Fogo de artifício





Disambig grey.svg Nota: Se procura pelo(a) pelo filme japonês de 1997, veja Hana-bi.



Fogos de artifício no réveillon 2014-2015 na orla de Ponta da Praia, na cidade brasileira de Santos.


Os fogos de artifício são explosivos dotados de um pavio para iniciar a combustão. A combustão inicial provoca a rápida ascensão do foguete, que a certa altura explode violentamente. Eles são usados em festas populares ou celebrações para criar um efeito ruidoso ao acontecimento, e como meio de aviso de que algum acontecimento está iniciando ou terminando.




Índice






  • 1 Tipologia


    • 1.1 Segurança


    • 1.2 Produção


    • 1.3 Rojões


    • 1.4 Química


    • 1.5 Celebrações


    • 1.6 História




  • 2 Referências





Tipologia |


Os fogos de artifício são identificados por classe.[1] As bombinhas, por exemplo, enquadram-se na classe A, uma vez que possuem até 0,2 gramas de pólvora.[2]
Sempre siga todas as regras de segurança.






































Classe
Descrição[1]
Limite de pólvora
Restrições
Exemplos

Classe A
Fogos de vista com ausência de estampido
Até 20 centigramas de pólvora
Podem ser utilizadas por crianças acima dos 12 anos, desde que acompanhadas pela supervisão de um adulto.[2]
Balões pirotécnicos, bombinhas etc.

Classe B
Fogos de artifício com estampido
Entre 21 e 25 centigramas de pólvora

"Pots-a-feu", "morteirinhos de jardim", "serpentes voadoras" e equivalentes.

Classe C
Fogos de artifício com estampido
Entre 25 centigramas e 2,5 gramas de pólvora
De acordo com a definição do Regulamento R-105, não podem ser comprados por menores de 18 anos e sua queima depende de licença da autoridade competente, com hora e local previamente designados, nos casos de festa pública, em qualquer local, ou dentro do perímetro urbano.[3]
Rojões com ou sem flecha, rojões com ou sem vara, etc.

Classe D
Fogos com estampido
Acima de 2,5 gramas de pólvora

Baterias, morteiros etc.


Segurança |


Uma atitude muito importante que devemos tomar como pais ou responsáveis é o de acompanhar as crianças no processo com materiais explosivos, colocando esse tipo de material fora do alcance delas, assim assegurando uma festa sem acidentes.
Os perigos dos explosivos são muito variados e podem até levar a morte, caracterizando em queimaduras, lacerações e até mutilações.
Os cuidados devem ser dobrados para que não ocorram acidentes graves.
Enquanto ao adulto antes de utilizar o brinquedo comprado olhar sempre as dicas que vem nos fogos e procurar usá-los adequadamente para que não venha causar danos em seu corpo ou até mesmo levá-los a morte.
A LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990, conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, proíbe a venda fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida à qualquer criança ou ao adolescente (artigo 81, inciso IV).
E ainda: tipifica como crime "Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida" - prevendo, neste caso, pena de detenção de seis meses a dois anos, e multa (artigo 244) (fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069compilado.htm )



Produção |


O Brasil é o segundo maior produtor mundial de fogos de artifício, atrás apenas da China.[4] O município de Santo Antônio do Monte na região Centro-Oeste de Minas Gerais é o maior polo de produção do país. Santo Antônio do Monte produz e desenvolve fogos de artifício desde as matérias-primas de base, executando vários processos produtivos até o produto final. Santo Antônio do Monte é responsável por aproximadamente 51% da produção brasileira de fogos de artifício.



Rojões |



Ver artigo principal: Rojão



Ainda que o uso de fogos de artifício seja responsável por inúmeros acidentes todos os anos, como no caso do raio-X desta mão perdida por um deles, celebrações esportivas e religiosas ainda os utilizam como forma de mostrar à comunidade sua exaltação.


Os rojões são um tipo de fogo de artifício que possui uma quantidade maior de pólvora, no qual o efeito sonoro da explosão se destaque em relação ao efeito luminoso. Perigosos,[5][6] esses fogos de artifício ainda são às vezes utilizados como armas,[7] seja nas notórias guerras de rojões, entre torcidas rivais,[8] seja através de disparos do alto de edifícios.[9] Dados do Ministério da Saúde de 2001, indicam que 471 crianças perderam suas vidas devido as queimaduras e, durante as festas juninas e comemorações de final de ano, o número de atendimentos a queimados costuma dobrar. Ainda assim, no Brasil, são bastante comuns em partidas de futebol e celebrações religiosas, como as festas em homenagem a Santo Antônio, no mês de junho.



Química |


Além de se valerem da luz e calor do sol, os homens, em seus primórdios, utilizavam também o fogo. Embora não soubessem provocar fogo, os homens talvez tenham aproveitado incêndios acidentais provocados por raios ou por lava incandescente de algum vulcão. Aprenderam inicialmente, a manter o fogo. Os "guardiões do fogo" vigiavam dia e noite esses incêndios acidentais, alimentando-os com gravetos, folhas, etc. Há 500 mil anos, o homem primitivo queimava madeira para conseguir luz e calor.


O domínio do fogo – saber fazer e usar controladamente o fogo proveniente da combustão (queima) – significou uma transformação profunda na vida dos homens. As transformações químicas que ocorrem no cozimento de alimentos, na produção de utensílios cerâmicos, de metais como ferro e ligas metálicas como bronze, só foram possíveis com a energia liberada nas combustões. Até o ano 1200, a madeira era a principal fonte de energia, o combustível gerador de calor e luz. Mas, já no século XIV, com a invenção do alto forno, o carvão vegetal passou a ser mais utilizado devido a sua maior eficiência.


No século XVIII, James Watt construiu a primeira máquina a vapor e o carvão mineral passou a ser utilizado como combustível. Nas máquinas a vapor, utiliza-se combustível para aquecer água e assim, gerar vapor d'água, o qual movimenta a máquina.
Pode-se imaginar que o desenvolvimento industrial e o crescimento das cidades criavam a necessidade cada vez maior de energia e, consequentemente, de combustíveis que suprissem tal necessidade.
O petróleo já era conhecido desde a Idade Antiga, mas era pouco utilizado como combustível pois o homem não sabia como extraí-lo do solo. Por volta de 1860 o petróleo passou a ser explorado comercialmente, com a perfuração dos primeiros poços na Califórnia, Estados Unidos. A iluminação pública começou a ser feita com lampiões a petróleo, em substituição aos de óleo animal.


A iluminação elétrica só foi possível quando o homem aprendeu a produzir energia elétrica em larga escala. Durante o século XIX muitos estudos foram realizados visando a transformação da energia mecânica em elétrica. A invenção do gerador de eletricidade, isto é, um gerador que transforma energia de movimento (mecânica) em elétrica, e a invenção da turbina hidráulica, tornou possível obter-se energia elétrica em grande quantidade. O petróleo passou a ser queimado para produzir imensas quantidades de vapor d'água para movimentar turbinas hidráulicas.
Numa usina termelétrica, por exemplo, o vapor movimenta uma turbina, que, por sua vez, movimenta um gerador, ocorrendo a produção de energia elétrica.
As usinas termelétricas são responsáveis ainda hoje por cerca de 90% da energia elétrica fornecida a todo o mundo. No Brasil, as usinas termelétricas são responsáveis por cerca de 5% da energia elétrica gerada.
Nessas usinas são queimados derivados do petróleo, gás natural, carvão ou ainda bagaço de cana-de-açúcar.
Ao longo de sua história, o homem, utilizando o calor proveniente das reações de combustão para diversos fins percebeu que materiais diferentes quando queimados, fornecem diferentes quantidades de energia. Assim, substituiu a madeira pelo carvão vegetal, este pelo carvão mineral, e todos esses pelo petróleo.


Mas, o que é uma reação de combustão? Que transformações ocorrem nos materiais fornecendo tanta energia?
Somente no século XVIII, com a descoberta do oxigênio, é que se começou a entender tais reações. Estudos feitos por Lavoisier (1743-1794) permitiram concluir que a combustão era na verdade uma reação com o oxigênio contido no ar atmosférico. Assim, o carvão, os óleos, o petróleo reagem com oxigênio, formando outros materiais e liberando energia. É necessário, entretanto, fornecer certa quantidade de energia para que as reações iniciem.
Quando são queimadas substâncias que contêm carbono (petróleo, óleos, carvão etc) ocorre à formação de dióxido de carbono (CO2), um dos gases responsáveis pelo aumento do efeito estufa.


Conforme o elemento químico adicionado junto à mistura explosiva, podem ser obtidas diferentes cores, como podemos ver na tabela abaixo:




















































Elemento químico adicionado Cores dos fogos

Sódio (Nitrato de Sódio)

Amarelo

Lítio (Carbonato e Cloreto de Lítio), Estrôncio (Carbonato de Estrôncio)

Vermelho

Bário (Cloreto de Bário)

Verde

Potássio (Nitrato de Potássio), Rubídio (Nitrato de Rubídio)

Azul ou Púrpura

Magnésio (Composição em pó)

Branco ou Prata

Cobre (Cloreto de Cobre)

Azul

Estrôncio (Carbonato de Estrôncio)

Vermelho

Cálcio (Cloreto de Cálcio)

Amarelo

Alumínio, Titânio, Berílio e Magnésio

Branco

Ferro e composições de Carbono

Dourado

Metanol

Incolor



Celebrações |


Apesar de demonstrarem vários perigos, os fogos de artifício são usados para varias celebrações. O réveillon é um belo exemplo de comemoração que são muito usados os Fogos de artifícios, que tem a intenção de mostrar uma grande alegria na virada de ano, onde muitas pessoas se reúnem, para demonstrar uma paz de espírito, e uma bela forma de expressar esses sentimentos seriam os fogos de artifícios que têm varias cores, luzes e variedades de explosões.



História |


A história da pirotecnia provavelmente iniciou-se na Ásia, já na Pré-História. Mas, seguramente, podemos afirmar que a pólvora foi fabricada pela primeira vez, por acaso, na China há cerca de 2000 anos. Um alquimista chinês juntou acidentalmente salitre (nitrato de potássio), enxofre, carvão e aqueceu a mistura. Esta mistura secou como um pó negro, floculante, que quando queimado apresentava grande desprendimento de fumaça e chamas. Tal produto recebeu o nome de huo yao ("fogo químico") e posteriormente ficou conhecido como pólvora.
A pólvora foi empregada como projéteis explosivos em armas elementares de bambu e de ferro, semelhantes a flechas, desde o ano de 1304. Para fins pacíficos, ela somente começou a ser utilizada nos fins do século XVII em minerações e construção de estradas.
O "fogo químico" foi o único explosivo utilizado até o século XIX, quando surgiram a nitroglicerina e a dinamite.


Já os chamados fogos de artifício datam de alguns milhares de anos antes de Cristo, isto é, em uma época muito anterior ao conhecimento da pólvora. Eles surgiram quando se descobriu que pedaços de bambus ainda verdes explodiam quando colocados em fogueira. Isso ocorria devido ao fato de que os bambus crescem muito depressa. Com isso, formam-se bolsas de ar e de seiva, que ficam presas dentro da planta, inchando e explodindo quando aquecidas.


Os ruídos resultantes assustaram inicialmente os chineses. No entanto, eles passaram a jogar caules verdes de bambus (pao chuck) em fogueiras durante festivais e comemorações com o objetivo de assustar maus espíritos.
Mais de 2000 anos depois, foi observado que se bambus ocos fossem recheados com o já conhecido "fogo químico" e lançados ao fogo, o ruído resultante era muito maior. Eram os primeiros fogos de artifício a serem fabricados como conhecemos hoje.


O conhecimento da pirotecnia era difundido na China e na Índia durante séculos antes de se estender até a Europa por meio dos árabes e gregos. A arte de construção de fogos de artifício foi muito desenvolvida na Arábia no século VII, sobretudo pelo fato de os sais oxidantes de potássio serem bastante utilizados pelos alquimistas do Islã.


Posteriormente, acresceu-se à pólvora o uso de magnésio e alumínio. Estes metais permitiam a obtenção de um brilho nunca visto e de um número muito grande de efeitos luminosos.
Com o advento da química moderna e descoberta de suas leis, muitos elementos foram estudados, assim como suas reações. Hoje em dia, diversos efeitos visuais foram acrescidos aos fogos de artifício com a mistura de diferentes substâncias, como:


- Nitrato + carbonato ou sulfato de estrôncio = vermelho
- Nitrato + clorato ou carbonato de bário = verde
- Oxalato ou carbonato de sódio = amarelo
- Carbonato ou sulfeto de cobre + cloreto mercuroso (calomenano) = azul


Atualmente existem diversos tipos de fogos de artifício, e seus efeitos dependem da composição ou da estrutura da peça.


Entretanto, todos são construídos com fundamento em um mesmo princípio: armazenar o máximo de energia em um mínimo espaço.
















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Referências




  1. ab Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal: Norma Técnica nº 08/2002 - Fogo de artifício


  2. ab Midmax: Bombeiros orientam população a ter cuidado com fogos


  3. Inmetro: Fogos de Artifício II


  4. Portal Arcos: Greve no setor de fogos continua em Santo Antônio do Monte


  5. Correio do Estado: Corpo de Bombeiros alerta para o uso de fogos de artifícios


  6. Justiça nega antecipação de indenização a jovem atingida por rojão em Barra Velha


  7. Consultor Jurídico: STF nega liberdade a skinhead acusado de racismo


  8. Tribuna do Norte: Torcedores do Fortaleza são presos com drogas, bombas e arma


  9. G1: Prédio de onde rojão foi jogado após Parada Gay é identificado








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