Sorbonne
A Sorbonne é um sítio histórico situado no Quartier latin de Paris. Seu nome é alusivo ao teólogo do século XIII Roberto de Sorbon, fundador do Colégio de Sorbonne em 1257, que à época era dedicado ao ensino de teologia. Roberto de Sorbon vinha a ser o capelão da Casa Real e confessor de Luís IX, rei da França, canonizado como São Luís da França.
O nome Sorbonne designa, em linguagem corrente, a antiga Universidade de Paris (antes de 1793), bem como as faculdades que ali se estabeleceram no século XIX e a nova Universidade de Paris, correspondente ao período de 1896 a 1971.
A fachada barroca é a da capela dedicada a Santa Úrsula, em 1642. Após a Revolução Francesa (1789-1799), a capela perdeu sua função original e, atualmente, é utilizada para recepções e exposições.
Em 1970, como parte da reação governamental aos movimentos de maio de 1968, a Universidade de Paris foi dividida em treze universidades autônomas, mantidas com recursos públicos. Quatro dessas universidades públicas passaram a compartilhar o nome de Sorbonne e estão parcialmente instaladas no sítio histórico da rue des Écoles, no V arrondissement, na área central de Paris.
- Universidade de Paris I (Panthéon-Sorbonne), que também inclui o antigo Observatório da Sorbonne.
- Universidade de Paris III (Sorbonne Nouvelle)
- Universidade de Paris IV (Universidade Paris-Sorbonne)
- Universidade de Paris V (Paris Descartes), que tem uma de suas unidades (a Faculdade de Ciências Humanas e Sociais - Sorbonne) instalada no prédio.
O mesmo sítio abriga também a reitoria da Academia de Paris, a École des chartes, a École pratique des hautes études, os Cursos de Civilização Francesa da Sorbonne e a Biblioteca interuniversitária da Sorbonne.
Em frente, estão o Lycée Louis-Le-Grand (escola secundária) e o Collège de France. Também, nas proximidades encontram-se o Pantheón e o Jardim do Luxemburgo, onde se encontra o senado francês.
História |
Sorbonne foi fundada como colégio integrante da Universidade de Paris, em 1257, por Robert de Sorbón, capelão e confessor do rei São Luís, com a intenção de facilitar o ensino da teologia para estudantes pobres. Paris tornava-se então um centro cultural e científico na Europa, com mais de 20 000 estudantes.
Três séculos depois, converteu-se em lugar privilegiado para a realização de debates teológicos e teve um papel importante nas querelas religiosas contra os jesuítas, no século XVI, e contra os jansenistas, no século XVII.
Já no século XVI, por ser a faculdade mais importante, a Sorbonne era considerada como o núcleo principal da Universidade. Sorbonne e Universidade de Paris passaram a ser sinônimos.
Em 1622, o cardeal de Richelieu, que havia sido aluno da Sorbonne em 1606-1607, torna-se o seu provedor e, em 1627, promove a renovação dos edifícios, além de construir a magnífica capela de Santa Úrsula. A localização atual data dessa época.
Posteriormente, os edifícios construídos por Richelieu foram demolidos, com exceção da capela, onde está seu túmulo. A nova construção forma um retângulo de 21.000 metros quadrados, três vezes maior que a Sorbonne erguida pelo cardeal.
Sob a Revolução Francesa, os prédios foram fechados aos estudantes, em 1791. Em 1794, a capela é transformada em templo da deusa da Razão. Napoleão Bonaparte transforma o local em ateliês de artistas.
A partir de 1806, Napoleão reorganiza o sistema de ensino francês e cria em Paris as faculdades de Ciências, Letras, Teologia, Direito e Medicina. A Sorbonne torna-se sede das três primeiras bem como da reitoria da Academia de Paris.
Atualmente, suas salas, reconstituídas em sua totalidade entre 1885 e 1901, são destinadas sobretudo ao ensino de Humanidades - História, Geografia, Filosofia, Direito e Línguas.
No século XV, o humanista português André de Gouveia ocupou o cargo de reitor da Universidade.
Personagens célebres que frequentaram a Sorbonne |
A Universidade de Paris, ou Sorbonne, teve um de seus alunos, ex-alunos ou professores laureados pelo Nobel em 47 oportunidades*.
José Sócrates
São Tomás de Aquino, padre dominicano e teólogo
Josué de Castro, cientista, médico sanitarista
Celso Furtado , Escritor, economista, historiador.
Attilio Corrêa Lima arquiteto, urbanista e paisagista
Agostinho da Silva , filósofo
Jean-Jacques Ampère, físico
Theo Angelopoulos, cineasta
Raymond Aron, filósofo
Zaki al Arzouzi, político
Honoré de Balzac, escritor francês- François Victor Alphonse Aulard
- Joaquin Balaguer
Georges Bataille, escritor
Henri Bergson, filósofo
Claude Bernard, biólogo
Salah al-Din al-Bitar, político
Boileau, poeta
Ferdinand Buisson, prêmio Nobel da paz
Jean Calvin, teólogo
Roch Carrier, romancista
Marucs Lopes,
André Chamson, escritor
André Chastel, historiador
Adrienne Clarkson, política- Pierre de Coubertin
Victor Cousin, filósofo
Marie Curie, física
Pierre Curie, físico
Simone de Beauvoir, escritora- Jean Philibert Damiron
- Raymond Duchamp-Villon
Erasme, teólogo- Claude Charles Fauriel
Jacques Derrida, filósofo
Jean Favier, historiador- Moshe Feldenkrais
- Lawrence Ferlinghetti
- Gautier de Châtillon
- Nicolas Eugène Géruzez
Jean-Luc Godard, cineasta- Petar Guberina
- François Guizot
- René Gutman
- Abimael Guzmán
- Francis Seymour Haden
- Gabriel Hanotaux
- John F. Hasey
- Mahmoud Hessaby
Ignácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus
Pierre Favre, co-fundador Companhia de Jesus
Francisco Xavier, co-fundador da Companhia de Jesus- Vilayat Inayat Khan
- Paul Janet
Frédéric Joliot, físico
Irène Joliot-Curie, física
Alberto Jori, filósofo
Michel Journiac, artista- Venceslas Kruta
Benny Lévy, filósofo e escritor- Camille Le Tellier de Louvois
Norman Mailer, escritor
Roger Martin du Gard, escritor
François Mauriac, escritor
José Sócrates, primeiro-ministro português
Marsile de Padoue, teólogo
Juremir Machado da Silva, escritor- Gaston Paris
Henri Poincaré, matemático e físico
Pol Pot ditador- André Morellet
- Peter Martin Ngo-Dinh-Thuc
- Mikhail Vasilievich Ostrogradsky
- Pierre de Blois
Alexandre V, antipapa- Elia Ravelomanantsoa
Jorge Coli, historiador brasileiro- Pauline Réage
- Vera Maria Rosenberg
Gustave Roussy, neurologista- Pierre Paul Royer-Collard
- Maximilien Rubel
- Adrian Ruchwald
- Ibrahim Rugova
- Émile Saisset
Jean-Paul Sartre, filósofo e escritor
Claude Lévi-Strauss, Antropólogo- Jean-Pierre Serre
- Ali Shariati
- Emmanuel Joseph Sieyès
Jorge Semprún escritor
Miguel Wernicke Coimbra, advogado, filósofo e teólogo
Pierre Teilhard de Chardin, geólogo, filósofo e teólogo
Pierre Elliott Trudeau, político
Marina Tsvetaeva, poeta
Anne Robert Jacques Turgot, barão de Laune- John Napier Turner
- Étienne Vacherot
Jacques Vergès, advogado
Sérgio Vieira de Mello, filósofo, diplomata
Pierre Vidal-Naquet, historiador- Abel-François Villemain
- Sam Waterston
Elie Wiesel prêmio Nobel da paz, escritor e professor de literatura
Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI- Michel Moine
Mário de Sá-Carneiro, poeta- Ibrahim Sued
André Leroi-Gourhan, arqueólogo
Raymond Queneau, escritor
Antoine Philippe, jurista
Paulo Evaristo Arns, cardeal
Pedro Américo, pintor, romancista e poeta brasileiro
Fernando Henrique Cardoso, 34.º presidente do Brasil
Luiz Mott, antropólogo e ativista decano do Movimento Homossexual Brasileiro
Jean Piaget, psicólogo
Maurice Merleau-Ponty, filósofo
Lygia Clark, artista plástica brasileira
Terezinha de Oliveira Nogueira da Costa, escritora brasileira
- Contando a universidade antes de 1968, e depois dessa data, quando ela foi dividida em 13 sub-universidades.