República Centro-Africana




Coordenadas: 2°-11° N, 14°-27° E

























































































































République centrafricaine (francês)
Ködörösêse tî Bêafrîka (sango)

República Centro-Africana











Bandeira da República Centro-Africana

Brasão de armas da República Centro-Africana


Bandeira

Brasão de Armas


Lema: "Unité, Dignité, Travail"
("Unidade, Dignidade, Trabalho")

Hino nacional: La Renaissance
"A Renascença"


Gentílico: centro-africano(a)[1]


Localização de República Centro-Africana




Capital

Bangui
4° 22' N 18° 35' E

Cidade mais populosa
Bangui

Língua oficial

Francês, Sangho

Governo

Governo provisório
 - Presidente

Faustin-Archange Touadéra
 - Primeiro-ministro

Simplice Sarandji

Independência
da França 
 - Data
13 de agosto de 1960 

Área
 
 - Total 622.984 km² (42.º)
 - Água (%)
<0,1
 Fronteira

Chade (N), Sudão e Sudão do Sul (E), República Democrática do Congo, República do Congo (S), e Camarões (W)

População
 
 - Estimativa para 2014[2]
5 277 959 hab. (117.º)
 - Densidade
6 hab./km² (192.º)

PIB (base PPC)
Estimativa de 2007
 - Total US$ : 3.101 bilhões (162.º)
 - Per capita
US$ : 726 (170.º)

IDH (2017)
0,367 (188.º) – baixo[3]

Gini (1993[4])
61,3

Moeda

Franco CFA (XAF)

Fuso horário
(UTC+1)

Clima

Tropical e semiárido

Org. internacionais

ONU, UA, CEMAC, Francofonia, OHADA

Cód. ISO
CAF

Cód. Internet

.cf

Cód. telef.

+236


Mapa de República Centro-Africana






A República Centro-Africana ou, raramente, República da África Central é um país localizado no centro da África, limitado a norte pelo Chade, a nordeste pelo Sudão, a leste pelo Sudão do Sul, a sul pela República Democrática do Congo e pela República do Congo, e a oeste pelos Camarões. A capital do país é a cidade de Bangui.


A maior parte da República Centro-Africana consiste em savanas, mas o país também inclui uma zona Sahel-sudanesa no norte e uma zona de floresta equatorial no sul. Dois terços do país estão na bacia do rio Ubangui (que desemboca no rio Congo), enquanto o terço restante está localizado na bacia do Chari, que desemboca no Lago Chade.


O que hoje é a República Centro-Africana foi habitada há milênios. No entanto, as fronteiras atuais do país foram estabelecidas pela França, que governou o país como uma colônia a partir do final do século XIX. Depois de conquistar a independência da França em 1960, a República Centro-Africana foi governada por uma série de líderes autocráticos. Na década de 1990, as chamadas para a democracia culminaram nas primeiras eleições democráticas multipartidárias em 1993, quando Ange-Félix Patassé se tornou presidente. Em 2003, através de um golpe de Estado, o general François Bozizé destituiu Patassé e assumiu o poder. A guerra civil no país iniciou-se em 2004 e, apesar de um tratado de paz em 2007 e outro em 2011, eclodiram combates entre o governo, muçulmano, e facções cristãs em dezembro de 2012, levando a uma limpeza étnica e religiosa e deslocamentos populacionais massivos em 2013 e 2014.


Apesar de suas jazidas minerais significativas e outros recursos, tais como reservas de urânio, petróleo, ouro, diamantes, madeira e energia hidrelétrica, bem como quantidades significativas de terras aráveis, a República Centro-Africana está entre os dez países mais pobres do mundo.




Índice






  • 1 História


  • 2 Geografia


  • 3 Demografia


    • 3.1 Religião


    • 3.2 Cidades mais populosas


    • 3.3 Língua oficial




  • 4 Política


  • 5 Subdivisões


  • 6 Economia


  • 7 Infraestrutura


    • 7.1 Transportes


    • 7.2 Saúde




  • 8 Cultura


  • 9 Referências


  • 10 Ver também


  • 11 Ligações externas





História |


A antiga colônia francesa de Ubangui-Chari fez parte da África Equatorial Francesa. Em 1958, tornou-se república dentro da Comunidade Francesa e totalmente independente em 1960. Em 1976, seu presidente, Jean-Bédel Bokassa, declarou-a império e a si próprio imperador. Após denúncias de atrocidades, ele foi deposto em 1979, e o país voltou a ser República. A instabilidade política persistiu e, em 1981, o general André Kolingba tomou o poder. O governo civil foi restaurado em 1986, com Kolingba ainda presidente. Houve reivindicações por eleições multipartidárias e o Movimento Democrático pela Renovação e Evolução na África Central (MDREC) foi constituído. Uma conferência constitucional fracassou em 1992 e o líder do MDREC foi aprisionado. Em 1993, ocorreram eleições livres, vencidas no segundo turno por Ange-Félix Patassé, ex-primeiro-ministro do governo Bokassa. Em 2003, um golpe de Estado depôs Patassé, e o líder rebelde François Bozizé assumiu o poder. Dois anos depois, ele organizou eleições presidenciais e as venceu em segundo turno.[5] Em 2013, Bozizé foi deposto por um novo golpe, após a coalizão rebelde Seleka assumir o controle da capital e forçar a fuga do ex-presidente para Camarões.[6]



Geografia |





Bangui, a capital do país


A República Centro-Africana é um dos poucos países africanos sem saída para o mar. O terreno é pouco acidentado, tendo as suas maiores altitudes nos restos do maciço de Adamaoua, que chega dos Camarões, a noroeste, e no maciço dos Bongo, a nordeste. A sul, é marcado pelos vales dos rios Ubangui e Boma. A floresta tropical resume-se à extremidade sudoeste e a algumas zonas dispersas pelo sul, sendo o restante território ocupado por savana, cada vez mais seca à medida que se caminha para norte e se aproxima do Sahel. A maior cidade é, de longe, a capital, Bangui. O Monte Ngaoui é o mais alto do país e situa-se sobre a fronteira com os Camarões, no oeste do país.



Demografia |



Ver artigo principal: Demografia da República Centro-Africana



Uma aldeia nativa do país


A população quase quadruplicou desde a independência. Em 1960, a população era de 1.232.000, enquanto em 2009 a população já era de 4.444.000. Nota: As estimativas para este país levam em conta os efeitos do excesso de mortalidade devido à SIDA, o que pode resultar em menor expectativa de vida, alta mortalidade infantil e taxas de mortalidade, menor população e as taxas de crescimento, e as mudanças na distribuição da população por idade e sexo do que seria esperado. As Organizações das Nações Unidas estimam que cerca de 11% da população entre os 15 e 49 anos é portador do vírus do HIV.[7] Apenas 3% do país tem a terapia antirretroviral disponível, em comparação com 17% de cobertura nos países vizinhos do Chade e da República do Congo.[8]


A nação está dividida em mais de 80 grupos étnicos, cada um com sua própria língua. Os maiores grupos étnicos são os Baya (33%), Banda (27%), Mandjia (13%), Sara (10%), MBOUM (7%), M'Baka (4%) e Yakoma (4%), com os outros 2%, incluindo descendentes de europeus, principalmente franceses. As principais línguas são o Sangho (língua materna para 17% da população) e o Manza (11%). A língua oficial é o francês.



Religião |



Ver artigo principal: Religião na República Centro-Africana



Uma Igreja cristã na República Centro-Africana
































Religião na República Centro-Africana[9]
Religião
% aprox.
Cristianismo
  
66,02%
Crenças tribais
  
18,39%
Islão
  
14,65%
Outras crenças
  
0,94%


Os cristãos formam 66 por cento da população, enquanto 18 por cento da população mantém elementos das religiões tradicionais africanas. O Islão é praticado por cerca de 15 por cento da população do país.


Há muitos grupos missionários que operam no país, incluindo os luteranos, batistas, católicos, os mórmons e as Testemunhas de Jeová. Embora estes missionários sejam predominantemente dos Estados Unidos, França, Itália e Espanha, muitos são também da Nigéria, República Democrática do Congo e outros países africanos. Muitos missionários deixaram o país devido aos combates entre rebeldes e forças do governo em 2002 e 2003. Muitos já voltaram para o país e retomaram as suas actividades.



Cidades mais populosas |










































































Língua oficial |


O país possui duas línguas oficiais: o francês e o Sango (também chamado Shango), uma língua crioula baseado na língua Ngbandi, tendo semelhança com muitas palavras francesas. É um dos poucos países africanos a ter uma língua africana como oficial.



Política |


A República Centro-Africana é uma república presidencialista. O presidente é o chefe de Estado e o chefe de governo, eleito por voto popular para um período de seis anos. É ele quem indica o primeiro-ministro e preside o conselho de ministros.


Até o golpe de Estado contra François Bozizé, em 2013, o país contava com uma Assembleia Nacional composta por 105 membros, eleitos para um período de cinco anos através de eleição em dois turnos.[6]


O presidente é eleito por voto popular para um mandato de seis anos e o primeiro-ministro é nomeado pelo presidente. O presidente também nomeia e preside o Conselho de Ministros, que inicia as leis e supervisiona as operações do governo. No entanto, a partir de 2018, o governo oficial não está no controle de grandes partes do país, que são governadas por grupos rebeldes.


O presidente em exercício desde abril de 2016 é Faustin Archange Touadera, que acompanhou o governo interino sob o comando de Catherine Samba-Panza. O primeiro-ministro interino é André Nzapayeké.


A Assembleia Nacional centro-africana tem 105 membros, eleitos para um mandato de cinco anos usando o sistema de duas rodadas.


Como em muitas outras ex-colônias francesas, o sistema legal da República Centro-Africana é baseado na lei francesa. O Supremo Tribunal Federal do país, ou Cour Supreme, é composto de juízes nomeados pelo presidente. Há também um Tribunal Constitucional, e seus juízes também são nomeados pelo presidente.[10]



Subdivisões |



Ver artigo principal: Subdivisões da República Centro-Africana



Mapa das subdivisões do país


A República Centro-Africana divide-se em 14 prefeituras administrativas, 2 prefeituras econômicas e 1 comuna autônoma. As 14 prefeituras são:



  • Bamingui-Bangoran

  • Basse-Kotto

  • Haute-Kotto

  • Haut-Mbomou

  • Kémo

  • Lobaye

  • Mambéré-Kadéï

  • Mbomou

  • Nana-Mambéré

  • Ombella-M'Poko

  • Ouaka

  • Ouham

  • Ouham-Pendé

  • Vakaga



Economia |



Ver artigo principal: Economia da República Centro-Africana

É um país de economia bastante agrícola: agricultura de subsistência (mandioca, milhete, inhame, milho, etc.) e de exportação (café e algodão), e criação de gado. A principal fonte de riqueza mineral é a produção de diamantes. A industrialização limita-se ao beneficiamento de produtos minerais e vegetais. As rendas provenientes do turismo não cobrem seu déficit comercial, o que o torna um dos países mais pobres do mundo. Tal situação é agravada pelo isolamento geográfico, que contribui para desaquecer a exploração de urânio (em Bakuma), além de limitar as exportações (café, algodão, madeira, diamantes) do país. O turismo é a nova e crescente fonte de divisas.



Infraestrutura |



Transportes |




Caminhões em Bangui


Bangui é o centro de transportes da República Centro-Africana. Desde 1999, oito estradas conectam a cidade para outras cidades principais no país, além do Camarões, Chade e Sudão do Sul. Entre estas estradas, poucas estão pavimentadas. Durante a estação chuvosa de julho a outubro, algumas estradas ficam intransitáveis.[11][12]


Balsas navegam a partir do porto fluvial em Bangui para Brazzaville e Zongo. O rio pode ser navegado a maior parte do ano, entre Bangui e Brazzaville. A partir de Brazzaville, as mercadorias são transportadas por via ferroviária para Pointe-Noire, porto atlântico do Congo.[13] O porto fluvial lida com a esmagadora maioria do comércio internacional do país e tem uma capacidade de movimentação de carga de 350.000 toneladas; que tem 350 metros de comprimento do cais e 24.000 metros quadrados de espaço de armazenagem.[11]


O Aeroporto Internacional de Bangui M'Poko é único aeroporto internacional da República Centro-Africana. O aeroporto detém voos diretos para Brazzaville, Casablanca, Cotonou, Douala, Kinshasa, Lomé, Luanda, Malabo, N'Djamena, Paris, Pointe-Noire e Yaoundé.


Pelo menos desde 2002 tem havido planos para ligar Bangui por linhas ferroviárias ao transporte ferroviário em Camarões.[14]



Saúde |



Ver artigo principal: Saúde na República Centro-Africana

A Esperança de vida feminina ao nascer era de 48,2 anos e a esperança de vida do sexo masculino ao nascer era estimada em 45,1 anos em 2007. A taxa de fertilidade é de cerca de cinco nascimentos por mulher.[15] A despesa pública em saúde foi em estimada em U$ 20 por pessoa em 2006.[15] Havia 8 médicos por 100 000 pessoas em 2004.[16] Despesa pública na saúde era de 10,9% das despesas totais do governo em 2006.[15]



Cultura |


A cultura da República Centro-Africana varia muito entre os povos e grupos étnicos. Um importante grupo étnico é composto pelos Bantus, em particular as pessoas comuns do Congo e Camarões, divididas em miríades de pessoas muito ligadas ao grupo local. Assim, cada "grande" cidade tem o seu povo, seu idioma (próximo do sango) e uma recente história vinculada aos políticos e os seus homens de poder.

























Feriados
Data
Nome em português
Nome local
Observações
13 de agosto
Dia da Independência

Fête de l'Indépendance

29 de março
Morte de Bartolomeu Boganda

Décès du Fondateur Barthélémy Boganda
Fundador do país


Referências




  1. Portal da Língua Portuguesa, Dicionário de Gentílicos e Topónimos da República Centro-Africana


  2. «Central African Republic - Population (em português: República Centro-Africana - População» 🔗 (em inglês). CIA - The World Factbook. 2014 


  3. «Human Development - Indices and Indicators - 2018 Statistical Update» (PDF) (em inglês). Human Development Report (Human Development Report Office) - United Nations Development Programme. Consultado em 29 de setembro de 2018 


  4. «Distribution of family income – Gini index». The World Factbook. CIA 


  5. European Commission - Biografia de François Bozizé (em inglês)


  6. ab «Rebeldes tomam capital da República Centro-Africana e presidente foge» 


  7. «Countries» 


  8. [1]


  9. ARDA (2010). «Kenya». The World Factbook 


  10. LEGAL SYSTEM (em inglês)


  11. ab Eur, pp. 200–202


  12. Graham Booth; G. R McDuell; John Sears (1999). World of Science: 2. [S.l.]: Oxford University Press. p. 57. ISBN 978-0-19-914698-7 


  13. «Central African Republic: Finance and trade». Encyclopædia Britannica 


  14. Eur, p. 185


  15. abc «Human Development Report 2009 - Central African Republic» 


  16. «WHO Country Offices in the WHO African Region - WHO»  Texto " Regional Office for Africa" ignorado (ajuda)



Ver também |



  • África

  • Lista de países

  • Missões diplomáticas da República Centro-Africana



Ligações externas |




  • Os Pigmeus africanos Cultura e música dos primeiros habitantes da República Centro-Africana


  • ONU. «República Centro-Africana (RCA) - ONU Brasil» 


  • UNOCHA. «República Centro-Africana (RCA) - UNOCHA» (em inglês) 










Bandeira da República Centro-Africana

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