Corrente alternada









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Forma de onda da corrente alternada.


A corrente alternada (CA ou AC - do inglês alternating current), é uma corrente elétrica cujo sentido varia no tempo, ao contrário da corrente contínua cujo sentido permanece constante ao longo do tempo. A forma de onda usual em um circuito de potência CA é senoidal. Por ser uma forma de transmissão de energia mais eficiente, normalmente a CA é o tipo de corrente que chega nas residêncas. Entretanto, em certas aplicações, diferentes formas de ondas são utilizadas, tais como triangular ou ondas quadradas.
Enquanto a fonte de corrente contínua é constituída pelos polos positivo e negativo, a de corrente alternada é composta por fases (e, muitas vezes, pelo fio neutro).[1][2]




Índice






  • 1 História


  • 2 Matemática


  • 3 Tensão alternada


    • 3.1 Gerador de tensão alternada




  • 4 Ver também


  • 5 Referências





História |


A corrente alternada surgiu pela primeira vez, em 1832, quando o francês Hippolyte Pixii aplicou o princípio de indução electromagnética de Michael Faraday. Nikola Tesla e outros cientistas, anos depois da invenção da corrente alternada, melhoraram enormemente o sistema de distribuição de corrente alternada e inovações que tornaram o seu uso prático. Nikola Tesla foi contratado por J. Westinghouse para construir uma linha de transmissão entre Niágara e Buffalo, em NY. Thomas Edison, que defendia e empregava a corrente contínua em seus experimentos, fez o possível para desacreditar Tesla, mas sem sucesso. O sistema polifásico acabou por prevalecer, pelas vantagens inegáveis de custo, praticidade e eficiência em relação à corrente contínua. A Corrente Alternada é a forma mais eficiente de se transmitir uma corrente elétrica por longas distâncias, algo em que a corrente contínua é extremamente limitada, o que acarretaria custos incomparavelmente maiores para ser empregada. Na corrente alternada, os elétrons invertem o seu sentido várias vezes por segundo.


A corrente alternada foi adotada para transmissão de energia elétrica a longas distâncias devido à facilidade relativa que esta apresenta para ter o valor de sua tensão alterada por intermédio de transformadores. Além disso as perdas em CA são bem menores que em CC. No entanto, as primeiras experiências e transmissões foram feitas com Corrente contínua (CC). É hoje sabido que a transmissão de corrente alternada a longas distâncias é mais vantajosa, porém no que concerne ao funcionamento de aparelhos electrónicos é preferível a conversão para Corrente contínua (CC).


Na primeira metade do século XX havia sistemas de corrente alternada de 25 Hz no Canadá (Ontário) e no norte dos Estados Unidos. Em alguns casos, estes sistemas (por exemplo, nas Cataratas do Niágara) perduram até hoje por conveniência das fábricas industriais que não tinham interesse em trocar o equipamento para que operasse a 60 Hz. As baixas frequências facilitam a construção de motores de baixa rotação, já que esta é diretamente proporcional à frequência.


Há também sistemas de 16,67 Hz em ferrovias da Europa (Suíça e Suécia).


Sistemas CA de 400 Hz são usados na indústria têxtil, aviões, navios, naves espaciais e em grandes computadores.


Na maioria dos países da América, inclusive Brasil e EUA, a frequência da rede elétrica é de 60 Hz. Na Europa, inclusive em Portugal, é usada a frequência de 50 Hz. A frequência de 50 Hz também é usada em alguns países da América do Sul, como por exemplo a Argentina, a Bolívia, o Chile e o Paraguai.



Matemática |


A forma de onda de tensão em CA pode ser descrita matematicamente pela fórmula:


V(t)=V0sin⁡0t+δv){displaystyle V(t)=V_{0}sin(omega _{0}t+delta _{v}),}{displaystyle V(t)=V_{0}sin(omega _{0}t+delta _{v}),}


A forma de onda de corrente em CA pode ser descrita matematicamente pela fórmula:


I(t)=I0sin⁡0t+δi){displaystyle I(t)=I_{0}sin(omega _{0}t+delta _{i}),}{displaystyle I(t)=I_{0}sin(omega _{0}t+delta _{i}),}


O valor de pico-a-pico de uma tensão alternada é definida como a diferença entre o seu pico positivo e o seu pico negativo. Desde o valor máximo de sin⁡x{displaystyle scriptstyle sin x}scriptstyle sin x que é +1 e o valor mínimo que é -1, uma tensão CA oscila entre +A{displaystyle scriptstyle scriptstyle +A}scriptstyle scriptstyle +A e A{displaystyle -A}-A. A tensão de pico-a-pico, escrita como Vp−p{displaystyle scriptstyle V_{p-p}}scriptstyle V_{{p-p}}, é, portanto (+A{displaystyle scriptstyle A}scriptstyle A) − (−A{displaystyle scriptstyle A}scriptstyle A) = 2A{displaystyle scriptstyle 2A}scriptstyle 2A.


Geralmente, a tensão CA é dada quase sempre em seu valor eficaz, que é o valor quadrático médio desse sinal elétrico (em inglês é chamado de root mean square, ou rms), sendo escrita como Vef{displaystyle scriptstyle V_{ef}}scriptstyle V_{{ef}} (ou Vrms{displaystyle scriptstyle V_{rms}}scriptstyle V_{{rms}}). Para uma tensão sinusoidal:


Vef=A2=A22{displaystyle V_{mathrm {ef} }={A over {sqrt {2}}}={A{sqrt {2}} over 2}}V_{{{mathrm  {ef}}}}={A over {{sqrt  2}}}={A{{sqrt  2}} over 2}


Vef é útil no cálculo da potência consumida por uma carga. Se a tensão CC de valor VCC transfere certa potência P para a carga dada, então uma tensão CA de valor Vef irá entregar a mesma potência média P para a mesma carga se Vef = VCC. Por este motivo, rms é o modo normal de medição de tensão em sistemas de potência.


Para ilustrar estes conceitos, considere a tensão de 220 V CA, usada em alguns estados brasileiros e em Portugal. Ela é assim chamada porque seu valor eficaz (rms) é, em condições normais, de 220 V. Isto quer dizer que ela tem o mesmo efeito joule, para uma carga resistiva, que uma tensão de 220 V CC. Para encontrar a tensão de pico (amplitude), podemos modificar a equação acima para:


A=Vef⋅2{displaystyle A=V_{mathrm {ef} }cdot {sqrt {2}}}A=V_{{{mathrm  {ef}}}}cdot {sqrt  2}


Para 220 V CA, a tensão de pico VP ou A é, portanto, 220 V × √2 = 311 V (aprox.). O valor de pico-a-pico VP-P de 220 V CA é ainda mais alta: 2 × 220 V × √2 = 622 V (aprox.)


Note que para tensões não senoidais, temos diferentes relações entre seu pico de magnitude valor eficaz. Isso é de fundamental importância ao se trabalhar com elementos do circuito não lineares que produzem correntes harmônicas, como retificadores.



Tensão alternada |




Diagrama de circuito para uma fonte ideal de tensão alternada (esquerda) e representação da tensão da rede elétrica pública na Europa (direita).


Uma tensão alternada é um sinal senoidal:


V=Vmáxcos⁡t+φ){displaystyle V=V_{text{máx}}cos(omega ,t+varphi )}V=V_{{text{máx}}}cos(omega ,t+varphi )


os diagramas de circuito, uma fonte ideal de tensão alternada representa-se pelo símbolo
na figura abaixo. Junto do diagrama indica-se a tensão máxima e a frequência. Os valores
apresentados na figura são os que estão em uso na rede elétrica pública da União Europeia:
frequência f{displaystyle scriptstyle f}scriptstyle f de 50 Hz e tensão máxima de 325 V.[3]


O instante em que arbitramos t=0{displaystyle scriptstyle t=0}scriptstyle t=0 pode ser escolhido de forma a fazer com que a fase da tensão seja nula. Uma vez fixarmos um valor para a fase, é importante indicar qual a
diferença de potencial que o fasor representa: o potencial do terminal identificado com o sinal + menos o potencial do terminal com o sinal. Os sinais indicados nos terminais da
fonte indicam que o terminal positivo está a maior potencial que o negativo, no instante
t=0{displaystyle scriptstyle t=0}scriptstyle t=0, mas meio período mais tarde o terminal positivo estará a menor potencial que o
terminal negativo.


Se usarmos uma ligação a terra no circuito, como no lado direito da figura acima, o fasor da
tensão representará a diferença de potencial entre o terminal que não está ligado à terra e a
terra. Nesse caso não será necessário indicar sinais nos terminais da fonte.



Gerador de tensão alternada |



Ver artigo principal: Alternador



Gerador de tensão alternada.


Um gerador de tensão alternada (figura ao lado), consiste numa bobina que se faz rodar dentro de um campo magnético; o fio onde começa a bobina está soldado a um anel condutor
e o fim do fio, depois de ser enrolado na bobina, solda-se a outro anel condutor; esses dois anéis mantêm o contato com duas escovas, enquanto a bobina roda, de forma que a diferença de potencial entre as escovas é igual à diferença de potencial na bobina toda.


O fluxo através da bobina é:


Φm=BAcos⁡θ{displaystyle Phi _{mathrm {m} }=B,A,cos theta }Phi _{{mathrm  {m}}}=B,A,cos theta


Onde A é a área da bobina, B o campo médio, e θ{displaystyle scriptstyle theta }scriptstyle theta o ângulo entre o campo e a normal à bobina.


Se a bobina roda com velocidade angular constante, ω{displaystyle scriptstyle omega }scriptstyle omega , o ângulo θ{displaystyle scriptstyle theta }scriptstyle theta , em função do tempo, é representado por ωt+θ0{displaystyle scriptstyle omega ,t+theta _{0}}scriptstyle omega ,t+theta _{0}.


Assim, a derivada do fluxo magnético, em função do tempo, será igual a:


V=Vmáxsin⁡t+θ0){displaystyle V=V_{text{máx}},sin(omega ,t+theta _{0})}V=V_{{text{máx}}},sin(omega ,t+theta _{0})


Onde Vmáx=NBAω{displaystyle scriptstyle V_{text{máx}}=N,B,A,omega }scriptstyle V_{{text{máx}}}=N,B,A,omega . A expressão acima dá a diferença de potencial entre as duas escovas condutoras, em função do tempo e é designada tensão alternada. A diferença de potencial oscila entre um valor máximo V máx, positivo, e um valor mínimo negativo -V máx.


A frequência da tensão alternada, f=ω/(2π){displaystyle scriptstyle f=omega /(2,pi )}scriptstyle f=omega /(2,pi ) , é o número de oscilações por unidade de tempo.


O gerador de tensão alternada, também denominado alternador, usa-se para transformar energia mecânica em energia elétrica. A fonte da energia mecânica, que faz rodar a
bobina, pode ser o vento, nas centrais de energia eólica, a corrente de água, nas centrais hidroelétricas, o fluxo de vapor de água evaporada por combustão de carvão, o movimento
do motor, no alternador usado para recarregar a bateria num automóvel, etc.



Ver também |



  • Corrente contínua

  • Corrente elétrica

  • Máquina de corrente contínua

  • Onda quadrada

  • Onda triangular

  • Oscilador eletrónico

  • Senoide

  • Tensão elétrica



Referências




  1. N. N. Bhargava & D. C. Kulshreshtha (1983). Basic Electronics & Linear Circuits. [S.l.]: Tata McGraw-Hill Education. p. 90. ISBN 978-0-07-451965-3 


  2. National Electric Light Association (1915). Electrical meterman's handbook. [S.l.]: Trow Press. p. 81 


  3. [ Eletricidade e Magnetismo. Porto: Jaime E. Villate, 20 de março de 2013. 221 págs]. Creative Commons Atribuição-Partilha (versão 3.0) ISBN 978-972-99396-2-4. Acesso em 16 jun. 2013. Link: http://www.villate.org/pt/docs.html


[AC Power History and Timeline] http://edisontechcenter.org/AC-PowerHistory.html


[Pixii Machine] - https://nationalmaglab.org/education/magnet-academy/watch-play/interactive/pixii-machine


http://mentalfloss.com/article/12861/5-reasons-michael-faraday-cool-tesla


https://www.forbes.com/sites/alexknapp/2012/05/18/nikola-tesla-wasnt-god-and-thomas-edison-wasnt-the-devil/#3306484c1a21



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