Rio Doce
Nota: Para outros significados, veja Rio Doce (desambiguação).
Continente | América do Sul |
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País | Brasil |
Coordenadas | 19° 39′ 21″ S, 39° 48′ 53″ O |
Comprimento | 853 km |
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Tipo | Rio |
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Área da bacia | 83 400 km2 |
Nascente | Serra da Mantiqueira |
Afluente principal | Rios Xopotó, Piracicaba, Casca, Santo Antônio, Corrente Grande, Suaçuí Pequeno, Suaçuí Grande, Manhuaçu, Matipó,Guandu,Pancas e São José. |
Foz | Oceano Atlântico |
O rio Doce é um curso de água da Região Sudeste do Brasil, que banha os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Com cerca de 853 km de extensão, seu curso representa a mais importante bacia hidrográfica totalmente incluída na Região Sudeste.[1][2][3]
Índice
1 História
2 Bacia do rio Doce
2.1 Desastre ambiental de 2015
2.2 Principais municípios da bacia hidrográfica
2.2.1 Minas Gerais
2.2.2 Espírito Santo
3 Meteorito
4 Principais afluentes
5 Importantes bandeirantes e cientistas
6 Ver também
7 Referências
8 Ligações externas
História |
O rio Doce foi muito importante na colonização dos atuais estados de Espírito Santo e de Minas Gerais pelos portugueses. Pelo seu vale, no século XVIII penetraram sertanistas e exploradores como Sebastião Fernandes Tourinho, Antônio Dias de Oliveira e Borba Gato. No século XIX, foi a vez dos pesquisadores como o príncipe renano Maximilian von Wied-Neuwied, a princesa Teresa da Baviera, e Frederico Sellow, botânico que morreu afogado em suas águas.
Estes pesquisadores chegaram a manter contatos pacíficos com o chamados índios botocudos, deixando um vasto conhecimento sobre esses grupos nativos.
No século XX, o Vale do Rio Doce serviu de caminho para a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que impulsionou o crescimento de diversas localidades.
Bacia do rio Doce |
Ver artigo principal: Bacia do rio Doce
O Rio Doce nasce da confluência dos rios Piranga e Carmo, cujas nascentes estão situadas nos municípios de Ressaquinha e Ouro Preto, respectivamente, nas serras do Espinhaço e da Mantiqueira, onde as altitudes chegam a 1.200 m. Os dois rios se encontram na divisa dos municípios de Ponte Nova e Rio Doce[4].
Com um total de 853 km de percurso, o rio Doce tem sua foz no oceano Atlântico na localidade da Vila de Regência, pertencente ao município de Linhares, no Espírito Santo.
A bacia hidrográfica do rio Doce, pertencente à região hidrográfica do Atlântico Sudeste, apresenta uma significativa extensão territorial, cerca de 83.400 km², dos quais 86% pertencem ao estado de Minas Gerais e o restante ao estado do Espírito Santo. Dos 228 municípios total ou parcialmente incluídos na bacia, 26 localizam-se no Espírito Santo e 202 em Minas Gerais, entre o Vale do Rio Doce, o norte da Zona da Mata Mineira e sudeste da Região Metropolitana de Belo Horizonte. As principais cidades da bacia em Minas Gerais são Ipatinga e Governador Valadares e, no Espírito Santo, Colatina e Linhares. A população total residente na bacia é da ordem de 3,2 milhões de habitantes.
Desastre ambiental de 2015 |
Ver artigo principal: Rompimento de barragem em Mariana
Com o rompimento de uma barragem de rejeitos operada pela mineradora Samarco (de controle acionário das empresas Vale S.A. e BHP Billiton empresa que detém os outros 50% das ações), localizada na cidade de Mariana, a lama de rejeitos que invadiu o rio Doce deixou os municípios que eram abastecidos pelo rio impossibilitados de utilizarem sua água. No momento do acidente não houve nenhum tipo de alerta para a pequena comunidade residente a jusante da barragem. Em Governador Valadares, uma das cidades com desabastecimento de água e que decretou estado de calamidade pública, análises foram feitas e constataram que o rio está altamente contaminado por alumínio, manganês e ferro. A tragédia foi tamanha que varias cidades nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo foram atingidas pelo desastre.Várias espécies de peixes, invertebrados, anfíbios, répteis, foram mortas ou por falta de oxigênio no rio ou foram "praticamente cimentadas" pela lama de resíduos. Espécies endêmicas podem ter sido extintas, pois só existiam na bacia do Rio Doce. Ambientalistas dizem que cerca de um trilhão de organismos vivos (incluindo vidas humanas) morreram no desastre. Não bastasse a falta de água nos municípios e o mau cheiro, a lama de resíduos seguiu rumo ao mar no estado do Espírito Santo e tomou conta de 3 km mar adentro e 10 km na costa (superando a projeção inicial de 9 km). Além de peixes, aves marinhas foram encontradas mortas nas praias de Povoação e Regência (no Espírito Santo), distrito de Linhares, no encontro do rio com o mar. Atividades econômicas, como a pesca e o turismo foram totalmente prejudicadas pela chegada da lama. O IBAMA coletou fotos de aves mortas e vai analisar se há relação com a lama. Há investigações para apurar as responsabilidades e imprudência das mineradoras, que têm sido bem sucedidas em conseguir salvaguarda da justiça para evitar o pagamento de multas e ações mitigadoras pelos danos ambientais, humanos e perdas econômicas causados. Sabe-se que não chovia no dia do acidente, de modo que o acidente não teve causas naturais.[5]
Principais municípios da bacia hidrográfica |
Minas Gerais |
- Acaiaca
- Aimorés
- Araponga
- Belo Oriente
- Barra Longa
- Catas Altas da Noruega
- Coimbra
- Canaã
- Caratinga
- Conselheiro Pena
- Coronel Fabriciano
- Divinésia
- Dores do Turvo
- Ferros
- Galileia
- Governador Valadares
- Guanhães
- Guaraciaba
- Iapu
- Ipaba
- Ipatinga
- Itabira
- João Monlevade
- Lamim
- Mariana
- Marliéria
- Manhuaçu
- Nanuque
- Nova Era
- Oratórios
- Ouro Branco
- Ouro Preto
- Paula Cândido
- Periquito
- Piranga
- Porto Firme
- Raul Soares
- Resplendor
- Santa Maria do Suaçuí
- Itueta
- Santa Cruz do Escalvado
- Santana dos Montes
- Santana do Paraíso
- São José do Goiabal
- São Pedro dos Ferros
- Sem-Peixe
- Senador Firmino
- Timóteo
- Tumiritinga
- Urucânia
- Viçosa
- Rio Doce
- Mutum
Espírito Santo |
- Baixo Guandu
- Colatina
- Linhares
- Marilândia
- Pancas
- Itaguaçu
- Itarana
- Santa Teresa
- São Roque do Canaã
- Laranja da Terra
- Afonso Claudio
Meteorito |
Em Aimorés, Minas Gerais, a queda de um meteorito há milhares de anos poderia ter causado o desvio do curso do rio Doce.
Outra hipótese mais provável é a formação de um vulcão há cerca de 700 milhões de anos, quando do surgimento da cordilheira dos Andes. Enquanto a placa tectônica do Pacífico entrava por baixo da placa tectônica da América do Sul, houve uma grande pressão também no encontro da placa tectônica do Atlântico, que fez surgir na região do litoral Sudeste e Nordeste as serras do mar, da Mantiqueira, do Caparaó e produziu o soerguimento do solo da região de Minas Gerais, cujo aquecimento produzido pela pressão do solo fez surgir as montanhas de minério de ferro, as grandes jazidas de granitos transformados da rocha matriz, as jazidas das pedras São Tomé na região de Lavras-MG, que deriva de uma grande lago ou mar interior, cujas placas de areia clara depositadas em camadas, ao serem elevadas pela pressão produziu as rochas metamórficas de grande interesse comercial.
No caso da região de Aimorés-MG e Baixo Guandu-ES, a formação de elevações graníticas é típica dessa região, mostrando que a rocha magmática foi sendo empurrada e nesse processo de aquecimento foi se cristalizando de forma a constituir a rocha metamórfica (que sofreu metamorfose) que mais parece bolos que se elevaram por conta do fermento, a exemplo do Pão de Açúcar, tão famoso no mundo inteiro. Porém, na região chamada Baixio, entre Aimorés e Baixo Guandu, a presença de grande quantidade de gemas preciosas: ametista, topázio, esmeralda e cristais diversos, mostra claramente que ali o solo foi "cozido" e esfriado lentamente, ao invés do fato de um impacto de meteoro. Ali, o fato mais contundente é de um vulcão que se formou e que antes de explodir, houve um esfriamento e seu topo cedeu, formando o baixio, uma grande área rodeada por montanhas tipicamente granítica, de rochas metamórficas, cuja formação mais conhecida na região é a Pedra Lorena, em cuja base foi construída a represa da Usina Hidrelétrica de Aimorés.
Outro fato contundente é a formação de rochas ao sopé desse baixio, onde passa o rio Doce, que parece rochas magmáticas esfriadas pelo contato com a água. Há inclusive nesse local uma grande fossa submersa, que indica ter sido uma das chaminés do vulcão e que foi inundada pelas águas do rio Doce, formando ali um grande sumidouro, que já levou muitos corpos de animais e humanos. Relatos do passado dizem que ali eram lançados corpos assassinados por pessoas cruéis e que davam sumiço do corpo lançando nas águas próximas ao sumidouro.
Essa região onde o rio Doce possivelmente esfriou as rochas desse vulcão extinto é chamada pelos moradores locais por "Canalão" (Paulo Randow - Presidente da Ong Alma do Rio, Filósofo, Astrólogo e Ambientalista)[carece de fontes].
Principais afluentes |
Os principais afluentes do rio Doce são:
- Rio do Carmo
- Ribeirão Ipanema
- Rio Xopotó
- Rio Piracicaba
- Rio Casca
- Rio Santo Antônio
- Rio Corrente Grande
- Rio Manhuaçu
- Rio Matipó
- Rio Resplendor
- Rio Guandu
- Rio Santa Maria do Doce
- Rio Pancas
- Rio São José
- Rio Caratinga
- Rio Suaçuí Pequeno
- Rio Suaçuí Grande
- Rio Brejaúba
Importantes bandeirantes e cientistas |
- Francisco Bruza Espinosa
- Sebastião Fernandes Tourinho
- Antônio Dias Adorno
- Antônio Dias de Oliveira
- Fernão Dias Paes Leme
- Borba Gato
- Antônio Soares Ferreira
- Frederico Sellow
- Auguste de Saint Hilaire
- Guido Marlièri
- M. von Neuwied
Ver também |
- Geografia de Minas Gerais
- Lista de rios de Minas Gerais
- Parque Estadual do Rio Doce
Referências
↑ Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES). «Os rios mais poluídos do Brasil». Consultado em 13 de maio de 2015. Cópia arquivada em 13 de maio de 2015
↑ Mateus Parreiras e Leandro Couri (7 de abril de 2014). «Rio Doce, que começa a correr quase morto, tem a bacia mais degradada de Minas». Jornal Estado de Minas. Consultado em 13 de maio de 2015. Cópia arquivada em 13 de maio de 2015
↑ Miriam Leitão (19 de abril de 2015). «Instituto inicia projeto para proteger nascentes do Vale do Rio Doce». O Globo. Consultado em 13 de maio de 2015. Cópia arquivada em 13 de maio de 2015
↑ www.cemig.com.br http://www.cemig.com.br/pt-br/A_Cemig_e_o_Futuro/sustentabilidade/nossos_programas/ambientais/peixe_vivo/Paginas/rio_doce.aspx. Consultado em 29 de janeiro de 2019 Em falta ou vazio|título=
(ajuda)
↑ «Doce, rio de lama». Climatempo
Ligações externas |
- Mapa dos rios Doce e Jequitinhonha copiado de documentos encontrados na Câmara dos Representantes