Lisboa




Coordenadas: 38° 43' N 9° 8' O



Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Lisboa (desambiguação).









































































Lisboa

Brasão de Lisboa

Bandeira de Lisboa




Montagem de Lisboa.png
Do topo, em sentido horário: o Parque Eduardo VII, a Praça do Comércio com o bairro de Alfama ao fundo, a Sé de Lisboa, um panorama da cidade a partir do Castelo de São Jorge com a Ponte 25 de Abril ao fundo, a Torre de Belém e o Parque das Nações com a Ponte Vasco da Gama ao fundo.


Localização de Lisboa

Gentílico

- lisboeta
- lisbonense
- alfacinha
- olisiponense


Área
100,05 km²

População
506 892 hab. (2015[1])

Densidade populacional
5 066,4  hab./km²

N.º de freguesias
24[nt 1]

Presidente da
câmara municipal

Fernando Medina (PS)
Mandato 2015-2017

Fundação do município
(ou foral)


Primeiras referências da cidade
século XII a.C.
Integração no Reino de Portugal (reconquista da cidade por D. Afonso Henriques)
1147
Primeiro foral
1179
Capital do Reino
1256

Região (NUTS II)

Lisboa

Sub-região (NUTS III)

Área Metropolitana de Lisboa

Distrito

Lisboa

Província

Estremadura

Orago

Santo António de Lisboa e São Vicente

Feriado municipal

13 de junho (Dia de Santo António)

Código postal
1000 a 1990 Lisboa

Sítio oficial

www.cm-lisboa.pt
Municípios de Portugal Flag of Portugal.svg

Lisboa GCTE é a capital de Portugal e a cidade mais populosa do país. Tem uma população de 506 892 habitantes,[2] dentro dos seus limites administrativos. Na Área Metropolitana de Lisboa, residem 2 821 697 pessoas (2011), sendo por isso a maior e mais populosa área metropolitana do país. Lisboa é o centro político de Portugal, sede do Governo e da residência do chefe de Estado. É o "farol da lusofonia" (Daus): a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) tem a sua sede na cidade. É ainda a capital mais a ocidente do continente europeu na costa atlântica. Vale de cambra citty


O estatuto administrativo da cidade foi originalmente concedido pelo ditador Júlio César enquanto município romano. O imperador acrescentou orgulhosamente à palavra “Olisipo”, que deu origem ao nome de Lisboa, a designação "Felicidade Júlia" (Felicitas Julia), em sua memória.


Lisboa é considerada como cidade global devido à sua importância em aspectos financeiros, comerciais, mediáticos, artísticos, educacionais e turísticos.[3][4] É um dos principais centros económicos do continente europeu, graças a um progresso financeiro crescente favorecido pelo maior porto de contentores da costa atlântica da Europa[5] e mais recentemente pelo Aeroporto Humberto Delgado, que recebe mais de 20 milhões de passageiros anualmente (2015). Lisboa conta com uma rede de auto-estradas e um sistema de ferrovias de alta velocidade (Alfa Pendular), que liga as principais cidades portuguesas à capital.[6] A cidade é a sétima mais visitada do sul da Europa, depois de Istambul, Roma, Barcelona, Madrid, Atenas e Milão, com 1 740 000 de turistas em 2009, tendo em 2014 ultrapassado a marca dos 3,35 milhões. A nível global, Lisboa foi a 35.ª cidade com maior destino turístico em 2015, cerca de 4 milhões de visitantes.[7][8] Em 2015, foi considerada a 11.ª cidade turística mais popular, à frente de Madrid, Rio de Janeiro, Berlim e Barcelona.[9]


A região de Lisboa é a mais rica do país, com um PIB PPC per capita de 26 100 euros (4,7% maior do que o PIB per capita médio da União Europeia). A sua área metropolitana é a vigésima mais rica do continente, com um PIB-PPC no valor de 58 mil milhões de euros, o que equivale a cerca de 35% do PIB-PPC total do país.[10] Lisboa ocupa o 122.º lugar entre as cidades com maiores receitas brutas do mundo.[11] A maioria das sedes das multinacionais instaladas em Portugal encontram-se na região de Lisboa, a nona cidade do mundo com maior número de conferências internacionais.[12]




Índice






  • 1 Etimologia e gentílico


  • 2 História


    • 2.1 Neolítico e fundação


    • 2.2 Período romano


    • 2.3 Presença muçulmana


    • 2.4 Reconquista


    • 2.5 Era das Navegações


    • 2.6 Terramoto de 1755 e a Lisboa Pombalina


    • 2.7 Século XX




  • 3 Geografia


    • 3.1 Meio ambiente e áreas verdes


    • 3.2 Clima




  • 4 Demografia


    • 4.1 População




  • 5 Administração municipal


    • 5.1 Subdivisões administrativas


    • 5.2 Relações internacionais




  • 6 Economia


  • 7 Infraestruturas


    • 7.1 Saúde


    • 7.2 Educação


    • 7.3 Transportes




  • 8 Cultura


    • 8.1 Música e teatro


    • 8.2 Eventos


    • 8.3 Espaços públicos e museus


    • 8.4 Monumentos e bairros históricos


    • 8.5 Gatronomia


    • 8.6 Desportos




  • 9 Ver também


  • 10 Notas


  • 11 Referências


  • 12 Bibliografia


  • 13 Ligações externas





Etimologia e gentílico


Para Samuel Bochart, um francês do século XVII que se dedicou ao estudo da Bíblia, o nome Olisipo é uma designação pré-romana de "Lisboa" que remontaria aos Fenícios.[13] Segundo ele, a palavra “Olisipo” deriva de "Allis Ubbo" ou "Porto Seguro" em fenício, porto esse situado no Estuário do Tejo.[14] Não existe nenhum registo que possa comprovar tal teoria. Segundo Francisco Villar,[15][16] “Olisipo” seria uma palavra de origem tartessa sendo o sufixo ipo usado em territórios de influência Turdetano-Tartessica.[17] O prefixo "Oli(s)" não seria único visto estar associado a outra cidade lusitana de localização desconhecida, que Pomponius Mela dizia chamar-se "Olitingi".[18]


Os autores da Antiguidade conheciam uma lenda que atribuía a fundação de Olisipo ao herói grego Ulisses[19], provavelmente baseando-se em Estrabão[20]: Ulisses teria fundado em local incerto da Península Ibérica uma cidade chamada Olisipo (Ibi oppidum Olisipone Ulixi conditum: ibi Tagus flumen).[21][22] Posteriormente, o nome latino teria sido corrompido para "Olissipona". Ptolomeu deu a Lisboa o nome de "Oliosipon". Os Visigodos chamaram-na Ulishbon.[23] e os mouros, que conquistaram Lisboa no ano 714, deram-lhe em árabe este nome اليكسبونا (al-Lixbûnâ) ou ainda لشبونة (al-Ushbuna).


Na gíria popular, os naturais ou habitantes de Lisboa são chamados "alfacinhas". A origem da palavra é desconhecida. Supõe-se que o termo se explica pelo facto de existirem hortas nas colinas da primitiva cidade de Lisboa, onde verdejavam "plantas hortenses utilizadas na culinária, na perfumaria e na medicina", vendidas na cidade. A palavra alface provem do árabe e poderá indicar que o cultivo da planta começou aquando da ocupação da Península Ibérica pelos Muçulmanos. Há também quem sustente que, num dos cercos de que a cidade foi alvo, os habitantes da capital portuguesa tinham como alimento quase exclusivo as alfaces das suas hortas. O certo é que a palavra ficou consagrada e que os grandes da literatura portuguesa convencionaram tomar por alfacinha um lisboeta.[24]



História



Ver artigo principal: História de Lisboa


Neolítico e fundação


Em Lisboa encontram-se vestígios do Neolítico, Eneolítico e Neo-neolitico.[25] Durante o Neolítico, a região de Lisboa foi habitada por povos que também viveram neste período noutros espaços da Europa atlântica. Estes povos construíram vários monumentos megalíticos[26]. É ainda possível encontrar alguns dólmens[27] e menires[28] nos campos em redor da cidade. Situado no estuário do rio Tejo, o excelente porto de Lisboa tornou-a cidade ideal para abastecer de alimentos os navios que rumavam para as Ilhas do Estanho (actuais Ilhas Scilly) e para a Cornualha. O povo celta invadiu a Península no primeiro milénio a.C..[29] Graças a casamentos tribais com os povos ibéricos pré-romanos, aumentou significativamente na região o número de falantes da língua celta. O povoado pré-romano de Olisipo, com origem nos séculos VIII-VII a.C., assentava no morro e na encosta do Castelo. A Olisipo pré-romana foi o maior povoado orientalizante de Portugal. Estima-se que a sua população rondasse entre 2 500 e 5 000 pessoas.[30] Olisipo seria um bom fundeadouro para o tráfego marítimo e para o comércio com os fenícios.[31][32]




Achados arqueológicos fenícios debaixo dos claustros da Sé de Lisboa.


Achados arqueológicos sugerem que já havia trocas comerciais com os fenícios na região de Lisboa em 1 200 a.C. [33], levando alguns historiadores a admitir que teriam habitado o que é hoje o centro da cidade, na parte sul da colina do castelo.[34] Na praça de D. Luís, em Lisboa, foram localizados vestígios de um fundeadouro com mais de 2000 anos, remontando ao século I a.C. e ao V d.C., onde os navios ancoravam para fazer descargas e reparações e também para o trânsito de passageiros e carga.[35] Além de viajarem daí para o Norte, os fenícios também aproveitaram o facto de estarem na desembocadura do maior rio da Península Ibérica para fazerem comércio de metais preciosos com as tribos locais.[36] Outros importantes produtos aí comercializados eram o sal, o peixe salgado e os cavalos puros-sangue lusitanos, bem conhecidos na Antiguidade.[37]


Recentemente (1990/94)[38] vestígios fenícios do século VIII a.C. foram encontrados sob a Sé de Lisboa. Não obstante, alguns historiadores modernos[39] consideram que a ideia da fundação fenícia é irreal, convictos que Lisboa era uma antiga civilização autóctone (chamada pelos romanos de ópido) que se limitava a estabelecer relações comerciais com os fenícios, o que explicaria a presença de cerâmicas e de outros artefactos com tal origem. Uma velha lenda refere que a cidade de Lisboa foi fundada pelo herói grego Odisseu (Ulisses),[carece de fontes?] e que, tal como Roma, o seu povoado original era rodeado por sete colinas. Se todas as viagens de Ulisses através do Atlântico tivessem ocorrido como Théophile Cailleux as descreveu,[40] isso significaria que Ulisses fundou a cidade vindo do Norte, antes de dar a volta ao Cabo Malea, (que Cailleux diz ser o Cabo de São Vicente), na sua viagem para Sudeste, rumo a Ítaca. No entanto, a presença dos fenícios, mesmo ocasional, é anterior à presença helénica neste território. Posteriormente, o nome grego da cidade teria sido corrompido em latim para Olissipona. Outros deuses pré-romanos da Lusitânia [41] são Aracus, Cariocecus, Bandua e Trebaruna.[42]



Período romano



Ver artigos principais: Olisipo e Roma Antiga



Ruínas do teatro romano de Olisipo.




Parte das antigas muralhas romanas.


Presume-se que os gregos antigos tiveram na foz do rio Tejo um posto de comércio durante algum tempo,[carece de fontes?] mas os conflitos que grassavam por todo o Mediterrâneo levaram sem dúvida ao seu abandono, devido sobretudo ao poderio de Cartago nessa época. Parece certo no entanto que
o território de Lisboa é primordialmente ocupado por populações mediterrânicas organizadas em torno de uma família nuclear. As influências civilizacionais desta região saloia da Estremadura é fenícia, púnica e, sobretudo, em termos estruturais, berbere-moura e latino-romana.[43] Esta última, exógena, mais requintada, dominará enquanto cultura de poder, nas estruturas administrativas e do ensino, quando os legados do Império Romano são apropriados pela Igreja Católica.[44][45]


Após a conquista de Cartago, os romanos iniciam as guerras de pacificação do ocidente. Cerca de 139/138 a.C., conquistaram Olisipo, durante a campanha de Décimo Júnio Bruto Galaico, que reforçou as muralhas da cidade para se defender das tribos hostis. A Lisboa de então foi depois anexada ao império e recompensada com a atribuição de cidadania romana, privilégio então raríssimo para povos não romanos.[carece de fontes?]Felicitas Julia beneficia assim do estatuto de município, juntamente com os territórios em seu redor, num raio de 50 km, não pagando impostos a Roma, ao contrário do que se passava com quase todos os outros castros e povoados autóctones conquistados. A cidade foi por fim integrada, com larga autonomia, na província da Lusitânia, cuja capital era Emeritas Augusta, a actual Mérida, situada na Estremadura espanhola. A Olisipo romana dispunha-se em anfiteatro desde a colina do Castelo de São Jorge até ao Terreiro do Trigo, o Campo das Cebolas, a antiga Ribeira Velha e a Rua Augusta.[46] Um dos mais antigos e importantes vestígios da presença romana em Lisboa são as ruínas de um magnífico teatro (século I) então construído no local que hoje corresponde ao nº 3A da Rua de São Mamede, em Alfama, muito frequentado pelas elites da época.[47][48][49][50]


No tempo dos romanos, a cidade era famosa pelo fabrico de garum, alimento de luxo feito de pasta de peixe, conservado em ânforas e exportado para Roma e todo o império. Outros produtos comercializados eram o vinho e o sal. Ptolomeu designava essa primordial Lisboa como sendo a cidade de Ulisses. No seu tempo, para além exploração das minas de ouro e prata, a maior receita provinha de tributos, impostos, resgates e saques, que incluíam ouro e prata dos tesouros públicos dos povos da Lusitânia e de outras feitorias peninsulares.[51][52][53][54] No finais do império romano, Olisipo seria um dos primeiros agregados que espontaneamente acolheram o cristianismo. O primeiro bispo da cidade foi São Gens. Em consequência da queda do império, Lisboa foi vítima de invasões bárbaras, dos Alanos, dos Vândalos e dos suevos, tendo sido parte do seu reino. Foi tomada pelos visigodos de Toledo, que lhe chamavam “Ulishbona”.[55]



Presença muçulmana



Ver artigos principais: Invasão muçulmana da Península Ibérica e Al-Andalus



Representação de Maomé I de Granada nas Cantigas de Santa Maria.




"Mouriscos do Reino de Granada, passeando pelo campo com mulher e criança". Desenho de Christoph Weiditz (1529)


Após três séculos de saques, pilhagens e perda de dinâmica comercial, “Ulishbuna” pouco mais seria que uma vila como muitas outras do início do século VII. Em 711, aproveitando uma guerra civil dos visigodos, tropas mouriscas lideradas por Tárique invadem a Península Ibérica. O que sobra do ocidente peninsular romano é conquistado por Abdalazize ibne Muça, um dos filhos de Tárique. Segundo velhos historiadores, “Olishbuna” não lhe escapa. Investigadores modernos desmentem essa versão afirmando que não existiu invasão muçulmana de Lisboa. Eram berberes os autóctones lisboetas, detentores de uma cultura profundamente enraizada.[56][57][58]


Na versão da conquista, ano de 714, Lisboa é tomada por mouros do norte de África, chamados Aluxbuna (al-Lixbûnâ) em árabe, cujo antigo nome teria sido Cudia (Kudia ou ainda Kudiya).[59] Construiu-se neste período a cerca moura.


Lisboa pertenceu à primeira Taifa de Badajoz no ano de 1013, criada pelo eslavo liberto Sabur Al-Amiri (1013-1022), um saqaliba, antigo súbdito de Aláqueme II.[60][61]


Enquanto se fragmentavam as Taifas islâmicas do Sul, no Norte o Condado Portucalense separava-se do Reino de Leão, já em plena Reconquista da Península Ibérica. Apesar de estabelecida em Guimarães, a força económica e a autonomia do Condado Portucalense residia no Porto, i.e. em Portucale, no porto da cidade de Cale, em Gaia. Bem podemos imaginar como seria o novo reino, movido pelo dinamismo comercial da jovem cidade de mercadores que, na foz do segundo maior rio da Península Ibérica, o rio Douro, usufruía então de importância semelhante à de Lisboa no rio Tejo, e que acabaria também por ser conquistada.


Diz o geógrafo árabe Edrisi que em Lisboa


"o mar lança palhetas de ouro pela praia fora". No Inverno " os habitantes da cidade vão até ao rio em busca desse metal e a isso se dedicam enquanto o frio dura".

Almunime Al-Himiar descreve Lisboa com mais requinte :


"É uma cidade à beira-mar, com ondas que se quebram de encontro às muralhas, admiráveis e de boa construção. A parte ocidental da cidade é encimada por arcos sobrepostos assentes em colunas de mármore apoiadas em envasamentos de mármore. Por natureza, a cidade é belíssima".[62]

O geógrafo Yâqût al-Hamâwî revela outras coisas ainda :


"É uma velha cidade perto do mar, a oeste de Córdova. Nos montes à sua volta há lindos falcões e nela se produz o melhor mel de todo o al-Andalus, conhecido como al-ladharnî. Parece açúcar e conserva-se embrulhado em pano para não se estragar. A cidade é junto do rio Tejo e perto do mar. Tem no solo jazidas de ouro puro e nas encostas excelente âmbar."[63]

Ibne Saíde, no século XIII, diz, por seu lado, que Lisboa "é noiva em alcova nupcial."






Castelo de São Jorge, construído pelos mouros.



Reconquista



Ver artigo principal: Reconquista



A rendição muçulmana após o cerco de Lisboa por D. Afonso Henriques





A Peste obrigando os Castelhanos a levantar o Cerco a Lisboa (1901), por Constantino Fernandes. Quadro alusivo a um dos episódios ocorridos durante a Crise de 1383-1385.


Diz-nos a historiografia tradicional portuguesa que al-Ushbuna foi conquistada aos mouros por Afonso Henriques. Sabe-se hoje que foram as classes senhoriais marranas do Entre Douro e Minho, cujo patrono era São Tiago, os obreiros da conquista e que Afonso Henriques pertence ao grupo desses noroestinos cristãos de língua portuguesa que dominarão o Centro e o Sul pagão de Portugal e se perpetuarão deixando descendência.[64]


A primeira tentativa de reconquista de Lisboa ocorre em 1137. Fracassa frente às muralhas da cidade. Em 1140, acorrem aos sediantes cruzados em trânsito por Portugal. Juntos, empreendem novo ataque, que também falha. Só sete anos depois, os cristãos reconquistariam a povoação dando graças ao primeiro rei de Portugal, Dom Afonso Henriques. O rei concede-lhe foral em 1179. Em 1255, graças à sua localização estratégica, Lisboa torna-se a capital do reino. Terminada a reconquista, consolidada a religião cristã e instituída a língua portuguesa, é criada a diocese de Lisboa que, no século XIV, será elevada a metrópole (arquidiocese).


Nos últimos séculos da Idade Média a cidade expandiu-se e tornou-se um importante porto, com comércio estabelecido com o norte da Europa e com as cidades costeiras do Mar Mediterrâneo. Em 1290 o rei Dom Dinis criou a primeira universidade portuguesa em Lisboa que, por causa de um incêndio, foi transferida para Coimbra em (1308), quando a cidade já dispunha de grandes edifícios religiosos e conventuais.


Dom Fernando I, o Formoso, construiu a famosa Muralha Fernandina[65], já que a cidade crescia rapidamente para fora do perímetro inicial. Começando pelo lado dos bairros mais pobres e acabando nos bairros da burguesia, a maior parte do dinheiro utilizado na execução do projeto veio desta última. Esta estratégia mostrou-se conveniente, já que de outra forma a burguesia deixaria de financiar a obra.


O novo capítulo da história de Lisboa é iniciado com a revolução motivada pela Crise de 1383-85. Após a morte de Fernando de Portugal, o Reino deveria passar a ter como soberano nominal o Rei de Castela, João I de Castela, e ser regido por Leonor Teles de Menezes. Porém o rei castelhano quis ser soberano efectivo ou, como se costuma dizer, "rei e senhor", persuadindo a sogra e rainha regente a renunciar ao governo e a ceder-lho. Isto, sem o consentimento das Cortes, constituía uma usurpação de poder, o que deu guerra. Depois de cerca de ano e meio de luta, a burguesia da cidade, com as suas ligações inglesas e capitais avultados, seria um dos vencedores: o Mestre de Avis é aclamado João I de Portugal, depois de levar a bom termo o cerco de Lisboa de 1384 e antes de ganhar, em 1385, a Batalha de Aljubarrota, sob a liderança de Nun'Álvares Pereira, contra as forças castelhanas reforçadas com miltares franceses e apoiadas pelos fidalgos portugueses que prestavam vassalagem ao rei de Castela.


Em 1385 Lisboa substitui Coimbra como capital do reino.[66]



Era das Navegações



Ver artigos principais: Era dos descobrimentos e Descobrimentos portugueses



A mais antiga representação de Lisboa (1500–1510) da Crónica de Dom Afonso Henriques, por Duarte Galvão




Lisboa em 1572.




Entrada de D. Filipe II em Lisboa em 1613.


Os descobrimentos marítimos portugueses eram, nos finais do século XV, uma das prioridades estratégicas de D.João II, que ascendeu ao trono em 1481 e que mudou a sua residência do Castelo de São Jorge para o Terreiro do Paço (Paço da Ribeira) que, por esse motivo, assim ficou conhecido : o grande “terreiro” onde e em redor do qual se concentravam os grandes estaleiros de construção naval de Lisboa e onde ficou instalado o paço real, no lado ocidental da “praça do comércio”.[67] Seria esse o melhor local para o jovem soberano vigiar o Tejo, lá do alto de uma fina torre, ali mesmo a dois passos das ruelas de fama duvidosa por ele preferidas em escapadelas nocturnas.


Portugal fica na vanguarda dos países seus contemporâneos ao ser o primeiro a transformar a pesquisa tecnológica e científica em política de Estado e ao abrir as portas a especialistas aragoneses, catalães, italianos e alemães com o objectivo de aumentar e enriquecer os conhecimentos náuticos de oficiais e simples marinheiros. Esta política seria incrementada com o saber de pilotos orientais.[68][69][70][71]


Várias expedições se fazem com tripulações portuguesas integrando expatriados de outros reinos que levarão à descoberta dos arquipélagos dos Açores, Madeira e Canárias. Com sérios argumentos, afirmam alguns historiadores que caravelas portuguesas terão entretanto alcançado o Brasil. Relacionam-se tais argumentos com projectos secretos de João II que, antes do Tratado de Tordesilhas contratou navegantes e cartógrafos. Um destes, alemão, chamava-se Martin Behaim. Num dos seus mapas, desenhado pouco antes da descoberta "oficial" da América, destaca-se a sul um vasto território no prolongamento da Ásia. Seria intenção do rei ocultar a sua existência com vista a garantir, perante as ambições de Castela, o predomínio de uma área colonial de vital importância para Portugal.[72]


Permite o povoamento das ilhas atlânticas a oeste e sudoeste de Portugal fundar cidades-portos necessários para a exploração de novos mercados. De Lisboa partem inúmeras expedições nessa época dos descobrimentos (séculos XV a XVII), como a de Vasco da Gama, em 1497-1498, fazendo melhorar o porto de Lisboa, centro mercantil da Europa, ávida por ouro e especiarias.[73]


Na alta da expansão colonial portuguesa, as casas ribeirinhas de Lisboa tinham entre três a cinco andares: uma loja e, acima dela, instalações comerciais. Duas gravuras da Rua Nova dos Mercadores no século XVI descobertas em Londres ilustram essa realidade e o importante papel da presença negra na cidade.[74] Lisboa passou a ocupar o lugar de Génova no comércio de escravos [75] provenientes de África, da Península Ibérica[76] e resto da Europa[77] Tornou-se um porto em que circulavam cativos que depois eram vendidos para diversos pontos da Europa.[78][79] Lisboa era então frequentada por muitos comerciantes estrangeiros.


A maior riqueza de Lisboa desde o fim do século XVI era o ouro e o monopólio dos produtos do Brasil. Findos os conflitos e guerras entre conservadores e liberais, foi perdido o monopólio e do ouro só uma pequena parte chegava aos cofres reais devido ao contrabando e à pirataria.[80][81]


Encontrava-se o país numa situação económica difícil quando as nações da Europa, iniciando a industrialização, enriqueciam com o comércio das Américas (a Inglaterra viria a dominar o comércio brasileiro) e da Ásia. É entretanto em Lisboa, em 1640, que terá lugar a principal revolta na Restauração da Independência.




Terreiro do Paço em 1662, junto à arcaria vê-se soldados portugueses a praticar tiro em plena Guerra da Restauração.




Representação da cidade no século XVIII.


Os problemas do comércio aumentam quando, em 1636, os Catalães se revoltam, povo mercador como o de Lisboa também oprimido pelas taxas castelhanas. É a Portugal que Madrid vem reclamar homens e fundos para submeter a Catalunha. É então que os mercadores da cidade se aliam à pequena e média nobreza. Tentam convencer o Duque de Bragança, Dom João, a aceitar o trono, mas este, como o resto alta nobreza, é favorecido por Madrid e só a intenção de o tornar rei o convence. Os conspiradores assaltam o Palácio do Governador e aclamam o novo rei (D. João IV), primeiramente com o apoio do Cardeal Richelieu, francês, e depois recorrendo à velha aliança com a Inglaterra, processo este designado como Restauração da Independência (1640).


A Lisboa da pós-Restauração será uma cidade cada vez mais dominada pelas ordens religiosas católicas. Mais de quarenta conventos são fundados na cidade, para além dos trinta já existentes. Religiosos ociosos, cujo sustento é assegurado por esmolas e expropriações, contam-se aos milhares, somando mais de 5% da população da cidade. O clima político torna-se cada vez mais conservador, mais autoritário. Reprimindo a classe mercadora, concentra-se a Inquisição no controlo das mentalidades, vigiando ideias e a criatividade, que suprime em nome da “pureza” da fé. Filhos indignos da herança paterna, que antes se dedicavam ao comércio e às empresas de além-mar, refugiam-se nas ordens religiosas e passam a viver à conta de outrem, na maioria dos casos sem convicção religiosa.


Lisboa seria então o grande palco de autos-de-fé movidos pela Igreja contra apóstatas, heréticos, cristãos-novos, judeus em particular, acusados de desvios do cristianismo.[82] Além destes, qualquer cidadão podia ser sacrificado por “pecados” irrisórios denunciados por vinganças mesquinhas. A delação era elevada a virtude. Na maior parte dos casos por falsas razões ou por motivos fúteis, as vítimas eram queimadas vivas em aparatosas fogueiras acendidas em locais como o Rossio e a Praça do Comércio, perante multidões excitadas que à vezes apaziguavam a vergonha com churrascadas e vinho.[83][84] Tais espectáculos, animados por hábeis carrascos da Coroa, em que participavam representantes das autoridades eclesiástica e secular, duraram até 1821. Eram regularmente honrados com a presença do rei D. João V, que se empenhava em não ficar aquém da vizinha Espanha e de outros países europeus em obras grandiosas, notáveis feitos e grandes medidas como as do Santo Ofício. Tais práticas repressivas, cultivando o medo, suscitando um estigma na alma de um povo, serviriam de modelo a governantes vindouros, que delas souberam tirar bom partido.[85][86] Foi ele quem ordenou em 1731 a construção do Aqueduto das Águas Livres.


Terramoto de 1755 e a Lisboa Pombalina




Representação do Terramoto de Lisboa, um dos mais fortes sismos da história.




Maquete de uma gaiola pombalina.



Ver artigos principais: Sismo de Lisboa de 1755 e Terramoto de Lisboa

Lisboa foi quase na totalidade destruída a 1 de Novembro de 1755 por um terrível terramoto. Foi reconstruída segundo os planos traçados pelo Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo), Ministro da Guerra e Negócios Estrangeiros. Oriundo da baixa Nobreza, depressa reagiu perante as ruínas do terramoto logo depois de ter dito ser necessário enterrar os mortos, cuidar dos vivos e reconstruir a cidade. A parte central reconstruida terá o nome de Baixa Pombalina. A quadrícula adoptada nos planos de reconstrução permitiria desenhar as praças do Rossio e Terreiro do Paço, esta com uma belíssima arcada aberta em frente do rio Tejo.[87]


Ainda no século XVIII e a instâncias de D. João V, o Papa concederá ao arcebispo da cidade o título honorífico de Patriarca e a nomeação automática como Cardeal (daí o título de "Cardeal Patriarca de Lisboa"). Nos primeiros anos do século XIX Portugal foi invadido pelas tropas de Napoleão Bonaparte, obrigando o rei Dom João VI a deslocar-se temporariamente para o Brasil. Lisboa ressentiu-se. Muitos bens foram saqueados pelos invasores.[87]


A cidade viveu intensamente as lutas liberais. Teve início uma época de florescimento dos cafés e teatros. Mais tarde, em 1879, foi aberta a Avenida da Liberdade que iniciou a expansão citadina para além da Baixa.[87]


O centro cultural e comercial da cidade passou para o Chiado durante o século XIX (cerca de 1880). Com as velhas ruas da Baixa já ocupadas, os donos de novas lojas e clubes estabeleceram-se na colina anexa, que rapidamente se transformou. Aqui são fundados clubes célebres, como o Grémio Literário, afamado pelas histórias de Eça de Queiróz, frequentado por Almeida Garrett, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro, Oliveira Martins e Alexandre Herculano. Surgiram no Chiado lojas de roupas da moda, em particular de Paris, e outros produtos de luxo, grandes armazéns no estilo do Harrods de Londres ou das Galerias Lafayette de Paris, novos cafés de luso-Italianos, como O Tavares e o Café do Chiado.[87]



Século XX





Proclamação da república por José Relvas em Lisboa


Espectáculo típico de tavernas e pequenos recintos dos bairros populares de Lisboa, o fado [88][89], a partir do início do século, «… conhece uma gradual divulgação e consagração popular, através da publicação de periódicos que se consagram ao tema e da consolidação de novos espaços performativos numa vasta rede de recintos …».[90]


Ao mesmo tempo, em espaços amplos como a Praça de Touros do Campo Pequeno, a tourada torna-se um dos divertimentos populares preferidos. O teatro popular ou teatro de revista, pegando em temas de velhas comédias e dramas eruditos, ocupa novas salas da capital. Outro passatempo, tipicamente português, é a Oratória, praticada por actores que, comentando temas em moda, imitam o Padre António Vieira com uma retórica cheia de floreados, com argumentos superficiais, por vezes cantando, em espetáculos onde se disputa prémios. Matam ainda os alfacinhas os seus ócios em grandes jardins públicos que surgem em Lisboa imitando o Hyde Park de Londres e jardins das cidades alemãs. O primeiro é o Jardim da Estrela.




Assassinato de Sidónio Pais na Estação do Rossio


É então, em 1907, que, alarmadas, as elites impõem a ditadura com João Franco, mas é tarde de mais. Em 1908 a família real sofre um atentado (no Terreiro do Paço) em que morrem El-Rei Dom Carlos de Portugal e o herdeiro do trono, o Príncipe Real Dom Luís Filipe de Bragança, numa acção provavelmente executada pelos anarquistas (que neste período atacam figuras públicas em toda a Europa). Em 1909, os operários de Lisboa organizam greves frequentes. Em 1910, em Lisboa, dá-se a revolta que implantaria a república em Portugal. Uma grande quantidade de habitantes da cidade, incitados pelo Partido Republicano Português, formam barricadas nas ruas e são distribuídas armas. Os exércitos ordenados a reprimir a revolução são desmembrados pelas deserções. O resto do país é obrigado a seguir a capital, apesar de continuar profundamente rural, católico e conservador. É proclamada a Primeira República. Em 1912 os monárquicos do norte aproveitam o descontentamento com as leis liberais dos republicanos e tentam um golpe de estado, que falha.


Em 1916 Portugal entra, por via da Aliança, na Primeira Guerra Mundial. Em plena crise nacional, mobiliza homens e recursos consideráveis. São muitas as baixas. Perante o desastre do Corpo Expedicionário Português, Sidónio Pais é um dos que se opõem ao Governo do Partido Democrático acabando por liderar novo golpe em dezembro de 1917, protagonizado pela Junta Militar Revolucionária, de que era Presidente. No dia oito é demitido o Governo da União Sagrada chefiado por Afonso Costa e o poder transferido para a Junta. Destituído Bernardino Machado, Afonso Costa assume provisoriamente o cargo de Presidente da República. Emite uma série de decretos ditatoriais que mudam a Constituição e lhe dão poderes acumulados de Presidente e chefe do Governo, fundando uma República Nova que antecipará o Estado Novo. A política torna-se mais tensa. Há fome no país.[carece de fontes?]




Vista da Torre Vasco da Gama no Parque das Nações, local onde foi realizada a Exposição Mundial de 1998




Lisboa a partir do Castelo de São Jorge, com a Ponte sobre o Tejo ao fundo


Sidónio será morto a tiro em dezembro de 1918. O fim da Primeira República tem lugar em 1926, quando a direita conservadora antidemocrática (largamente liderada pelos descendentes da antiga Nobreza do norte do país e pela Igreja Católica) toma por fim o poder, após duas outras tentativas em 1925. Alega pretender acabar com a anarquia, que ela própria tinha criado. Liderado pelo General Gomes da Costa, o novo governo adota uma ideologia fascista, sob a liderança do ditador Salazar. O novo regime governaria impunemente o país durante quatro décadas. Essa impunidade seria justificada pelas muitas e generosas ‘’ofertas” de Salazar ao “bom povo português”, alardeadas pelos meios de comunicação e ilustradas em cerimónias solenes frequentadas pelas elites da época. A maior delas foi a Ponte Salazar (hoje Ponte 25 de Abril), inaugurada em 1966 com toda a pompa e circunstância : tornava real um velho sonho, unia o Norte e o Sul através da capital, era a maior do continente.[carece de fontes?]


O Estado Novo foi derrubado pela Revolução dos Cravos, a 25 de Abril de 1974. Ao golpe militar seguiu-se o período conturbado do PREC, marcado particularmente em Lisboa pela propaganda e acção da esquerda, da mais moderada à mais radical. O Comício da Fonte Luminosa seria evento decisivo para o futuro político do país[91][92][93] A agitação é ao mesmo tempo agravada por grupos de extrema direita que chegam ao ponto de bloquear os acessos à cidade e de levar a cabo acções terroristas no norte do país com o intuito de travar os progressos da revolução. Durante dois anos, em 1974 e 1975, Lisboa foi invadida por jornalistas estrangeiros e esteve nas luzes da ribalta dos principais meios de comunicação internacionais. O repórter Horst Hano da televisão alemã ARD foi um dos mais importantes, dando cobertura particularmente completa aos principais eventos políticos em Portugal e em Espanha entre 1975 e 1979.[94]


Dez anos após a queda do regime fascista, já longe dos dramas do Processo Revolucionário em Curso, é assinado em Lisboa em 1985 o Tratado de Adesão à Comunidade Económica Europeia, no Mosteiro dos Jerónimos pelo então Presidente da República, Mário Soares. Desde então Lisboa e o país têm sido governados, em alternância partidária, por um regime democrático.[95] Lisboa continua a desenvolver-se ao ritmo das mais importantes capitais europeias, melhorando as suas infraestruturas e construindo novas, remodelando o sistema de transportes urbanos, de segurança e saúde. Em 1994 é Capital Europeia da Cultura. Em 1998 inaugura a sua segunda ponte, na altura a mais longa de toda a Europa e a quarta maior do mundo, a Ponte Vasco da Gama. Nesse mesmo ano organiza a EXPO 98, no Parque das Nações, com o tema Oceanos. O actual Presidente da Câmara de Lisboa (C.M.L), é Fernando Medina, do Partido Socialista (PS).


Geografia



Ver artigo principal: Geografia de Lisboa




Fotografia aérea de Lisboa


Localizada na margem direita do estuário do Tejo, a 38º42' N e a 9º00' W, com altitude máxima na Serra de Monsanto (226 metros de altitude), Lisboa é a capital mais ocidental da Europa. Fica situada a oeste de Portugal, na costa do Oceano Atlântico.[96] Os limites da cidade, ao contrário do que ocorre em grandes cidades, encontram-se bem delimitados dentro dos limites do perímetro histórico. Isto levou à criação de várias cidades ao redor de Lisboa, como Loures, Odivelas, Amadora e Oeiras, que são de facto parte do perímetro metropolitano de Lisboa. Mais recentemente, a sul do Tejo, mas pertencentes já ao distrito de Setúbal, Almada, Seixal e Barreiro são também casa para a expansão urbanística de Lisboa em particular após 1974, beneficiando da proximidade ao centro nevrálgico de Lisboa, embora com uma identidade claramente distinta da existente a norte do Tejo.[97][98]


O centro histórico da cidade é composto por sete colinas, sendo algumas das ruas demasiado estreitas para permitir a passagem de veículos. A cidade serve-se de três funiculares e um elevador (Elevador de Santa Justa). A parte ocidental da cidade é ocupada pelo Parque Florestal de Monsanto, um dos maiores parques urbanos da Europa, com uma área de quase 10 km². Lisboa tem ganho terreno ao rio com sucessivos aterros, sobretudo a partir do século XIX. Esses aterros permitiram a criação de avenidas, a implantação de linhas de caminho-de-ferro e a construção de instalações portuárias e mesmo de novas urbanizações como o Parque das Nações e equipamentos como o Centro Cultural de Belém.[carece de fontes?]



Meio ambiente e áreas verdes


Ver também: Lista dos parques e jardins de Lisboa




Jardim Botânico da Ajuda





Parque Eduardo VII


Lisboa é uma cidade repleta de espaços verdes, de variadas dimensões. Foi nesta cidade que surgiu o primeiro jardim botânico português: Jardim Botânico da Ajuda. Alguns dos jardins da cidade estão em processo de recuperação, no intuito da criação de um corredor verde na cidade, enquanto outras áreas, anteriormente concentrando elevados níveis de tráfego e poluição, estão a ser requalificadas, sendo o caso mais recente o da CRIL - 2ª Circular.[99]


Em temos de qualidade do ar, apresenta níveis progressivamente descendentes de poluição atmosférica, embora ainda com partículas NO2 claramente superiores ao limite legal.[100] Estes valores de partículas decorrem da utilização acima da média europeia de tráfego automóvel, por contraponto à utilização de transportes públicos, o que distingue Lisboa de outras capitais europeias. Em anos recentes, têm sido feitas melhorias dentro e fora de Lisboa no planeamento da rede de transportes públicos ferroviária [101] e rodoviária [102], permitindo uma utilização mais eficiente e eficaz e, por consequência, menos poluição emitida.


Existem em Lisboa mais de uma centena de parques, jardins, quintas e tapadas, entre eles o Parque Eduardo VII, o Parque Florestal de Monsanto, o Jardim Botânico da Ajuda, o Jardim Botânico de Lisboa, o Jardim da Estrela, a Tapada da Ajuda, entre muitos outros. O Parque Florestal de Monsanto é o maior e mais importante parque da cidade, chamado o seu "Pulmão Verde",[103] ao ser a única grande floresta em Lisboa (as outras mais próximas são a Tapada de Mafra, a Tapada da Ajuda e a Serra de Sintra). Por sua vez, destacam-se entre os jardins o Parque Eduardo VII, o Jardim Botânico da Ajuda e o Jardim Botânico de Lisboa. O primeiro por ser a maior zona verde no centro antigo de Lisboa, e os outros dois por possuírem uma variadíssima colecção de espécies arborícolas. Possui um aquário: o Aquário Vasco da Gama; e um oceanário: o Oceanário de Lisboa. A cidade também possui diversos jardins, sendo de destacar o Jardim Zoológico de Lisboa, o Jardim da Estrela, o Jardim Botânico da Ajuda e o Campo de Santana. Existem ainda importantes parques urbanos como o Parque Eduardo VII, o Parque da Bela Vista e o Parque José Gomes Ferreira.





Vista panorâmica de Lisboa a partir do Castelo de São Jorge.



Clima


Lisboa é uma das capitais mais amenas da Europa, com um clima mediterrânico (Csa segundo a classificação climática de Köppen)[104][105] fortemente influenciado pela Corrente do Golfo. A Primavera é fresca a quente (de 8 °C a 26 °C) com sol e alguns aguaceiros. O Verão é, em geral, quente e seco e temperaturas entre 16 °C a 35 °C. O Outono é ameno e instável, com temperaturas entre 12 °C e 27 °C e o Inverno é tipicamente chuvoso e fresco, também com algum sol). A temperatura mais baixa registada foi de -1.2 °C em 11 de fevereiro de 1956[106] e a mais elevada foi de 44.0 °C, em 4 de agosto de 2018.[107]






















































































































Dados climatológicos para Lisboa (1981-2010)
Mês

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez
Ano
Temperatura máxima recorde (°C)
22,6
24,8
29,4
32,2
34,8
41,5
40,6
44,0
37,3
32,6
25,3
23,2
42
Temperatura máxima média (°C)
14,8
16,2
18,8
19,8
22,1
25,7
27,9
28,3
26,5
22,5
18,2
15,3
21,5
Temperatura média (°C)
11,6
12,7
14,9
15,9
18,0
21,2
23,1
23,5
22,1
18,8
15,0
12,4
17,5
Temperatura mínima média (°C)
8,3
9,1
11,0
11,9
13,9
16,6
18,2
18,6
17,6
15,1
11,8
9,4
13,5
Temperatura mínima recorde (°C)
1,0
-1,2
0,2
5,5
6,8
10,4
14,1
14,7
12,1
9,2
4,3
2,1
-1,2

Chuva (mm)
99,9
84,9
53,2
68,1
53,6
15,9
4,2
6,2
32,9
100,8
127,6
126,7
774

Fonte: Instituto Português do Mar e da Atmosfera[108]

Demografia








População residente vs parque automóvel, no município de Lisboa entre 1981 e 2012. Fonte: INE e ACAP


A população de Lisboa é caracterizada por vários altos e baixos ao longo da sua história. Actualmente, a população de Lisboa está em queda.[109] Já a área metropolitana de Lisboa está em crescimento populacional, em decorrência da migração dos habitantes da cidade para as cidades vizinhas.[110] Na actual estrutura demográfica de Lisboa , as mulheres representam mais de metade da população (54%) e os homens 46%.[111] A cidade apresenta uma estrutura etária envelhecida, com 23% de idosos (65 anos ou mais),[112] quando a média portuguesa é de 16%.[113] Entre os mais novos, 13% da população tem menos de 15 anos, 9% está entre os 15 e os 24 anos e 53% dos 25 aos 64 anos de idade.[111]



População






































Número de habitantes [114]

1864

1878

1890

1900

1911

1920

1930

1940

1950

1960

1970

1981

1991

2001

2011
190 311
240 740
300 964
351 210
431 738
484 664
591 939
694 389
783 226
802 230
769 044
807 937
663 394
564 657
547 733

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)























































































Número de habitantes por Grupo Etário [115]


1900

1911

1920

1930

1940

1950

1960

1970

1981

1991

2001

2011

0-14 Anos
92 086
110 179
111 796
131 141
146 734
149 140
144 249
152 000
153 020
94 306
65 548
70 494

15-24 Anos
69 283
89 061
102 443
122 513
132 144
150 165
124 969
110 620
120 527
99 116
71 634
53 507

25-64 Anos
176 499
213 166
243 399
307 772
383 704
434 947
458 124
410 645
418 870
345 407
294 171
292 772

= ou > 65 Anos
16 795
20 607
23 108
32 420
43 578
56 182
74 888
86 885
115 520
124 565
133 304
130 960
> Id. desconh
1 346
2 346
5 626
544
2 959

(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)



Administração municipal



Ver artigo principal: Governo de Lisboa




Câmara Municipal de Lisboa


É em Lisboa que se localizam os principais órgãos políticos do país (ministérios, tribunais, etc).[116][117] O município de Lisboa é administrado por uma Câmara Municipal composta por 17 vereadores. Existe uma Assembleia Municipal que é o órgão legislativo do município, constituída por 75 deputados municipais, 51 dos quais eleitos directamente mais os presidentes das 24 juntas de freguesia do município.


O cargo de Presidente da Câmara Municipal ficou vago desde 15 de Maio de 2007, após a demissão de António Carmona Rodrigues que tinha sido eleito pelo PSD. Nas eleições de 15 de Julho de 2007 foi eleito António Costa, pelo PS. Após a renúncia deste ao mandato, em 2015, o vice-presidente Fernando Medina assumiu o cargo, tendo sido posteriormente eleito presidente como resultado das eleições autárquicas de 2017, apesar de o PS ter perdido a maioria absoluta, recebendo 42% dos votos. [118]



Subdivisões administrativas


Ver também: Lista de freguesias de Lisboa


Ver também: Bairros de Lisboa

Desde a reorganização administrativa de 2012, Lisboa conta 24 freguesias agrupadas em cinco Zonas (ou Unidades de Intervenção Territorial - UIT).[119]


Lisboa freguesias 2012.svg






  • Ajuda

  • Alcântara

  • Alvalade

  • Areeiro

  • Arroios

  • Avenidas Novas

  • Beato

  • Belém

  • Benfica

  • Campo de Ourique

  • Campolide

  • Carnide




  • Estrela

  • Lumiar

  • Marvila

  • Misericórdia

  • Olivais

  • Parque das Nações

  • Penha de França

  • Santa Clara

  • Santa Maria Maior

  • Santo António

  • São Domingos de Benfica

  • São Vicente




Relações internacionais


A cidade de Lisboa é uma das 7 CIdades Fundadoras da UCCLA, União das Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas. A cidade de Lisboa faz parte da União de Cidades Capitais Ibero-americanas.[120][121] Abaixo está uma lista das cidades-irmãs de Lisboa e aquelas com as quais o governo da cidade estabeleceu um acordo de cooperação e amizade:


Cidades-irmãs




  • Guiné-Bissau Bissau, Guiné-Bissau[120][121]


  • Brasil Brasília, Brasil[120]


  • Hungria Budapeste, Hungria[120][121]


  • Guiné-Bissau Cacheu, Guiné-Bissau[120][121]


  • Brasil Fortaleza, Brasil[122]


  • Portugal Guimarães, Portugal[120][121]


  • Angola Luanda, Angola[120][121]


  • Macau Macau, China[120][121]


  • Espanha Madrid, Espanha[120][121]


  • Malásia Malaca, Malásia[120][121]


  • Moçambique Maputo, Moçambique[120][121]


  • Brasil Natal, Brasil[123]


  • Cabo Verde Praia, Cabo Verde[120][121]


  • Marrocos Rabat, Marrocos[120][121]


  • Brasil Rio de Janeiro, Brasil[120][121]


  • Brasil Salvador, Brasil[120][121]


  • Brasil São Paulo, Brasil[124]


  • São Tomé e Príncipe São Tomé, São Tomé e Príncipe[120][121]



Acordo de cooperação e amizade




  • São Tomé e Príncipe Água Grande, São Tomé e Príncipe[120]


  • Argélia Argel, Argélia[120][121]


  • Estado da Palestina Belém, Palestina[120][121]


  • Argentina Buenos Aires, Argentina[120][121][125]


  • Brasil Curitiba, Brasil[121]


  • Ucrânia Kiev, Ucrânia[121]


  • Estados Unidos Miami, Estados Unidos[120][121]


  • Uruguai Montevidéu, Uruguai[120][121]


  • Rússia Moscovo, Rússia[120][121]


  • Índia Pangim (Goa), Índia[121]


  • França Paris, França[120][121]


  • China Pequim, China[121]


  • China Qingdao, China[121]


  • Cabo Verde Santa Catarina, Cabo Verde[120][121]


  • Bulgária Sófia, Bulgária[121]


  • Canadá Toronto, Canadá[120][121]


  • Tunísia Tunes, Tunísia[120][121]


  • Croácia Zagrebe, Croácia[120][121]



Economia





Porto de Lisboa e docas de Alcântara


A região de Lisboa é a mais rica de Portugal e produz um produto interno bruto (PIB) per capita acima da média da União Europeia, além de ser responsável pela produção de 45% do PIB português. A economia da cidade baseia-se principalmente no sector terciário. A maioria das sedes das empresas multinacionais que operam em Portugal estão concentradas na Grande Lisboa, especialmente no município de Oeiras. A Área Metropolitana de Lisboa é altamente industrializada, especialmente na margem sul do rio Tejo.


A região de Lisboa teve um rápido crescimento económico durante grande parte dos anos 2000 e aumentou seu PIB PPC per capita de 22 745 euros em 2004,[126] para 26 100 em 2007.[127] Em 2011, a região metropolitana de Lisboa registou um PIB no valor de 95,2 mil milhões de dólares e 31 454 dólares per capita.[128]


O principal porto do país, com uma das maiores e mais sofisticados mercados regionais da Península Ibérica, Lisboa e seus populosos arredores também estão a se desenvolver como um importante centro financeiro e um polo tecnológico e dinâmico. Os fabricantes de automóveis têm construído fábricas nos subúrbios como, por exemplo, a AutoEuropa.




Sede da Caixa Geral de Depósitos.




Shopping center Colombo.


A cidade tem o maior e mais desenvolvido sector de meios de comunicação em massa do país e é a sede de várias empresas relacionadas, que vão desde principais redes de televisão e estações de rádio até grandes jornais nacionais e internacionais.


A bolsa de valores Euronext Lisboa, que faz parte do sistema financeiro pan-europeu Euronext, juntamente com as bolsas de Amesterdão, Bruxelas e Paris, está associada com a Bolsa de Valores de Nova York desde 2007, quando o grupo multinacional de bolsa de valores NYSE Euronext foi criado. A indústria da cidade tem muito grandes sectores, como refinarias de petróleo, fábricas de produtos têxteis, estaleiros e indústrias de pesca que são encontradas ao longo do Tejo.


Próximo de Lisboa existe um dos maiores centros comerciais da Península Ibérica, o Dolce Vita Tejo (Amadora), já dentro da cidade estão o Centro Colombo, Amoreiras Shopping Center e o Centro Vasco da Gama. Para compras mais típicas, a Baixa de Lisboa. Existem muitos outros centros comerciais nas periferia de Lisboa, como o Almada Forum (Almada), o Allegro Shopping, o Oeiras Parque (Oeiras), o Rio Sul Shopping (Seixal), o Freeport Alcochete (Alcochete) e outras áreas como no Montijo, em Cascais, em Loures e em Odivelas.


Antes da crise da dívida pública da Zona Euro estourar e um plano de resgate financeiro ser implementado pela UE e pelo FMI na década de 2010, a cidade de Lisboa estava prestes a receber muitos investimentos financiados pelo Estado, incluindo a construção de um novo aeroporto, uma nova ponte, uma expansão de 30 km do sistema do metropolitano da cidade, o construção de um hospital central, a criação de duas linhas de TGV para conectar a capital portuguesa à Madrid, Porto, Vigo e ao resto da Europa, a restauração da parte histórica da cidade, a criação de um grande número de ciclovias, além da modernização e reforma de várias instalações.[55]






Torre Vasco da Gama (à esquerda) no Parque das Nações, um dos centros financeiros da cidade e local onde foi realizada a Exposição Mundial de 1998. Ao fundo, vista da Ponte Vasco da Gama



Infraestruturas



Saúde




Hospital de Santa Maria


Em Lisboa existem vários hospitais (quer públicos quer privados), clínicas, centros de saúde, etc. Existe também um projecto em curso, que prevê a construção de um Hospital Central, no Parque da Bela Vista. O Hospital intitulado Hospital de Lisboa Oriental,[129] englobará alguns hospitais existentes no centro de Lisboa (como por exemplo, o Hospital de Dona Estefânia, o Hospital de Santa Marta, etc. A inauguração está prevista para 2019.


Em Lisboa existem vários hospitais públicos (do Serviço Nacional de Saúde), hospitais militares, centros de saúde, hospitais privados e clínicas. Existe também um projecto em curso, que prevê a construção de um Centro Hospitalar Oriental, no Parque da Bela Vista. Os hospitais de Santa Marta e Santa Cruz começaram por ser especializados em Cardiologia, posteriormente englobaram outras especialidades.


Os hospitais públicos da Cidade de Lisboa estão agrupados em centros: Centro Hospitalar Lisboa Norte; Centro Hospitalar Lisboa Central; Centro Hospitalar Lisboa Ocidental; Centros Especializados; e hospitais militares.



Educação




Sede da Universidade Nova de Lisboa





Biblioteca Nacional de Portugal.


Ver também: Lista das instituições de ensino superior em Lisboa e Lista de estabelecimentos de ensino em Portugal no Distrito de Lisboa

A cidade de Lisboa possui escolas e jardins-de-infância, públicas e privadas, de ensino primário, básico e secundário, num total de 312. Na área da Grande Lisboa existem escolas internacionais como a Saint Julian's School, o Carlucci American International School of Lisbon, a St Dominic's International School, a Deutsche Schule Lissabon e o Lycée Français Charles Lepierre.


Lisboa dispõe actualmente de duas universidades públicas, a Universidade de Lisboa, criada em 2013 pela junção da Universidade Clássica de Lisboa (também chamada só de Universidade de Lisboa) com a Universidade Técnica de Lisboa, formando assim a maior universidade a nível nacional, e a Universidade Nova de Lisboa, fundada em 1957, Universidade Aberta, assim como diversas universidades privadas, que oferecem cursos superiores em todas as áreas académicas. Existe também o ISCTE-IUL, ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, e o Instituto Politécnico de Lisboa. Neste local, junto ao Hospital de Sta. Maria, destaca-se ainda a existência da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, a maior escola de enfermagem do país.


As maiores instituições privadas de ensino superior, incluem a Universidade Católica Portuguesa, a Universidade Lusíada, a Universidade Lusófona e a Universidade Autónoma de Lisboa, entre outras. O total de inscritos nas instituições de ensino superior público e privado foi, no ano lectivo de 2007-2008, de 125.867 alunos, dos quais 81.507 em instituições públicas.[130]


A cidade está equipada com diversas bibliotecas e arquivos, sendo a mais importante a Biblioteca Nacional. A merecer destaque como um dos mais importantes arquivos do mundo, com mais de 600 anos, está o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, arquivo central do Estado Português desde a Idade Média e uma das mais antigas instituições portuguesas activas. Há ainda, entre outros, o Arquivo Histórico Militar e Arquivo Histórico Ultramarino.


Transportes






















Ponte 25 de Abril, construída em 1966.




Ponte Vasco da Gama, sobre o Rio Tejo, a maior da Europa.[131]




Duas pontes unem Lisboa à margem sul do rio Tejo: a Ponte 25 de Abril que liga Lisboa a Almada,[132] inaugurada em 1966 com o nome de Ponte Salazar e posteriormente rebaptizada com a data da Revolução dos Cravos,[133] e a Ponte Vasco da Gama, com 17.2 km de comprimento,[133] a mais longa da Europa e a quinta mais longa ponte do Mundo, que liga a zona Oriental e Sacavém ao Montijo.[132] Inaugurada em 1998 no âmbito da Expo 98, comemora também os 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia.[134] Existe já um projecto aprovado para a construção de uma terceira ponte sobre o Rio Tejo, prevista para 2013.[135][136]


O aeroporto de Lisboa, Aeroporto Humberto Delgado, situa-se a 7 km do centro, na zona nordeste da cidade. O Aeroporto Humberto Delgado é o maior aeroporto em Portugal,[137] com um volume de tráfego de cerca de 20 milhões de passageiros por ano.[138][139] Aberto ao tráfego em 1942,[140] o Aeroporto Humberto Delgado é servido por duas pistas e possuí dois terminais: o Terminal 1 para voos internacionais, o Terminal 2 para voos nacionais, incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.[140] Em 2008 foi aprovada a construção de um novo aeroporto na zona do Campo de Tiro de Alcochete,[141] na margem sul, a cerca de 40 km da cidade. A sua conclusão prevê-se para 2017,[142] entretanto o Aeroporto Humberto Delgado permanecerá.





Aeroporto Humberto Delgado


O Porto de Lisboa é um dos principais portos turísticos europeus,[143] paragem de numerosos cruzeiros. Está equipado com três cais para navios-cruzeiro: Alcântara, Rocha Conde Óbidos e Santa Apolónia.[144] A cidade tem ainda várias marinas para barcos de recreio,[145] nas docas de Belém, Santo Amaro, Bom Sucesso, Alcântara Mar e Olivais.[146] Existe ainda uma rede de transportes fluviais, a Transtejo, que liga as duas margens do Tejo, com estações em Cais do Sodré, Belém, Terreiro do Paço e Parque das Nações, na margem norte, e Cacilhas, Barreiro, Montijo, Trafaria, Porto Brandão e Seixal, na margem sul.[147]


A cidade dispõe de uma rede ferroviária urbana e suburbana com nove linhas (4 de metropolitano[148] e 5 de comboio suburbano)[149][150] e 117 estações (46 de metropolitano e 71 de comboio suburbano). A exploração da rede de metro é efectuada pela Metropolitano de Lisboa[151][152] e a rede ferroviária suburbana pela Caminhos-de-Ferro Portugueses[153] (linhas de Azambuja, Cascais, Sintra e Sado) e pela Fertagus (linha do eixo Norte-Sul, entre Roma-Areeiro e Setúbal).[150] As principais estações do caminho de ferro são: Oriente, Rossio, Cais do Sodré, Entrecampos e Santa Apolónia.


Construída por altura da Expo'98, a Gare do Oriente é uma das principais estações terminais e interfaces de transportes de Lisboa.[154] Por ela passam comboios, o metropolitano, autocarros e táxis. A estação, com uma notável arquitectura de vidro e colunas aço a lembrar palmeiras, foi desenhada pelo arquitecto Santiago Calatrava.[154] Mesmo em frente, situa-se o Parque das Nações, e a estação possuí ligação ao Centro Comercial Vasco da Gama. Com a sua cor amarela característica, os Elétricos de Lisboa são o transporte tradicional no centro da cidade.[155][156] São explorados pela Carris, assim como os vários elevadores que galgam as colinas de Lisboa: elevador da Bica,[157]elevador da Glória,[158]elevador do Lavra[159] e elevador de Santa Justa.[160]





Estação Cabo Ruivo do metropolitano de Lisboa




Eléctrico na Rua da Conceição


A rede de eléctricos é composta actualmente por seis carreiras e percorre um total de 48 km de linhas em bitola de 900 mm, sendo 13 km em faixa reservada. Emprega 165 guarda-freios (condutores de eléctricos, funiculares e elevador) e uma frota de 58 veículos (40 históricos, 10 articulados e 8 ligeiros[161]), baseados numa única estação — Santo Amaro.


A exploração dos autocarros está também a cargo da empresa Carris.[162] Existe ainda o Terminal Rodoviário de Lisboa, um dos mais importantes do país, onde partem e chegam todos os dias dezenas de autocarros[163] com os mais variados destinos nacionais e internacionais.[164] Os táxis também são muito comuns na cidade, sendo actualmente de cor creme, muitos mantêm ainda as cores emblemáticas dos táxis antigos: preto e verde. Existem várias praças de táxis e circulam centenas de táxis por toda a cidade. Apesar da rede de transportes, todos os dias se deslocam para Lisboa mais de 3 milhões de automóveis.[165] Lisboa e a sua área metropolitana são atravessadas por duas auto-estradas circulares, uma exterior e outra interior - a CRIL, Circular Regional Interior de Lisboa e a CREL,Circular Regional Exterior de Lisboa, ou A9. As principais auto-estradas que ligam a cidade à envolvente são as A1 (em direcção a norte, por Vila Franca de Xira), A8 (também para norte, via Loures), A5 (em direcção a oeste, até Cascais), A2 (para sul, por Almada) e A12 (para leste, por Montijo).[carece de fontes?]


Segundo dados de 2000, da Câmara Municipal de Lisboa,[166] e segundo a tipologia de percursos cicláveis, existiam e estavam em projecto 84 km de percursos de bicicleta, 50 km de pistas cicláveis, 73 km de faixas circuláveis e 74 km de tipologia de coexistência com veículos. Em 2008, dava-se a informação[167] que Lisboa iria fazer um investimento de 5 milhões de euros (parte dele com fundo do Quadro de Referência Estratégico Nacional) com o intuito de serem executados mais 40 km de novas vias cicláveis, havendo também a intenção de fazer recuperação de outras já existentes. Na área ribeirinha da cidade, existe já uma pista entre Belém e Cais do Sodré, que irá mais tarde ligar também a Santa Apolónia e posteriormente até ao Parque das Nações. Estava também previsto a instalação de uma rede de 2500 bicicletas, 250 postos de bicicletas e 65 estacionamentos. Em 2009, a informação era a de que já era possível pedalar entre Benfica e Campolide. Em dois anos, a cidade teria 90 km de pistas cicláveis e poderia estar equipada com cerca de 90nbsp;km de pistas cicláveis. Nesse mesmo ano, estaria previsto o funcionamento do anel "Palácio da Justiça - Campolide - Benfica - Carnide - Telheiras - Lumiar - Campo Grande" e a entrada em obras do percurso que uniria, em vários troços, Telheiras ao Parque das Nações. Actualmente, existem também a ciclovia de Monsanto, de 6 km de extensão.[168]





Vista panorâmica da fachada da estação Gare do Oriente, em Lisboa.



Cultura


Lisboa é uma cidade com uma intensa vida cultural. Epicentro dos descobrimentos desde o século XV, a cidade é o ponto de encontro das mais diversas culturas, o primeiro lugar em que Oriente, Índias, Áfricas e Américas se encontraram. Mantendo estreitas ligações com as antigas colónias portuguesas e hoje países independentes, Lisboa é uma das cidades mais cosmopolitas da Europa. É possível, numa só viagem de metro ouvir falar línguas como o cantonês, o crioulo cabo-verdiano, o gujarati, o ucraniano, o italiano ou o português com pronúncia moçambicana ou brasileira. E nenhuma delas falada por turistas, mas sim por habitantes da cidade.[carece de fontes?]



Música e teatro





Teatro Nacional D. Maria II na Praça do Rossio


A música tradicional de Lisboa é o fado [88][89][169][170], canção nostálgica acompanhada à guitarra portuguesa. Uma explicação popular da sua origem remete para os cânticos dos mouros, que permaneceram no bairro da Mouraria, após a reconquista cristã. Mais plausivelmente, a origem do fado parece despontar da popularidade nos séculos XVIII e XIX da Modinha, e da sua síntese popular com outros géneros afins, como o lundu, no rico caldo de culturas presentes em Lisboa.[carece de fontes?]


Lisboa acolhe a Companhia Nacional de Bailado, a companhia estatal criada em 1977, com vasto reportório de programação de dança clássica e contemporânea. Após a Expo'98, a CNB tornou-se residente do Teatro Camões, no Parque das Nações. Conta com a Fundação EDP como mecenas exclusivo. A Companhia de Dança de Lisboa, CDL, fundada em 1984, tem como objectivo divulgar e descentralizar a dança, ensinando as diferentes técnicas de dança em aulas abertas à população a partir dos 3 anos de idade. Cria e apresenta espectáculos com particular atenção aos temas da cultura portuguesa, a nível nacional e internacional..[171]


Eventos


Música e dança




Scissor Sisters no Super Bock Super Rock de 2007.




Entrada do Rock in Rio Lisboa de 2008.


Desde 1994, ano em que foi Capital europeia da cultura, Lisboa tem vindo a acolher uma série de eventos internacionais, da Expo 98 ao Tenis World Master 2001, Euro 2004, Gymnaestrada, MTV Europe Music Awards, Rali Dakar, Rock in Rio ou os 50 anos da Tall Ships' Races (Regata Internacional dos Grandes Veleiros). Em 2005, Lisboa foi considerada pela International Congress & Convention Association como a oitava cidade do mundo mais procurada para a realização de eventos e congressos internacionais.[carece de fontes?]


O eixo Alfama-Baixa/Chiado-Bairro alto é palco para a cultura erudita como para a popular. Na noite lisboeta a oferta é variada: a um jantar com fado ao vivo no Bairro Alto pode seguir-se um espectáculo de ópera no São Carlos, ou um concerto no Coliseu dos Recreios. Pode continuar-se com música alternativa na ZDB, ou com uma viagem pelos muitos bares e discotecas do Bairro Alto ou de toda a zona ribeirinha da cidade. Quando o Sol nasce é tempo de ver os habitantes locais e os turistas que enchem os miradouros históricos, como os do castelo, do bairro típico de Alfama do Bairro Alto.[carece de fontes?]


O Festival Jazz em Agosto, realiza-se todos os anos em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian. Aqui, músicos nacionais e internacionais dão concertos para públicos de todas as idades. Lisboa recebe ainda o Festival Internacional de Órgão de Lisboa desde 1998 em órgãos históricos restaurados. Alguns dos locais onde o festival ocorre são a Sé Patriarcal de Lisboa e a Basílica da Estrela. Outro evento relevante no mundo da música é o Super Bock Super Rock, um festival de música de Verão realizado anualmente no Parque do Tejo, na foz do rio Trancão, junto ao Parque das Nações). Organizado desde 1995, é actualmente um dos mais importantes festivais portugueses. Para além destes, existe também o Hype@Tejo, um festival de música electrónica, que ocorre todos os anos perto da Torre de Belém.[carece de fontes?]


O Rock in Rio é um festival de música originalmente organizado no Rio de Janeiro, de onde vem o nome, que rapidamente se tornou um evento de repercussão mundial e, em 2004, teve a sua primeira edição internacional em Lisboa. Ao longo da sua história, teve 7 edições, três no Brasil, três em Portugal e uma em Espanha. Em 2008, foi realizado pela primeira vez em dois locais diferentes, Lisboa e Madrid, e há intenções em organizar uma edição simultânea em três continentes diferentes.[172] Em 2014, Lisboa voltará a receber o Festival.[173]


A cidade de Lisboa é palco de alguns festivais, como o IndieLisboa, um festival internacional de cinema alternativo e independente. O festival é organizado pela associação cultural Zero em comportamento, e conta já com cinco edições desde 2003. Ao longo do Outono volta o cinema com o DocLisboa (festival internacional de documentário), o Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa além do Festival "Temps d'Images".[carece de fontes?]


Datas comemorativas



Festa de Santo António em Lisboa.


Lisboa possuí um feriado municipal, o 13 de Junho, Dia de Santo António.[174] Porém, o padroeiro da capital é São Vicente. As festas em honra de Santo António de Lisboa, acontecem em toda a cidade e os bairros típicos, como Alfama, Madragoa, Mouraria, Castelo e outros, são enfeitados com balões e arcos decorativos. Neles há arraiais populares, locais engalanados onde se comem sardinhas assadas na brasa, Caldo Verde (uma sopa de couve cortada aos fiapos) e se bebe vinho tinto. A Noite de Santo António, como é popularmente designada, é a festa que começa logo na noite do dia 12. Todos os anos a cidade organiza nesta noite as marchas populares,[175] grande desfile alegórico que desce a Avenida da Liberdade (principal artéria da cidade), no qual competem os diferentes bairros, um pouco à maneira das escolas de samba, numa espécie de carnaval português. Um grande fogo de artifício costuma encerrar o desfile. Os rapazes compram um manjerico (planta aromática) num pequeno vaso, para oferecer à namorada, o qual traz uma bandeirinha com uma quadra popular, por vezes brejeira ou jocosa.[176]


Santo António é conhecido como santo casamenteiro, por isso a Câmara Municipal de Lisboa costuma organizar, na Sé Patriarcal de Lisboa, o casamento de jovens noivos de origem modesta, todos os anos no dia 13 de Junho.[176] São conhecidos por 'noivos de Santo António', recebem ofertas do município e também de diversas empresas, como forma de auxiliar a nova família. Esta tradição dos casamentos de Santo António, começou em 1958.[176] Já as marchas surgiram em 1932.[177]





Maior Árvore de Natal da Europa, em 2005


Todos os anos, de 25 de Novembro a 7 de Janeiro, Lisboa é iluminada por milhões de pequenas luzes. Em 2004, ergueu a Maior Árvore de Natal da Europa. Inicialmente colocada em Belém, passou para o Terreiro do Paço em 2005 e 2006, então com 76 metros de altura, equivalentes a um prédio de 30 andares. Pelas ruas da Baixa, é normal ver-se várias atracções natalícias, como espectáculos de música, animadores disfarçados de Pai Natal, etc (animação de rua).[178][179]


No Ano Novo, são comuns as festas por toda a cidade. A televisão costuma exibir vários programas em directo, e a festa principal da cidade realiza-se no Terreiro do Paço, com vários concertos e um mega-espectáculo pirotécnico à meia-noite em ponto (além do Terreiro do Paço, existem vários pontos de lançamento de engenhos pirotécnicos espalhados por Lisboa e pela margem sul do rio Tejo em frente à capital).[180][181]


O Carnaval em Lisboa é festejado principalmente nas escolas. Algumas escolas organizam desfiles, que percorrem algumas ruas da cidade (principalmente a Rua Augusta). O mais antigo é o desfile da Escola de Artes Decorativas António Arroio. Nas instituições recreativas e, no Bairro Alto também se pode admirar festas relacionadas com o Carnaval.[182]


Outros



Entrada do ModaLisboa de 2011.




Feira do Livro de Lisboa em 2017.


A Moda Lisboa aquece o Inverno mais suave de todas as capitais europeias com vários desfiles de moda, onde vários criadores portugueses e estrangeiros mostram as suas tendências.[183]


Lisboa, é também palco de outros inúmeros eventos culturais. O Lisbonarte, consiste em várias exposições de artes plásticas nas galerias de arte lisboetas. Vários artistas expõem os seus trabalhos ao público.[184] No teatro, a Mostra de Teatro Jovem consiste na representação de várias peças teatrais, pelos futuros artistas.[carece de fontes?]


Na literatura, a Feira do Livro de Lisboa, um certame que se realiza anualmente desde Maio de 1930 em Lisboa. A Feira decorre, em geral, nos últimos dias de Maio. A sua localização actual é o Parque Eduardo VII. Nesta feira são, geralmente, convidados vários autores de diversos livros para sessões de autógrafos. São óptimas ocasiões para comprar livros a preços mais baixos.


Outros eventos incluem o Festival dos Oceanos, que ocorre todos os anos em Agosto, no Parque das Nações; o Experimentadesign, um mega-festival de design realizado de dois em dois anos em Setembro; e a LisboaPhoto, uma exposição, onde vários fotógrafos podem expor as suas fotos ao público. Desde 2006 que se realiza em Lisboa um evento dedicado exclusivamente à Luz (um evento bianual), o Luzboa. Pela cidade são espalhados várias instalações criadas por artistas plásticos centradas no tema Luz. Bairro Alto, Baixa, Avenida, são alguns dos locais que recebem este espectáculo.[185]


Há vários anos que, no dia 1 de Dezembro, é organizado na Praça dos Restauradores uma grande cerimónia que envolvem várias entidades, políticas, civis e militares, para homenagear a Restauração da Independência de Portugal. Durante 44 anos, Lisboa foi na maior parte das vezes a sede do Festival RTP da Canção. Este festival serve para eleger um representante, que irá representar o país, noutro país europeu, vencedor da edição anterior do Festival Eurovisão da Canção.[carece de fontes?]



Espaços públicos e museus





Museu Nacional de Arte Antiga




O Oceanário de Lisboa, no Parque das Nações


Lisboa dispõe de três universidades públicas, a Universidade de Lisboa, a Universidade Técnica de Lisboa e a Universidade Nova de Lisboa e diversas universidades privadas. A cidade está equipada com diversas bibliotecas, sendo a mais importante a Biblioteca Nacional, e arquivos, nomeadamente o Arquivo Histórico Militar e o Arquivo Histórico Ultramarino entre outros, no entanto o que merece maior destaque, por ser um dos mais importantes arquivos do mundo, é a Torre do Tombo.[carece de fontes?]


Entre os museus destacam-se: Museu Nacional de Arte Antiga, com a mais importante colecção nacional de pintura antiga; Museu Calouste Gulbenkian, cuja colecção diversificada inclui seis mil peças de arte de vários períodos históricos; Museu do Chiado, com uma colecção de arte portuguesa a partir do século XIX; Museu-Colecção Berardo, onde é apresentada uma colecção de arte moderna e contemporânea internacional em paralelo com mostras de arte contemporânea; Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão onde, a par de exposições temporárias se expõe um núcleo permanente de arte portuguesa dos séculos XX e XXI; Museu Nacional dos Coches, o mais visitado do país, com a maior colecção de coches do mundo; Museu da Electricidade com uma exposição permanente onde se mostra a produção de energia e a maquinaria da antiga Central Tejo misturando ciência e diversão; Oceanário de Lisboa, com a sua impressionante colecção de espécies vivas; Museu Militar de Lisboa, com uma exposição permanente de armamento de diversas épocas.[carece de fontes?]


Outros museus e centros culturais: Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva; Museu Rafael Bordalo Pinheiro; Museu do Design e da Moda; Museu de Artes Decorativas; Museu Nacional de Arqueologia; Museu Nacional do Traje; Museu do Oriente; Museu Nacional do Azulejo; Museu da Farmácia; Museu de Marinha; Museu da Água; Museu da Companhia Carris de Ferro de Lisboa; Casa-Museu de Fernando Pessoa; Fundação José Saramago.[carece de fontes?]


Nas salas de espectáculos destacam-se o Coliseu dos Recreios, a Aula Magna da Universidade de Lisboa, o Fórum Lisboa, os auditórios da Fundação Calouste Gulbenkian, do Centro Cultural de Belém e da Culturgest, o Pavilhão Atlântico e a Praça de Touros do Campo Pequeno, para além dos diversos teatros e cinemas existentes.[carece de fontes?]



Monumentos e bairros históricos



Ver artigo principal: Lista de património edificado em Lisboa



Vista do bairro histórico de Alfama.





Terreiro do Paço, na Baixa Pombalina.


A Baixa Pombalina e Chiado são o "coração" da cidade. Foi edificada sobre as ruínas da antiga cidade de Lisboa, destruída pelo grande Terramoto de 1755. A sua edificação obedeceu a um rigoroso plano urbanístico, segundo um modelo reticular de rua/quarteirão, obedecendo à filosofia do Iluminismo. A reedificação da baixa de Lisboa após o terramoto constituiu o primeiro caso de construção tipificada, normalizada e em "série" da humanidade. Os seus autores foram Manuel da Maia e Eugénio dos Santos e a decisão política deve-se ao Marquês de Pombal, ministro d'El Rei D. José I. A Baixa é também a maior zona comercial da cidade de Lisboa. Nas proximidades e com interesse histórico são ainda a Praça dos Restauradores e o Elevador de Santa Justa, projectado em finais do século XIX por Mesnier du Ponsard. Na baixa também se localiza a Praça do Comércio, também conhecida como Terreiro do Paço, o Rossio, ou Praça Dom Pedro V, Chiado, o Convento do Carmo e a Praça dos Restauradores.[carece de fontes?]


Alfama é um dos bairros mais típicos de Lisboa, com sua arquitectura típica cidade árabe e medieval com ruas estreitas, sendo um dos poucos sítios de Lisboa que sobreviveu ao Terremoto de Lisboa de 1755. É em Alfama que se encontram a maioria das casas de Fado, onde se pode desfrutar de vários espectáculos ao vivo. Em Alfama, distinguem-se o Castelo de São Jorge, na colina mais alta do centro da cidade, a Sé de Lisboa, o Panteão Nacional e a Feira da Ladra e o Miradouro de Santa Luzia.[carece de fontes?]


O Bairro Alto é um bairros típicos de Lisboa, situado no centro da cidade, acima da baixa pombalina. É uma zona de comércio, entretenimento e habitacional. Actualmente, o Bairro Alto é um lugar de "reunião" entre os jovens da cidade, e uma das principais zonas de divertimento nocturno da capital. Aqui concentram-se tribos urbanas, que possuem os seus lugares de reunião próprios. O fado, ainda sobrevive nas noites do bairro. As pessoas que visitam o Bairro Alto durante a noite são uma miscelânea de locais e de turistas.[carece de fontes?]


Junto à zona ribeirinha do Tejo, a Poente do centro da cidade, encontra-se a freguesia de Belém, representante da cidade da época dos Descobrimentos. Podemos ver nesta zona duas construções classificadas pela UNESCO como Património da Humanidade: o Mosteiro dos Jerónimos, mandado construir pelo Rei D. Manuel I em 1501 e o melhor exemplo do denominado Estilo Manuelino, cuja inspiração provém dos descobrimentos, estando também associado ao estilo gótico e algumas influências renascentistas. O mosteiro custou o equivalente a 70 kg de ouro por ano, suportados pelo comércio de especiarias. Os restos mortais de Luís Vaz de Camões, autor de Os Lusíadas, repousam no Mosteiro, e também o grande descobridor Vasco da Gama.[carece de fontes?]




A Torre de Belém, construída entre 1515 e 1519.





Aqueduto das Águas Livres, em Alcântara.


Muito perto do Mosteiro dos Jerónimos, encontra-se a Torre de Belém, construção militar de vigia na barra do Tejo, o grande "ex-libris" da cidade de Lisboa e uma preciosidade arquitectónica. Para além disto, é em Bélem que se encontram o Padrão dos Descobrimentos, o Palácio de Belém, residência oficial do Presidente da República, o Museu Nacional dos Coches, o Museu da Electricidade, a Igreja da Memória e o Centro Cultural de Belém.[carece de fontes?]


A freguesia da Estrela inclui um dos parques mais famosos e antigos da capital, o Jardim da Estrela, que foi criado há mais de 100 anos, e foi inspirado pelo Hyde Park, em Londres. A Basílica da Estrela, com um estilo Barroco-Neoclássico, é a principal atracção desta zona da cidade. A Assembleia da República e o Cemitério dos Prazeres, são também outros dois pontos importantes da cidade, que se localizam neste zona da cidade.[carece de fontes?]


Representante da Lisboa moderna, o Parque das Nações nasceu em 1998, para acolher a exposição mundial Expo 98 subordinada ao tema dos Oceanos. A exposição abriu a 22 de Maio de 1998, dia em que se celebraram os 500 anos da descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama. Com tudo isto, a zona oriental da cidade chamada Parque das Nações tornou-se na zona mais moderna de Lisboa e mesmo de Portugal, e Lisboa ganhou imensas estruturas, como a Torre São Rafael e Torre São Gabriel, ambas com 110 metros de altura, as mais altas estruturas de Lisboa e de Portugal). As principais atracções do bairro são: o Oceanário de Lisboa, o Pavilhão Atlântico, o Pavilhão de Portugal, a Torre Vasco da Gama, a Ponte Vasco da Gama e o Gare do Oriente, do arquitecto Santiago Calatrava.[carece de fontes?]


Do início do século XVIII o monumento mais significativo é o Aqueduto das Águas Livres.[186] De referir ainda os palácios reais das Necessidades e da Ajuda, na parte Oeste da cidade. Em finais do século XIX os planos urbanísticos permitiram estender a cidade além da Baixa para o vale da actual Avenida da Liberdade. Em 1934 é construída a Praça do Marquês de Pombal,[187] remate superior da avenida. No século XX sobressaem os extensos planos urbanísticos das Avenidas Novas, da envolvente da Universidade de Lisboa (Cidade Universitária), e da zona dos Olivais, e os mais recentes do Parque das Nações e da Alta de Lisboa, ainda em construção.[carece de fontes?]


Gatronomia





Pastéis de nata.


A gastronomia de Lisboa está influenciada pela sua proximidade do mar. Especialidades tipicamente lisboetas são as pataniscas de bacalhau e os peixinhos da horta. Também se pode desfrutar das saborosas sardinhas (principalmente nas épocas festivas, como no Santo António). O famoso Bife à Café, é outro ex-libris alimentar da capital. O doce mais famoso de Lisboa, é o Pastel de Nata, cujos mais famosos são os de Belém, que são feitos numa antiga fabrica na Freguesia de Belém. Reza a lenda, que há mais de 500 anos, uma cozinheira, não tinha ingredientes suficientes para fazer um doce, e que resolveu inventar, ai nasceram os Pastéis de Belém. Foram fabricados durante anos no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, só há poucos anos é que mudaram o seu local de fabricação. Nas salas de espectáculos destacam-se o Coliseu dos Recreios, a Aula Magna da Universidade de Lisboa, o Fórum Lisboa, os auditórios da Fundação Calouste Gulbenkian, do Centro Cultural de Belém e da Culturgest, o Pavilhão Atlântico e a Praça de Touros do Campo Pequeno, para além dos diversos teatros e cinemas.[carece de fontes?]


Desportos





Estádio José Alvalade, casa do Sporting Clube de Portugal





Meia Maratona de Lisboa


O futebol é o desporto mais popular de Lisboa. Os clubes de futebol mais destacados são o Sport Lisboa e Benfica (SLB) e o Sporting Clube de Portugal (SCP), conhecidos apenas por Benfica e Sporting respectivamente. Estes clubes jogam nas mais altas modalidades desportivas nacionais e internacionais: o Benfica joga no Estádio da Luz, com 65 mil lugares sentados e com a distinção de 5 estrelas pela UEFA. Já ganhou duas vezes a Liga dos Campeões da UEFA, tendo já chegado um total de 7 vezes à final. Os seus jogadores mais famosos são Eusébio (Bola de Ouro, Bota de Ouro por 2 vezes), Rui Costa (FIFA 100), Nuno Gomes e Simão Sabrosa. O Sporting joga no Estádio José Alvalade, com uma capacidade para 50 mil pessoas com a distinção de 5 estrelas pela UEFA. Vencedor da Taça dos Clubes Vencedores de Taças e finalista, por uma ocasião, da Taça UEFA, é o segundo clube na Europa com mais títulos no conjunto de todas as modalidades, apenas suplantado pelo FC Barcelona, e o terceiro clube europeu com mais taças europeias conquistadas (25).[188] Os jogadores mais famosos que surgiram no Sporting são Luís Figo e Cristiano Ronaldo, ambos distinguidos como "Melhor Jogador do Mundo" pela FIFA (FIFA World Player) e ambos vencedores da "Bola de Ouro". Outro clube desportivo importante é o Belenenses, com uma grande tradição no desporto português. O Belenenses é a terceira equipa de futebol da cidade, jogando no Estádio do Restelo e competindo na Primeira Liga. Porém, atrás dos clubes anteriores, com um número de sócios muito inferior.[carece de fontes?]


O Futsal é, provavelmente, o segundo desporto mais popular da capital, havendo três equipas profissionais na Liga Sport Zone sediadas na cidade: Sporting CP, SL Benfica e Belenenses. O Basquetebol profissional tem cada vez mais seguidores. Belenenses e Benfica possuem equipas profissionais, jogando na primeira divisão, e Lisboa foi a sede do Mundial Masculino de Basquetebol de 2003, disputado no Pavilhão Atlântico. Outro desporto popular é o hóquei: a Selecção Portuguesa de Hóquei ganhou 15 títulos de campeão do mundo e obteve um grande apoio dos cidadãos. Na cidade, praticam-se muitos outros desportos, com destaque para os desportos náuticos, como vela e remo, mas também golfe, ciclismo, etc. As principais instituições desportivas lisboetas além das referidas são: Ginásio Clube Português, Associação Naval de Lisboa, Clube Naval de Lisboa, Casa Pia Atlético Clube, Atlético Clube de Portugal, CDUL - Rugby, Grupo Desportivo de Direito.[carece de fontes?]


A Meia Maratona de Lisboa realiza-se todos os anos no mês de Março, e conta com a participação de milhares de concorrentes de vários países, profissionais e amadores. Existem sempre dois estilos de provas, uma curta para amadores que não se sintam muito preparados, e uma mais longa para profissionais, e quem quiser arriscar.[189][190] A parte principal da corrida/maratona é quando os participantes atravessam a Ponte 25 de Abril. Em 2014, Lisboa sediou a Final da Liga dos Campeões da UEFA de 2013–14 e a Final da Liga dos Campeões da UEFA de Futebol Feminino de 2013–14.[carece de fontes?]





Panorama do interior do Estádio da Luz.




Ver também


Ver também: Lista de arruamentos de Lisboa e Lista de arranha-céus de Lisboa


  • Bandeira de Lisboa

  • Brasão de Lisboa

  • Prémio Cidade de Lisboa


Notas




  1. Até 2012, o concelho de Lisboa tinha 53 freguesias.



Referências




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  6. «Alta Velocidade em Síntese». Rave.pt. Consultado em 27 de outubro de 2013.. Arquivado do original em 4 de outubro de 2010 


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  12. "Lisboa é 9ª cidade que mais recebe congressos internacionais" Arquivado em 14 de outubro de 2007, no Wayback Machine. – Agência LUSA. Acessado em 27 de outubro de 2013.


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  20. Geografia de Estrabão, Vol. II, Livro 3, capítulo 2


  21. A odisseia de um mito: diálogos intertextuais em torno da fundação de Lisboa por Ulisses nas literaturas anglófonas – artigo de Rogério Miguel Puga, CETAPS, FCSH, Universidade Nova de Lisboa


  22. O mito de Ulisses ou a queda da História – artigo de Manuel Alves publicado no volume colectivo Literatura Comparada: Os Novos Paradigmas, Porto, Associação Portuguesa de Literatura Comparada, 1996, pp. 569-574 (download)


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