||||
Francis Ona Theodore Miriung † Sam Kauona | Rabbie Namaliu Paias Wingti Julius Chan Jerry Singirok | ||||||
Forças | |||||||
30-200 (1989)[1] 20.000 (1991)[1] 100-1.000 (1992)[1] 2.000 (1995)[1] 3.000 (1996)[1] 200-1.000 (1997)[1] | 800-3.200 (1989)[1] 500-3.200 (1990)[1] 300-1.100 (1991)[1] 500-4.000 (1992)[1] 3.800 (1993)[1] 3.200 (1994)[1] 3.800 (1995)[1] 1.400-3.500 (1996)[1] 3.800-4.700 (1997)[1] | ||||||
Vítimas | |||||||
20.000 mortos[2] | |||||||
A Revolução dos Cocos ou Guerra Civil de Bougainville[3] ou Revolução de Bougainville,[2](1988 - 1997)[2] foi um conflito armado entre o governo da Papua-Nova Guiné e o movimento pela independência da ilha de Bougainville (a maior das Ilhas Salomão) que acaba por dividir-se em várias facções em guerra uma com as outras (cada uma representando um clã). Nesse movimento, um grupo de mineiros formou o Exército Revolucionário de Boungainville (ERB) e deu início a uma rebelião separatista.
A guerra terminou com um acordo de paz mediado pela Austrália e o reconhecimento da província autônoma pelo governo central. O conflito é muitas vezes considerado como uma guerra esquecida porque é pouco conhecida, apesar de seu alto custo de vida devido à repressão do governo, cerca de 20.000 pessoas (10% da população local antes do conflito).[2]
Índice
1 História
2 Acordo de Paz e autonomia
3 Documentário
4 Referências
História |
No ano de 1990, o ERB proclamou a independência, não reconhecida internacionalmente. Em 1994, Julis Chan, líder do Partido do Progresso do Povo (PPP), foi eleito primeiro-ministro e tentou, sem sucesso, um acordo com o Exército Revolucionário.
Os moradores da ilha expulsaram a mineradora com o uso de sabotagem; depois, o mesmo sucedeu com o exército de Papua-Nova Guiné. Em 1997, revelou-se que o governo da Papua-Nova Guiné recebera ajuda da Austrália contratando mercenários e armamentos fornecidos pelo próprio exército da australiano para luta contra os separatistas.
A ilha sofreu um embargo marítimo de 7 anos, de modo a enfraquecer a vontade de seus 150 mil habitantes, porém essa população e os combatentes do ERB resistiram aos ataques e ao embargo, buscando meios alternativos para sobreviver. O desenvolvimento de armas próprias e a conversão de motores e máquinas para funcionar com óleos vegetais extraído do coco e processado pelos ilhéus — daí o nome do movimento.
Este impasse militar e econômico levou quase uma década. Durante o conflito, a ilha de Bougainville viveu uma guerra civil que ceifou a vida de 15 mil nativos. Além disso, devido a proibição de ajuda humanitária e de medicamentos destinada a áreas controladas pelo Exército Revolucionário de Bougainville, houve desde então, nessas áreas, 5 mil mortes por doenças que poderiam ter sido evitadas se tivessem recebido o tratamento adequado.
A disputa entre rebeldes separatistas e o governo do país se dá desde de 1975, quando a Papua-Nova Guiné anexou a ilha, que antes fora da Alemanha e da Austrália.
A Revolução dos Cocos foi o mais sangrento conflito na região desde a Segunda Guerra Mundial, e que foi considerado o Vietnã da Austrália devido ao envolvimento do governo deste país na guerra contra os bougainvillenses.
Em 1997 Chan perdeu apoio do Exército e renunciou. Bill Skate, do Congresso Nacional do Povo (PNC), foi eleito primeiro-ministro e acertou uma trégua como o ERB, pela qual as partes envolvidas participaram de conversas de paz na Nova Zelândia, que resultaram numa autonomia política concedida à ilha.
Acordo de Paz e autonomia |
O conflito terminou em 1997, após negociações mediadas pela Austrália. Um acordo de paz concluído em 2000, previa o estabelecimento de um Governo Autónomo em Bougainville, e por um referendo, no futuro, se a ilha deve tornar-se politicamente independente.
Eleições para o primeiro Governo Autónomo foram realizadas em maio e junho de 2005, com Joseph Kabui sendo eleito presidente. Ele morreu em 6 de junho de 2008.
Em 25 de julho de 2005, o líder rebelde Francis Ona morreu após uma curta doença. Um antigo inspector com Bougainville Copper Limited, Ona foi uma figura-chave no conflito separatista e se recusaram a aderir formalmente o processo de paz na ilha.
Documentário |
Um documentário produzido pela National Geographic, com título The Coconut Revolution, relata a luta do povo de Bougainville contra a mineradora inglesa multinacional Rio Tinto Zinc, e depois por sua independência.
Além disso, este documentário mostra também que os separatistas conseguiram uma verdadeira revolução, social e ecológica, superando um fatal bloqueio econômico através da recuperação e invenção de práticas autônomas de economia, medicina, etc.[4][5]
Referências
↑ abcdefghijklmno Uppsala conflict data expansion. Non-state actor information. Codebook pp. 298
↑ abcd Global security - Bougainville Revolution
↑ Max Watts, Chronology of Bougainville Civil War
↑ Journeyman Pictures
↑ The Coconut Revolution