Caju





Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Caju (desambiguação).
























































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































Como ler uma infocaixa de taxonomiaCaju


Anacardium occidentale (Franz Eugen Köhler - 1887)
Anacardium occidentale (Franz Eugen Köhler - 1887)


Classificação científica































Reino:

Plantae


Filo:

Tracheophyta


Classe:

Magnoliopsida


Ordem:

Sapindales


Família:

Anacardiaceae


Género:

Anacardium


Espécie:

A. occidentale



Nome binomial

Anacardium occidentale
L.

O caju[nota 1] é muitas vezes tido como o fruto do cajueiro (Anacardium occidentale) quando, na verdade, trata-se de um pseudofruto.


O que entendemos popularmente como "caju" se constitui de duas partes: o fruto propriamente dito, que é a castanha; e seu pedúnculo floral, o pseudofruto, um corpo piriforme, amarelo, rosado ou vermelho.




Índice






  • 1 Etimologia


  • 2 O pseudofruto e fruto (propriedades e beneficiamento)


  • 3 Do Brasil para a África e Ásia


  • 4 Produção


  • 5 Plantio


  • 6 Notas


  • 7 Ver também


  • 8 Referências


  • 9 Ligações externas





Etimologia |


Na língua tupi, acaiu (caju) significa noz que se produz.[1]


Na tradição oral sabe-se que acayu ou aca-iu refere-se a ano, uma vez que os indígenas contavam a idade a cada floração e safra.[2]



O pseudofruto e fruto (propriedades e beneficiamento) |




Cajueiro frutificando no município de Cascavel, no Ceará, um dos grandes produtores de caju no estado


O caju, o pseudofruto, é suculento e rico em vitamina C e ferro. Depois do beneficiamento do caju, preparam-se sucos, mel, doces, como cajuada, caju passas, rapadura de caju. Como seu suco fermenta rapidamente, pode ser destilado para produzir uma aguardente o cauim.[1] Dele também são fabricadas bebidas não alcoólicas, como a cajuína.


Muito antes do descobrimento do Brasil e antes da chegada dos portugueses, o caju já era alimento básico das populações autóctones. Por exemplo: os tremembé já fermentavam o suco do caju, o mocororó, que era e é bebido na cerimônia do Torém.[3]


Existe uma variedade enorme de pratos feitos com o caju e com a castanha de caju.[4]


De suas fibras (resíduo/bagaço), ricas em aminoácidos e vitaminas, misturadas com temperos, é feita a "carne de caju".[5][6]




Fruto com pseudofruto.


O fruto propriamente dito é duro e oleaginoso, mais conhecido como "castanha de caju", cuja semente é consumida depois do fruto ser assado, para remover a casca, ao natural, salgado ou assado com açúcar.


A extração da amêndoa da castanha de caju depois de seca, é um processo que exige tempo, método e mão-de-obra.


O método de extração da amêndoa da castanha de caju utilizado pelos indígenas era a sua torragem direta no fogo, para eliminar o "Líquido da Castanha de Caju" ou LCC; depois do esfriamento a quebra da casca para a retirar a amêndoa.


Com a industrialização este método possui mais etapas: lavagem e umidificação, cozimento, esfriamento, ruptura da casca, estufamento.[7]


A amêndoa da castanha de caju é rica em fibras, proteínas, minerais (magnésio, ferro, cobre e zinco), vitamina K, vitamina PP, complexo B (menos a vitamina B12), carboidratos, fósforo, sódio e vários tipos de aminoácidos.




Castanha de caju


No entanto, a castanha de caju não possui quantidades relevantes de vitamina A, vitamina D e cálcio.[8] Acredita-se que a castanha do caju contribua no combate às doenças cardíacas.[9] A castanha-de-caju ainda verde (maturi) também pode ser usada nos pratos quentes.


A castanha possui uma casca dupla contendo a toxina Urushiol (também encontrada na hera venenosa), um alergênico que irrita a pele. Por isso a castanha deve ter sua casca removida através de um processo que causa dolorosas rachaduras nas mãos. A castanha também possui ácido anacárdico, potente contra bactérias gram-positivas como Staphylococcus aureus e Streptococcus mutans, que provoca cáries dentárias.


O "Líquido da Castanha de Caju" ou LCC, depois de beneficiado é utilizado em resinas; materiais de fricção; em lonas de freio e o outros produtos derivados; vernizes; detergentes industriais; inseticidas; fungicidas e até biodiesel.[10]



Do Brasil para a África e Ásia |


Fruto nativo do Brasil, o caju foi levado pelos portugueses do Brasil para a Ásia e a África.[11]


A mais antiga descrição escrita do fruto é de André Thevet, em 1558, comparado este a um ovo de pata. Posteriormente, Maurício de Nassau protegeu os cajueiros por decreto, e fez o seu doce, em compotas, chegar às melhores mesas da Europa. É muito cultivado nas regiões tropicais da América, África e Ásia. Os maiores exportadores mundiais de amêndoa de castanha de caju (ACC) são Índia, Vietnã e Brasil.[12][13]



Produção |




Doce de caju, decorado com castanha, em Campo Maior.


A castanha-de-caju é hoje um produto de base comum em todas as regiões com um clima suficientemente quente e úmido, repartindo-se por mais de 31 países, para uma produção anual, em 2006, de mais de três milhões de toneladas, segundo números da FAO[14](Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação). A área total de cultivo é de 54.570 km²[15], para um rendimento médio de 814 kg/hectare.


Os 10 maiores produtores de caju são, de acordo com a FAO ( dados de 2013, em toneladas):




  1.  Vietnã 1.110.800


  2. Nigéria 950.000


  3.  Índia 753.000


  4. Costa do Marfim 450.000


  5.  Benim 180.000


  6. Filipinas 146.289


  7. Guiné-Bissau 138.195


  8. Tanzânia 127.947


  9. Indonésia 117.400


  10.  Burkina Faso 115.000



Plantio |


O terreno para o plantio do caju deve ser ligeiramente inclinado para evitar a erosão, profundo, com pelo menos dois metros de terra, bem drenado, de modo a não empoçar.[16] O solo deve ser fértil e de textura média (barrenta), e de preferência deve ser próximo de uma fonte de água potável.


Na hora de escolher as sementes, deve-se colocá-las em uma bacia com água, e descartar as que boiarem. As sementes têm um poder germinativo de até 12 meses se forem armazenadas em sacos de pano ou de papel.[17]


O plantio deve ser realizado no início da estação chuvosa, e antes de replantar a muda no local definitivo deve-se verificar se a planta possui pelo menos seis folhas maduras e saudáveis.


Notas




  1. A grafia correta é caju. É frequente depararmo-nos com a designação cajú. Em português, as palavras terminadas em -u, cuja penúltima letra é consoante e sendo oxítonas (ou seja, acento tônico na última sílaba), tais como: Aracaju, caju, pitu, tatu, caramuru, Iguaçu ou Peru, não têm acento gráfico.



Ver também |



  • Cajueiro

  • Cajuína

  • Maior cajueiro do mundo



Referências




  1. ab «EMBRAPA - O caju». Consultado em 27 de junho de 2010 


  2. Girão, R. Pequena História do Ceará, Fortaleza. Editora Instituto do Ceará, 1967. pag. 334


  3. «Continente OnLine - Tremembé de Almofala». Consultado em 27 de junho de 2010 


  4. «SESI/FIEC- receitas» (PDF). Consultado em 27 de junho de 2010 


  5. «Bonde - Embrapa testa com sucesso hambúrguer de caju». Consultado em 27 de junho de 2010 


  6. «Nordesterural - Carne de Caju». Consultado em 21 de Novembro de 2010 


  7. «Cascaju - Produção Industrial». Consultado em 30 de junho de 2010 


  8. «USDA National Nutrient Database for Standard Reference, Release 23 (2010)» (PDF). Consultado em 26 de fevereiro de 2011 


  9. «SINDICAJU - Valor Nutritivo». Consultado em 30 de junho de 2010 


  10. «Avaliação do Efeito Antioxidante do Líquido da Castanha de Caju (LCC) em Óleo e Biodiesel de Mamona» (PDF). Consultado em 30 de junho de 2010 


  11. «Instituto do Caju - História». Consultado em 30 de junho de 2010 


  12. FREITAS, Vicente. Bela Cruz — biografia do município. Lisboa: Bubok Publishing S.L, 2013. pp 138–41


  13. FREITAS, Vicente. BELA CRUZ - biografia do município


  14. Direcção de Estatística - Produção mundial de caju. «FAO - Produção mundial de caju» (em inglês). Consultado em 28 de fevereiro de 2016 


  15. «Cashew area harvested» (em inglês). Consultado em 28 de fevereiro de 2016 


  16. Filadelfo Tavares de Sá. «Plantando Caju» (PDF). Consultado em 24 de janeiro de 2011 


  17. «Como Plantar Caju». Consultado em 24 de janeiro de 2011 



Ligações externas |



Commons

O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Caju


  • Instituto Caju Nordeste


  • Portal da botânica



Popular posts from this blog

Bundesstraße 106

Verónica Boquete

Ida-Boy-Ed-Garten