Andrea Moda Formula
Nome completo | Andrea Moda Formula |
Sede | Perugia, Itália |
Chefe de equipe | Andrea Sassetti |
Temporada de Fórmula 1 de 1992 | |
Pilotos | Alex Caffi Enrico Bertaggia Roberto Moreno Perry McCarthy |
Chassis | C4B S921 |
Motor | Judd |
Pneus | Goodyear |
Histórico na Fórmula 1 | |
Estreia | GP da África do Sul de 1992, (não-classificado) |
Último GP | GP da Bélgica de 1992, (não-classificado) |
Grandes Prêmios | 9 (1 largada) |
Campeã de construtores | 0 |
Campeã de pilotos | 0 |
Vitórias | 0 |
Pole Position | 0 |
Voltas rápidas | 0 |
Pontos | 0 |
Posição no último campeonato (1992) | 16º (nenhum ponto) |
Andrea Moda Formula foi uma equipe de Fórmula 1 fundada em 1992 pelo empresário italiano Andrea Sassetti, que adquiriu os bens da extinta equipe Coloni.
É considerada por muitos a pior escuderia da história da Fórmula 1, pois causou uma série de incidentes que renderam uma das mais folclóricas aventuras da história da categoria.
Índice
1 O começo
1.1 Micos na estréia
1.2 A classificação para o GP de Monte Carlo
1.3 Volta à "normalidade"
1.4 Expulsão da Moda por "má-reputação ao esporte"
2 Uma substituta que não entrou na F-1
3 Carros da Andrea Moda
4 Resultados
5 Referências
O começo |
A Coloni, que disputava a Fórmula 1 desde 1987, encontrava-se em grave crise financeira e não conseguiu se classificar para nenhuma prova da temporada de 1991. Para piorar, Enzo Coloni abandona a equipe. Nos momentos finais de 1991, algo interessante aconteceria.
Durante o GP da Espanha, foi anunciada a compra da Coloni. O comprador seria revelado depois: era Andrea Sassetti, um milionário italiano que atuava na indústria de moda. Para divulgar o anúncio da compra da Coloni, mandou fazer cartazes com a foto de uma saxofonista nua. O time recebeu o nome de uma de suas empresas (Andrea Moda) e partiu para a temporada de 1992, usando o carro da extinta escuderia, que seria equipado com motores Judd.
Sassetti contrataria dois compatriotas: Enrico Bertaggia (com passagem pela mesma Coloni em 1989, sem largar em nenhuma corrida) e Alex Caffi (ex-Scuderia Italia e Footwork).
Micos na estréia |
Logo na primeira corrida, na África do Sul, em Kyalami, Sassetti envolveu-se numa controvérsia: a FIA ordenou que ele pagasse as garantias que as equipes novas precisavam para estrear. O empresário protestou, dizendo que a Andrea Moda era a Coloni rebatizada, e ainda a seu favor, outras equipes também mudaram de nome e não pagaram a quantia (cerca de US$ 100 mil, na época). A equipe participou dos treinos de reconhecimentos do circuito de Kyalami, na quinta-feira, mas não da pré-qualificação, ocorrido no dia seguinte - a FIA decidiu que a Moda era uma equipe nova e a excluiu. Sassetti, a contragosto, pagou os US$ 100 mil exigidos. Para o próximo GP, no México, a equipe decidiu reconstruir o carro (renomeado de Moda S921), contando com os desenhos de Nick Wirth, e de mecânicos de outros times. Mesmo com o carro pronto às pressas, a equipe desistiu de participar da corrida, e os profissionais contratados (incluindo Bertaggia e Caffi) acabaram demitidos.
Para os lugares de Bertaggia e Caffi, Sassetti contratou o brasileiro Roberto Moreno (especialista em pilotar carros que não correspondiam às expectativas) e o inglês Perry McCarthy. Na chegada ao Brasil, as confusões continuaram - McCarthy teve a superlicença negada e Moreno não conseguiu fazer o carro passar da pré-qualificação. Na Espanha, todos acreditavam que a equipe melhoraria, porém uma bizarrice entrou em cena.
Enquanto Moreno enfrentou problemas com o motor na pré-qualificação, McCarthy (que recuperou a superlicença) passou por um problema insólito: depois de seu carro ter sido montado às pressas para a pré-qualificação, o motor quebra inexplicavelmente, apenas 18 metros depois de sair da garagem. Mesmo que Moreno conseguisse usar o carro do inglês para outra tentativa, uma eventual passagem ao treino classificatório era praticamente impossível.
A classificação para o GP de Monte Carlo |
Depois de mais um final de semana "normal" em Ímola, veio o GP de Mônaco, nas ruas de Monte Carlo. E a Moda consegue, pela primeira vez, passar da pré-qualificação e ainda conseguiu lugar no grid de largada. O autor da façanha foi Roberto Moreno, que colocou o carro #34 em 26º (e último) posto no grid (chegou a ficar em 20º e ser ovacionado por todos nos boxes). No dia da corrida, Moreno chegou a estar em 19º lugar com os abandonos de outros pilotos, porém o carro deu apenas 11 voltas, com problemas no motor. Estas seriam as primeiras (e únicas) 11 voltas de um Andrea Moda numa corrida de F-1.
Volta à "normalidade" |
A façanha em Monte Carlo fez com que alguns patrocinadores aparecessem na Andrea Moda, mas o destino conspira novamente contra a equipe de Sassetti: uma discoteca pertencente ao empresário pegou fogo, e ao tentar sair, sofreu um atentado, no qual conseguiu escapar ileso. Quando voltou ao Canadá, outro fato inusitado aconteceu: os carros estavam no circuito de Montreal, mas os motores não. O motivo: uma tempestade que adiou vários vôos, inclusive o dos motores Judd. O time conseguiu arranjar um motor emprestado da tradicional equipe Brabham para Moreno, mas o feito no GP anterior esteve longe de ser repetido.
Na França, mais um obstáculo bizarro atrapalhava o time: uma greve de caminhoneiros parava as estradas do país, impedindo que as equipes pudessem chegar a Magny-Cours. Enquanto as outras equipes usavam caminhos alternativos, o caminhão da Moda ficou preso na estrada, e nem conseguiu entrar no circuito. Frustrados com o atraso, os patrocínios minguariam. O dinheiro começava a ficar escasso, e Sassetti decidiu oferecer ajuda praticamente exclusiva a Moreno. Sem patrocinadores, a Moda esteve presente no GP da Inglaterra, e novamente envolta em um episódio inusitado: os dois carros usaram o mesmo jogo de pneus de chuva (Moreno utilizou quando a pista estava realmente molhada). McCarthy usou os compostos para chuva mesmo com a pista seca e, mesmo saindo da pista várias vezes, marcou tempo - insuficiente, no entanto, para superar a pré-classificação.
Para o GP da Alemanha em Hockenheim, McCarthy perdeu a sessão pois não compareceu à pesagem dos carros, e Moreno quase chegou nos 4 primeiros da pré-qualificação (que iam à qualificação propriamente dita). A relação entre o britânico e Sassetti, que já era ruim, azedou quando McCarthy, por ordem do empresário, saiu a apenas 45 segundos do encerramento da pré-qualificação do GP da Hungria, sem chance de tempo. A ausência de Eric van de Poele garantiu a Moreno a passagem dele ao treino classificatório. Enquanto McCarthy pensava o que ele fazia, Sassetti mostrava-se arrependido da demissão de Bertaggia, que chegou a telefonar para ele, dizendo que havia obtido um milionário patrocínio. O problema foi que a recontratação foi barrada pela FIA - a entidade alegou que a equipe estourou o limite de substituições de pilotos durante a temporada. Em resposta, Sassetti fazia o possível para prejudicar o piloto britânico. Moreno ainda conseguiu ser o mais lento de todos os carros que participaram do treino classificatório.
Preocupada com as atitudes de Sassetti contra McCarthy, a FIA deu um ultimato à Andrea Moda: ou dava um carro em boas condições para o britânico, ou seria excluída do campeonato.
Expulsão da Moda por "má-reputação ao esporte" |
Na Bélgica, uma esperança para a Moda: a Brabham encerrava suas atividades na Fórmula 1, garantindo a participação dos 2 carros no treino classificatório. Um grave acidente sofrido pelo francês Érik Comas, da Ligier, possibilitaria a Moreno uma expectativa de classificação, porém o brasileiro faz um tempo 14 segundos e 551 milésimos mais lento que o tempo da pole-position de Nigel Mansell. Já McCarthy quase protagonizou uma tragédia: após a suspensão (retirada do carro do brasileiro e instalada no #35) quebrar, seu carro escapa na Eau Rouge e, milagrosamente, volta para a pista. O inglês ficaria ainda com o último tempo, dez segundos atrás de Moreno.
Se não bastassem os problemas em Spa, veio a pá de cal sobre a escuderia: Sassetti, acusado de emitir notas falsas, é preso pela polícia da Bélgica. Foi o suficiente para a FIA cassar o registro da Andrea Moda e excluí-la do campeonato, alegando que "trazia má-reputação ao esporte".
Uma substituta que não entrou na F-1 |
Em 1993, uma equipe iria substituir a Moda no grid daquele ano: a Bravo F1, fundada pelo ex-piloto Adrián Campos, utilizaria o S921, e também correria com motores Judd, mas acabou naufragando em novembro de 1992 antes de estrear.
Os pilotos candidatos a pilotarem para a nova equipe seriam os espanhois Jordi Gené (irmão de Marc Gené) e Ivan Árias e os italianos Nicola Larini e Luca Badoer. Mas o projeto foi por água abaixo depois que seu principal investidor, o francês Jean-Pierre Mosnier, morreu vítima de câncer.
Carros da Andrea Moda |
Ano | Nome oficial | Chassi | Modelo | Motor | Pneus | Combustível (fornecedor) | Patrocinador Principal | Nº do carro | Pilotos | Classificação de Pilotos | Classificação de Construtores |
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1992 | Andrea Moda Formula | Andrea Moda | C4B | Judd GV 3.5 V10 | Goodyear | Agip | 34 | Alex Caffi | NC (34º) Moreno NC (36º) McCarthy | 16º lugar (nenhum ponto) | |
35 | Enrico Bertaggia | ||||||||||
S921 | Ellesse Tinnea Urbis | 34 | Roberto Moreno | ||||||||
35 | Perry McCarthy |
Resultados |
(legenda)
Ano | Chassi | Motor | Pneus | N° | Pilotos | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | Pontos | Posição | |
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RSA | MEX | BRA | ESP | SMR | MON | CAN | FRA | GBR | GER | HUN | BEL | ITA | POR | JPN | AUS | |||||||||
1992 | C4B | Judd GV V10 | G | 34 | Alex Caffi | EXC | DNP | 0 | 16º | |||||||||||||||
35 | Enrico Bertaggia | EXC | DNP | |||||||||||||||||||||
S921 | 34 | Roberto Moreno | NPQ | NPQ | NPQ | Ret | NPQ | DNA | NPQ | NPQ | NQ | NQ | ||||||||||||
35 | Perry McCarthy | EXC | NPQ | NPQ | NPQ | NPQ | DNA | NPQ | EXC | NPQ | NQ |